Voluntários trabalham para reestruturar o Museu de Azambuja
Novo projeto museológico melhorará distribuição do acervo e permitirá consulta pela internet
Uma parceria entre a direção do Museu Arquidiocesano Dom Joaquim e do Instituto Cultural Soto vai permitir uma revisão e atualização do acervo e estrutura da unidade com um novo projeto museológico. O trabalho é feito desde o ano passado. O grupo é responsável por iniciativas semelhantes em outras cidades do estado, como Itajaí e Florianópolis.
Ao todo, 14 técnicos atuam no museu do Vale de Azambuja. Entre as especialidades dos profissionais estão o pedido de tombamento, restauro, avaliação de projeto museológico e luminotécnico. “Consideramos que o museu tem um grande potencial, mas ele tem tido uma expressão municipal e, quando muito, regional. Acreditamos que ele pode ser uma projeção internacional, sendo um museu diferenciado”.
Os trabalhos são acompanhados pelo professor, coordenador e curador do Ecomuseu da Univali, Jules Soto. A iniciativa voluntária, diz ele, faz parte de um projeto pessoal. Segundo o especialista, o acervo aproxima ciência e religião.
Para Soto, não só o prédio e a arquitetura que se destacam. A utilização de todo prédio pelo museu, segundo ele, é uma característica no setor e ele merece um projeto museológico à altura deste perfil. Exemplifica o trabalho da equipe com as iniciativas desenvolvidas no Museu Oceanográfico da Univali e o Museu Naval Centro Cultural da Marinha, em Florianópolis.
O primeiro passo do trabalho é a catalogação com uma avaliação técnica do acervo existente. Por enquanto ele ainda passa pela elaboração do projeto. Os registros informatizados devem substituir o antigo registro em fichas e permitir a consulta virtual do acervo. A tendência é que os trabalhos sejam intensificados no segundo semestre, com a finalização de trabalhos em outras cidades.
Durante o inventário, foi constatado que há peças consideradas de grande valor histórico ou artístico com itens sem relevância museológica ou fora de contexto. Nestes casos, os itens devem ser realocados no complexo. Outro problema é a falta de um controle sobre o tamanho exato do acervo.
Respeito à estrutura
As mudanças físicas serão internas e devem respeitar as características originais e atuais. Ele havia passado por reformas no ano passado. Nele serão revistos e refeitos os cadastros das peças que compõe o acervo, além de uma reorganização do material.
Segundo ele, os trabalhos não devem descaracterizar o foco em arte sacra do museu e permitirão uma melhor valorização de outros aspectos de outros pontos do contexto bíblico. “Não tenho dúvidas que esta mudança vai impactar o museu de forma positiva. Estamos trazendo uma nova proposta”.
Aumento de público
O diretor do Museu Arquidiocesano Dom Joaquim, padre Francisco Wloch, espera conseguir atrair mais visitantes para o local com o que chama de “uma repaginada”. “Espero que este trabalho desperte mais a curiosidade das pessoas. Ele é um espaço único, não tem como comparar com qualquer outro na região”, resume.
Segundo ele, apesar da importância histórica e cultural para o Sul do país, o número de visitas está abaixo do esperado. Como o trabalho é voluntário, ele não sabe precisar o prazo necessário para a conclusão dos serviços.