Voluntários do CVV de Brusque dão apoio emocional e atuam na prevenção ao suicídio

Atualmente, 15 pessoas se revezam no posto de atendimento do município

Voluntários do CVV de Brusque dão apoio emocional e atuam na prevenção ao suicídio

Atualmente, 15 pessoas se revezam no posto de atendimento do município

Desde janeiro do ano passado, Brusque voltou a ter um posto de operações do Centro de Valorização da Vida (CVV). O espaço funciona em uma sala cedida pela Havan, no Centro, e atualmente conta com 15 voluntários, que se revezam para atender telefonemas de todo o país e dar apoio emocional para aqueles que mais precisam.

Para entrar em contato com o CVV, basta ligar para o número 188. A central que fica em São Paulo redireciona a ligação para um posto onde tenha voluntários atendendo naquele momento e que podem ajudar. 

O CVV funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, e tem auxiliado muitas pessoas a encontrarem uma perspectiva para a vida e minimizar o sofrimento. Atualmente, são 110 postos de atendimento em todo o país, sendo que a entidade está presente em todas as capitais.

Voluntária do CVV de Brusque, Luciana Raimundo Marcos explica que o intuito da entidade é acolher a pessoa e dar a possibilidade dela falar. “Damos a oportunidade de a pessoa dizer o que está afligindo. As pessoas quando estão aflitas precisam, na verdade, desabafar, esvaziar o copo e a partir do momento que ela fala, se ouve, consegue aliviar, ficar mais tranquila e com isso ter uma perspectiva. O exercício do voluntário do CVV é aprender a ouvir com empatia”.

Só no mês de agosto, o CVV de Brusque atendeu 356 pessoas. No ano passado, foram 9.571. Luciana diz que geralmente o CVV é associado ao Setembro Amarelo, entretanto, a entidade funciona o ano inteiro. “Estamos disponíveis o ano todo, essa é uma necessidade constante. Acreditamos que ouvir as pessoas e dar espaço para eles falarem é uma forma de evitar que elas cheguem ao extremo que é o suicídio”.

Luciana é uma das voluntárias do CVV de Brusque | Foto: Bárbara Sales

Ela ressalta que os atendentes do CVV não são profissionais, são voluntários que se disponibilizam para auxiliar o próximo. Para isso, recebem treinamento e estão em constante atualização. A entidade é aberta para receber qualquer pessoa. O único requisito é ter disponibilidade.

“Nós dizemos que é preciso ter disponibilidade de tempo e interna, mais interna que de tempo porque quando se dispõe a ouvir, tem que se despir de conceitos e pré-conceitos. Quando nos colocamos em uma posição de ouvinte, não comparamos, não julgamos”.

Luciana afirma que o período de maior movimento é a noite. Em Brusque, o posto do CVV tem voluntários todos os dias das 19h às 23h, horário de maior pico. As pessoas que ligam não tem um perfil específico. São mulheres, homens, adolescentes, idosos, pessoas de condição social muito boa, outras nem tanto, pessoas muito instruídas, outras nem tanto. “O CVV é para todos. Não tem um nível social ou socioeconômico. Todo mundo precisa conversar, todo mundo, em algum momento se acha um pouco esquisito”.

A voluntária destaca que as pessoas que entram em contato com o CVV sentem um grande vazio. “As pessoas falam muito de um vazio, não sabem explicar. Teoricamente, a pessoa não quer se matar, quer matar a dor dentro dela. A pergunta que nos fazemos é o que faz ela sentir tanta dor e o que podemos oferecer para minimizar isso. Não focamos no problema, mas na pessoa, no que ela está sentindo”.

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