“Volta pro seu estado”: professora de Brusque faz publicação xenofóbica contra nordestinos nas redes sociais

Vídeo foi enviado ao jornal O Município

“Volta pro seu estado”: professora de Brusque faz publicação xenofóbica contra nordestinos nas redes sociais

Vídeo foi enviado ao jornal O Município

Uma professora da Escola de Educação Básica Padre Lux, que fica no bairro Azambuja, fez uma publicação nas redes sociais em que sugeria que pessoas vindas do Nordeste deveriam voltar para seus estados de origem. O vídeo da publicação foi enviado ao jornal O Município por leitores e prática pode ser enquadrada como crime de xenofobia.

Nas redes sociais, a professora postou um vídeo que, além de sugerir “o retorno” para os nordestinos que vivem em Brusque, propõe que as empresas deveriam fazer um “boicote” (negando emprego) às pessoas vindas do Norte do país.

“Que tal fazermos um boicote a todos que vêm do Norte para Santa Catarina pedir emprego, ganhar a vida e crescer? Começar a mandar de volta né gente? Depois de uma eleição dessa, né? 70% pra Bahia, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Pará, né? A gente passa a não deixar eles ficarem por aqui, segue seu caminho, seu rumo. Vai lá fazer o seu estado crescer, né”, diz a professora no vídeo. 

Após a publicação, o material foi apagado pela mulher, porém, pessoas salvaram ele antes de sumir das redes sociais. Enquanto falava, havia também uma enquete no vídeo com as opções: “voltar pro estado” e “liberado pra todos”.

Confira o vídeo:

Denúncia

Em conversa com o jornal O Município, uma leitora que não quis se identificar mandou o vídeo da professora e relatou detalhes do acontecido.

“Venho denunciar um post xenofóbico em rede social em forma de vídeo, de uma servidora da secretaria de Educação de Brusque. Ela usou sua rede social no Instagram para promover um “boicote” contra nortista e nordestinos, dizendo que os mesmos deveriam ser mandados de volta para seus estados. Ela apagou o vídeo se sua conta, mas temos salvo”, conta a leitora. 

“Gostaria de ressaltar o quanto me senti ofendida, pois sou do Norte e moro na cidade há quase 14 anos. Há 13, sou servidora efetiva da Rede Municipal de Educação e sempre atuei de forma digna, trabalhando em prol da educação nessa cidade. Entendendo que xenofobia é crime”, complementa.

Respostas

O jornal O Município entrou em contato com Secretaria de Educação de Brusque, que relatou ainda não ter recebido denúncias da professora. Também foi confirmada a informação de que ela não faz parte do quadro atual de professores municipais.

Em contato com a assessoria do Padre Lux na manhã desta quinta-feira, 6, foi confirmado que a professora leciona na escola, porém, não foi possível obter mais detalhes. A informação de que ela também trabalha na Escola de Ensino Fundamental Paquetá ainda não foi confirmada.

Nas redes sociais, a mulher possui um perfil em que diz trabalhar com artesanato e peças para bebê e utilitários. Adolescentes que se dizem ex-alunos dela afirmam que ela lecionava a disciplina de inglês.

Atualização (6/10, às 15h23): a Secretaria de Educação de Brusque informou que a professora atua também, com contrato temporário, na Educação de Jovens e Adultos (EJA) de Brusque. A Coordenadoria Regional de Ensino (CRE) de Brusque informou que a professora pediu licença médica.

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