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Vítima relembra momentos antes e depois de grave colisão entre veículos na BR-470

Thainara Schwartz fala sobre repercussão do caso e conta que Evanio Prestini não tentou desviar

Por Giulia Venuttiaci

Thainara Schwartz esteve neste sábado, 2, na Catedral São Paulo Apóstolo, em Blumenau, entre os manifestantes solidários às cinco famílias que tiveram as vidas sacudidas por uma batida na BR-470, há uma semana. Mas a jovem de 21 anos é mais do uma indignada com as circunstâncias em que duas jovens morreram e uma ficou gravemente ferida.

Thainara era a motorista do Palio atingido de frente pelo Jaguar conduzido por Evanio Prestini, 31, que permanece no Presídio Regional de Blumenau após o Tribunal de Justiça negar um habeas corpus em caráter liminar.

Em entrevista a O Município Blumenau, ela dá detalhes do dia do acidente e diz que a mobilização da sociedade e a prisão do responsável pelo acidente a confortam.

Maria Eduarda, Thayná, Suelen, Amanda e Thainara na noite anterior à tragédia | Foto: arquivo pessoal

O Município Blumenau – Como era a sua relação com as meninas?
Thainara Schwartz – Eu e a Suelen éramos melhores amigas. Conhecia ela desde a escola, há 5 anos.

E em relação as outras meninas que estavam junto?
Amanda e a Thayna nos conhecíamos de festas, já a Maria acabei conhecendo naquela sexta-feira mesmo.

Foi a primeira vez que todas saíam juntas, então?
De irmos todas juntas no mesmo carro, sim.

Como foram esses dias após o acidente?
Está sendo muito difícil. Ontem [quinta-feira, 28] me senti muito sozinha, acabei passando mal, fico me sentindo muito tonta. Me pego lendo nossas antigas conversas. Após o acidente, comecei a fazer acompanhamento com a psicóloga e até por conselho dela evito ficar sozinha, pois é realmente muito difícil.

Você se assustou com a repercussão que a notícia teve?
Para ser sincera, não. De alguma forma, saber que a população se mobilizou com tudo isso me conforta.

Naquele dia vocês estavam fazendo um bate-volta?
Sim, tínhamos ido para o Galera’s Beach Bar, na Praia Brava (em Itajaí), e depois voltamos para Blumenau.

O motorista chegou a tentar desviar no momento da colisão?
Não, ele estava vindo em linha reta, eu que tentei desviar jogando o carro para a pista contrária. Acredito que ele nem viu que tinha um carro ali.

Qual foi a sua reação quando viu o vídeo do motorista andando em zigue-zague na BR-470 antes da batida?
Fiquei indignada, pois poderia ter sido feito algo para evitar o acidente, mas não foi feito nada.

Você chegou a fazer o bafômetro?
Sim, fiz o bafômetro e deu negativo. Ainda na festa falei para as meninas que não iria beber, pois estava dirigindo.

No momento, vocês estavam todas acordadas?
Pelo que eu lembro, sim.

Depois da batida, alguma das meninas estava acordada?
Depois que tudo aconteceu, lembro de ver elas acordadas e pedir para não se mexerem, pois não sabíamos o quão feridas elas poderiam estar.

O fato de o motorista estar preso te conforta?
Com certeza.