Volume de exportações de Brusque no primeiro trimestre é o maior desde 2009; confira números

Balança comercial dos três primeiros meses do ano na cidade foi a menos deficitária em quatro anos

Volume de exportações de Brusque no primeiro trimestre é o maior desde 2009; confira números

Balança comercial dos três primeiros meses do ano na cidade foi a menos deficitária em quatro anos

No primeiro trimestre de 2022, Brusque exportou mais e importou menos em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

No total, Brusque exportou mais de R$ 17,71 milhões, maior valor no período desde 2009, enquanto importou R$ 71,88 milhões. Os produtos mais exportados pela cidade são caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes, que representam 35% do total. Já os mais importados são fios de filamentos sintéticos (exceto linhas para costurar), não acondicionados para venda e retalho (12%).

Os países que mais vendem para Brusque são China, Índia e Coreia do Sul. Já os países que mais compram de Brusque são Argentina, Estados Unidos, México, Paraguai e Uruguai.

Cenário das exportações

Francine Krieger da Cunha, do Núcleo de Comércio Exterior da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), analisa que o crescimento das exportações foi registrado na cidade por uma série de fatores. Um deles é que o custo de comprar da China, que ficou mais alto em função dos fretes internacionais e preço de algumas matérias primas. Dessa forma, alguns produtos acabados, como artigos de vestuário por exemplo, ficaram mais vantajosos comprando do Brasil.

Além disso, países que possuem acordo comercial com o Brasil, como os do Mercosul e México, conseguem importar com benefícios que reduzem o imposto de importação quando o produto tem direito ao certificado de origem. O preço do dólar, que estava com patamar mais alto, também viabilizou as exportações.

Outro fator importante foi o investimento que algumas fábricas fizeram em infraestrutura e equipamentos em 2021, se tornando mais competitivas.

Ela cita, porém, que o cenário para os próximos meses é incerto. O valor do dólar está baixando, o frete não está tão caro e ainda existe a influência das eleições nesse cenário.

Analista de comércio exterior da Embrast, Priscila Martins conta que a empresa registrou um aumento significativo nas exportações no primeiro trimestre.

“Acreditamos que a procura está maior por produtos brasileiros por conta do atual cenário da guerra na Ucrânia. Muitos importadores que tinham seus fornecedores na Europa, estão voltando suas demandas de compra para Brasil, inclusive, a própria Europa. Então entendemos que apesar da instabilidade do dólar e aumento na matéria prima, é um ótimo momento para o Brasil no que diz respeito às exportações”.

Apesar disso, ela destaca que, mesmo com esse número positivo, a empresa tem enfrentado dificuldades com o aumento de preço da matéria prima e instabilidade do dólar nas exportações. “Isso faz com que os preços também fiquem instáveis e menos competitivos”, acrescenta.

 

Produtos mais exportados por Brusque no primeiro trimestre de 2022

• Caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes – 35%;

• Máquinas e aparelhos, material elétrico e suas partes; Aparelhos de gravação ou reprodução de som, aparelhos de gravação ou reprodução de imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios – 27%;

• Máquinas e aparelhos para preparação ou fabricação industrial de alimentos ou bebidas, exceto as máquinas e aparelhos para extração ou preparação de óleos ou gorduras vegetal – 7,1%.

Produtos mais importados por Brusque no primeiro trimestre de 2022

• Fios de filamentos sintéticos (exceto linhas para costurar), não acondicionados para venda a retalho – 12%;

• Fios de fibras sintéticas descontínuas (exceto linhas para costurar),não acondicionados para venda a retalho – 9,9%;

• Máquinas e aparelhos, material elétrico e suas partes; Aparelhos de gravação ou reprodução de som, aparelhos de gravação ou reprodução de imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios – 5,6%.

Balança comercial menos deficitária

No primeiro trimestre de 2021, o déficit da balança comercial de Brusque (relação entre o valor de produtos exportados e importados) ficou em quase R$ 74 milhões. No mesmo período de 2022, o valor caiu para R$ 54,1 milhões, melhor número desde os R$ 44,3 milhões de 2018.

“Se formos analisar as importações, acredito que houve diminuição por conta do cenário econômico que não está tão aquecido no momento. Assim, as empresas importadoras acabam segurando um pouco suas compras. Além disso, muitas empresas que aproveitaram a onda da pandemia e pós para surfar em algum tipo de produto, esse ano já não continuaram as importações”, opina a analista de comércio exterior da Embrast, de Brusque, Yasmin Gaspar.


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