Você já planejou o futuro de seus filhos?

Meus queridos leitores, esta semana não quero falar sobre sono, quero falar sobre um outro assunto resultado de uma reflexão destes últimos dias de consultório. Recentemente, tenho atendido muitas adolescentes – acredito que por ser mulher, essa tarefa para família e para a própria paciente, se torna mais “suave”.

Então, como de costume pergunto a todas sobre seus hábitos alimentares, sono, higiene, do que gosta e até do que planejam: e elas compartilham sonhos e planos para um futuro próximo. É inevitável perceber em seus olhos e semblantes o entusiasmo e a jovialidade.

Mas quando eu olho para os pais, muitos deles fogem o olhar, desconversam quando o assunto é futuro e consigo perceber as caras de “ quando foi que ela cresceu?”.

Isso me trouxe esta reflexão que quero compartilhar com vocês: por que temos tanta dificuldade em nos projetar para daqui 15, 20 ou 30 anos. Naturalmente somos imediatistas, pensamos muito no presente e o máximo de futuro é semana que vem (me refiro à grande maioria), obviamente. E quando o assunto são nossos filhos – que parece que mal acabaram de nascer! – isto se torna um desafio.

Afinal de contas, quando eles crescem, suas camas ficam vazias, os cabelos paternos grisalhos e pronto, o futuro chegou! A saúde de nossos filhos não deve ser só para o próximo inverno, o uso de medicações não deve ser contabilizadas apenas para este ano, seus hábitos não podem durar até o próximo mês, tudo deve impactar uma vida inteira.

Vamos pensar mais sobre isso! Será que o que estou fazendo agora, com minha saúde e com a de meus filhos vai trazer resultados positivos também para o futuro? Devo me preocupar com o peso, a alimentação, alergias para quando eles forem morar sozinhos em outra cidade? Ou para quando for mãe também? E seus valores, seus hábitos? Estão como você espera quando seu filho tiver 20 ou 30 anos? Seria erro pensar que como pediatra, vejo apenas crianças. Esta semana, pude comprovar que meu trabalho pode mudar a vida de um adulto.