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Voz e Elas: grupo brusquense cria projeto para ajudar mulheres no combate à violência

Grupo realiza palestras, rodas de conversas e também divulga informações sobre os direitos da mulher

Para ajudar mulheres que sofrem agressões físicas, psicológicas e até financeiras, o núcleo de estudos brusquense Paideia Accademia fundou o projeto Voz e Elas. O grupo realiza palestras, rodas de conversas e também divulga informações sobre os direitos da mulher.

Uma das integrantes do projeto, a advogada Tainá Pedrini, conta que o Paideia foi criado como um clube do livro, onde um grupo de pessoas se reúnem para falar sobre um livro específico e debater assuntos acerca do tema.

“Nesses debates sobre os livros, nós começamos discutindo sobre minorias, depois começando discutir sobre democracia

O projeto surge um pouco antes da pandemia no Brasil, entre o final de 2019 e início de 2020. Os encontros do grupo renderam conteúdo para um livro, que contou com apoio de diversas personalidades jurídicas da região, alunos, e integrantes do Paideia. O lançamento de “Democracia” ocorreu em 2023, na Uniasselvi, onde, até aquele momento, boa parte dos integrantes do grupo frequentavam. Hoje o projeto não possui vinculação com a instituição de ensino superior.

“Eu acredito que foram os encontros literários que iniciaram nossa união. Eu também chamei outros professores, colegas e amigos de outros lugares para comentarem essas discussões, nisso começamos a perceber algumas demandas sociais que eram próprias do grupo”, conta Tainá.

Nas ações solidárias que o Paideia participa é feito todo um mapeamento e planejamento do que cada região, comunidade ou entidade necessita. O grupo já participou de arrecadações com outras entidades sociais como o Quero Impacto, Lar Menino de Deus e agora colabora com o Projeto Sementes para arrecadar doces e guloseimas para um evento de Páscoa.

Arrecadação de alimentos feito pelo Voz e Elas. | Voz e Elas/Divulgação

Caráter informativo

Tainá reforça que a página do Paideia também tem o propósito de informar as pessoas. “As redes sociais são repletas de informações inverídicas que só induzem as pessoas ao erro”.

O grupo percebeu, dentro do Paideia, que havia necessidade de falar sobre pautas femininas. Desta forma, criaram o subprojeto Voz e Elas, que aborda pautas como violência contra mulher e que também traz conteúdos informativos sobre personalidades históricas femininas. “O que falta para essas mulheres? Falta informação, por isso o Voz e Elas é informativo”

O Voz e Elas já esteve presente em diversas ações solidárias no município, assim como em escolas e também presente nos eventos de Sábado Fácil, realizados no Centro de Brusque.

Ações contra o bullying

Por enxergarem demandas de diversos grupos sociais, o Paideia, assim como o Voz e Elas, também realiza palestras com crianças nas escolas da região. Temas como o bullying e a violência doméstica são mencionados durante a conversa com os estudantes.

“São dois grupos que acabam sofrendo muito culturalmente. E na nossa região isso (a violência contra mulher) é uma realidade. Visitando as escolas a gente percebeu que o bullying também é uma realidade e que é pouco comentado, assim como outros tipos de violência contra criança”.

Palestra sobre violência doméstica na escola Padre Luiz Gonzaga. | Voz e Elas/Divulgação

Tainá conta que durante algumas dessas visitas às escolas, impulsionados pelo assunto, alguns alunos relatam experiências do ambiente familiar.

“A meu pai pegou uma faca e fez tal coisa e eu corri”, menciona em exemplo. Ela diz também que as próprias diretoras das escolas os chamam para ter uma conversa antes ou depois das palestras com essa criança ou adolescente, que geralmente, a instituição identifica que sofre com algum problema.

Em outros casos, após a ida às instituições, a advogada diz que alunos mais velhos também costumam mandar mensagens nas redes sociais para conversar.

Projetos futuros

Tainá ressaltou o bom trabalho que o grupo tem feito e também falou sobre o planejamento para o ano. “O Paideia surgiu como um sonho de menina e com os integrantes tornou-se algo maior e melhor”.

Para este ano, os grupos já possuem ações sociais para todo o calendário de 2024. Atualmente, também trabalham para fazer o registro de um estatuto e a regularização das ações do coletivo. “As ocupações serão bem distribuídas, conselheiros fiscais, tesoureiros”. Ela conta que essa questão também a preocupava e por isso o grupo não realizava trabalhos com valores em dinheiro ou qualquer outro tipo de pagamento.


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