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Voz marcante do rádio brusquense: Clayton Coutinho completa 30 anos de dedicação à Diplomata FM

Natural de Blumenau, locutor realizou sonho de criança de trabalhar no rádio

Clayton Coutinho chegou à Diplomata FM em 1994 como um jovem sonhador que sempre quis fazer uma carreira no rádio. Trinta anos depois, ele, hoje aos 50 anos, conseguiu alcançar seus objetivos na profissão e se transformou em uma das vozes mais famosas de Brusque.

Desde sua infância em Blumenau, Clayton teve contato com o rádio. Ele cresceu ouvindo os hits de U2, Legião Urbana e Paralamas do Sucesso, entre outras bandas, e se encantou com aquele universo.

“Eu ouvia muito as músicas e também notícias. O rádio como ele é me encantava. Quando comecei a ouvir o rádio na largada do FM, era impossível não gostar”.

Em um mundo onde a difusão da internet era algo que estava só no imaginário, o rádio e a televisão eram os grandes meios de comunicação, e Clayton achava muito difícil ter a oportunidade de estar no microfone, mas o seu sonho era mais forte e ele não descansou enquanto não teve uma oportunidade.

Primeiros passos no rádio

O primeiro trabalho de Clayton em uma rádio foi em Penápolis, no interior de São Paulo, ainda quando estava realizando seus estudos em uma escola agrícola.

“Desde os 10 anos, já estava batendo nas portas das rádios. Eu trabalhei lá por 1 ano e meio, enquanto realizava meus estudos. Voltei para Blumenau e passei a procurar uma oportunidade em rádios”.

Quem lhe deu a oportunidade foi a rádio Diplomata, em Brusque. Após realizar um teste, Clayton recebeu a notícia de que foi aprovado e iniciou sua longa e bem-sucedida trajetória em junho de 1994.

“Logo depois que eu entrei na rádio, o Brasil foi tetracampeão do mundo de futebol. Em um mês de trabalho, eu já estava na rua celebrando o título”, lembra.

Na época, a Diplomata ficava em um prédio no início da rua Rodrigues Alves, próximo de onde atualmente é a Mega Motos. A rádio funcionou neste local até 1998, quando se transferiu para o prédio onde atualmente funciona, no edifício executivo Quartzo, que fica na mesma rua.

Momentos marcantes

Desde o início, Clayton mostrou sua dedicação à rádio. Em pouco tempo, ele já passou a trabalhar em outros setores além da locução.

“Naquela época, eu passava o dia inteiro na rádio e eles não tinham escolha a não ser me contratar para outra função. Então passei também a trabalhar no administrativo e no comercial”. Ele segue cumprindo essas funções até hoje e atualmente também é produtor da Diplomata.

A história dele e da Diplomata FM praticamente se confundem, já que a rádio foi fundada em 1990, quatro anos antes de sua chegada. Portanto, ele acompanhou quase todas as mudanças pela qual a rádio passou.

“Iniciei na rádio em uma transição do CD para o digital. De 1998 para 1999, a internet começou a digitalizar tudo e então começamos essa transição, do CD para o mp3. Tivemos que doar os CDs para os ouvintes, não tinha mais justificativa para termos aquele acervo enorme. Sou muito feliz de lembrar tudo isso”, ressalta.

Clayton trabalha na Diplomata FM desde os 20 anos | Foto: Arquivo pessoal

Um dos programas marcantes da trajetória de Clayton na Diplomata é o DJ Por Um Dia, que ficou mais de uma década no ar e mobilizava os ouvintes, principalmente os jovens, para dar oportunidades para que eles participassem e conhecessem a rádio.

“Era um dos programas que eu mais gostava de fazer porque, além de receber ouvintes da rádio, construiu uma audiência muito grande. Pessoas que participaram hoje são, por exemplo, proprietários de empresas e anunciam na rádio. Criou uma relação e plantou uma semente. Criei muitas amizades, conheci muita gente e era uma forma da gente também entender o que as pessoas pensavam, os ouvintes na parte musical, na parte da rádio. Você acabava tendo a oportunidade de trocar ideias com o ouvinte e ter um feedback dele de tudo o que a rádio estava fazendo. Então era ímpar mesmo, o DJ por um dia é um dos grandes programas da rádio”.

Durante alguns anos, a Diplomata também foi conhecida pelas grandes festas que realizava no município. Até hoje, Clayton guarda com carinho esses eventos.

“Traz uma memória afetiva até hoje. Participar dessas festas foi uma oportunidade incrível. Essas festas criaram uma conexão com as pessoas que permanece até hoje”, lembra. “Fazer uma rádio independente e com a linguagem da equipe, para uma cidade que era pequena na época, foi um mérito da nossa equipe”.

A última festa realizada pela Diplomata foi em 2008, em um final de semana de muita chuva, que prejudicou o evento. Uma semana depois, porém, uma nova enxurrada, ainda mais forte, fez com que várias encostas desmoronassem na região. Neste momento, Clayton entendeu ainda mais a importância do rádio na vida das pessoas.

“Aquilo ficou marcado, ficamos com a equipe aqui por três dias. Chegou um momento que só a nossa rádio estava no ar, porque tínhamos gerador. Recebemos muitas ligações porque as pessoas não conseguiam se comunicar e nem se locomover. Eu lembro que eu estava no ar e uma família de Itajaí que ligou preocupada com um ônibus de crianças que tinha ido visitar as cavernas em Botuverá. E a gente tinha a informação. Conseguimos os tranquilizar no ar porque tínhamos tido contato e informamos que estava tudo bem. Foi uma virada de chave. Percebemos que podemos ser muito útil. O comunicador tem que estar preparado para enfrentar essas situações, foi muito marcante para mim. Percebi como a gente poderia mudar o jeito de fazer rádio”, lembra.

Locutor participa de programas de bancada em diversos horários do dia | Foto: Arquivo pessoal

A pandemia de Covid-19, como em todos os setores, também foi um desafio enorme para Clayton e para a Diplomata. A rádio, que sempre teve um tom mais irreverente, precisou adaptar sua linguagem para lidar com o período.

“A gente precisava informar e se equilibrar, nunca vivemos um momento como aquele. Nunca deixamos de fazer nenhum programa, mas foi um período muito difícil. Chegou uma hora que percebemos que não poderíamos continuar trazendo apenas notícias ruins, tínhamos que ter uma outra função. Tinha que ter momentos para isso e outros para que as pessoas tivessem entretenimento e paz”, lembra.

Clayton destaca que a rádio viveu uma tremenda transformação. “Não foi fácil, mas foi muito marcante. 2020 era o aniversário de 30 anos da empresa e nossos planos de celebração foram por água abaixo, mas foi um momento muito impactante e histórico para a rádio. De uma rádio jovem e com energia, tivemos que nos equilibrar também com as notícias ruins e tristes. Era difícil ir para o ar feliz com tudo o que estava acontecendo e a gente ainda tinha que se cuidar para não contrair a doença e continuar trabalhando”.

Gratidão

A equipe da rádio Diplomata faz vários programas de bancadas, em vários horários, intercalando música e bate papo. Clayton participa, por exemplo, do Manhã Mais, o Rádio Pop e o Interligado, que geram uma identificação com os ouvintes.

São programas que trazem notícias, atualidades, música e às vezes coisas curiosas para deixar mais leve. “Os nossos ouvintes ouvem a gente o dia todo, eles conhecem toda a programação, os locutores. Muita gente, na rua, conhece a minha voz, mas não o meu rosto. É a magia do rádio”, conta. “Para mim, comunicação é conexão. Não somos uma rádio apenas de notícias, temos energia para animar as pessoas desde que acordam. É o que eu busco”.

Clayton chegou à Diplomata quando a rádio tinha apenas quatro anos | Foto: Arquivo pessoal

Em toda essa trajetória, Clayton sente que conseguiu realizar o sonho daquela criança de 10 anos, que sonhava em estar por trás do microfone de uma rádio. Em 2001, ele foi finalista do prêmio Acaert de Comunicação, na categoria melhor locutor – apresentador FM do estado de Santa Catarina, e ficou em segundo lugar.

“Sou muito feliz aqui. A rádio me recebeu muito bem, a diretora Marise Westphal Hartke juntamente com marido, Roberto Hartke Filho, e o coordenador da rádio, Jô Eufrázio, me deram grandes oportunidades. Quando cheguei, a equipe estava sendo reformulada e nos deu oportunidade de fazer uma rádio espetacular e inovar. A rádio ainda era nova, tinha quatro anos e estava começando a fazer uma rádio pop e jovem. A equipe aqui é sensacional e me deu a oportunidade de traçar um caminho que sempre sonhei”.


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