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Waguinho: “Equilíbrio emocional é o que vai fazer você ser campeão”

Técnico comenta título brasileiro do Brusque e especulações de saída

A conquista da Série D do Campeonato Brasileiro coroa cada jogador, funcionário e dirigente na história do Brusque Futebol Clube, após o já histórico acesso comemorado há menos de um mês. O Marreco derrotou o Manaus por 6 a 5 nos pênaltis, após empate em 2 a 2 no tempo normal, e se tornou o quarto clube catarinense ter uma conquista nacional.

Waguinho Dias admite que a equipe poderia ter evitado a virada que sofreu para o Manaus. O empate saiu de Sávio aos oito do primeiro tempo, e a virada com Mateus Oliveira, aos 15 do segundo.

“Não podíamos ter tomado um gol daquela maneira como tomamos no primeiro gol. Pedi mais marcação forte no meio. Tomamos mais um gol de cabeça, o cara não pode entrar ali sozinho, de tanto que a gente treina. Fiquei muito chateado com aquele gol, e quando fiz as substituições, foi para dar velocidade, num momento bom. Com Thiago Henrique e principalmente o Leílson, eles movimentaram bem”.

Possível saída

Waguinho Dias também comentou as especulações sobre uma possível saída para o Criciúma: “Eu não recebi nenhum telefonema oficial do Criciúma. Recebi sim, de outras pessoas dizendo que existia possibilidade de me ligarem depois. Até agora não recebi. Eu sou profissional, tenho minha família. Preciso fazer minha vida financeiramente, e o Brusque está contente com uma Série C. O Waguinho numa Série B seria da mesma forma. Todo mundo quer uma promoção, financeira, profissional. Não é que eu largarei o Brusque, não quero isso. São oportunidades de carreira, de vida. Muitos me entendem, outros não vão entender. Hoje não tem nada. Eu não vou sair pelas portas dos fundos. Será tudo muito conversado com o Brusque, bom para todos. E se eu sair é por carreira, não por não querer trabalhar no Brusque. Quero deixar as portas abertas. Se eu não sair, vamos fazer uma equipe muito forte para a Copa Santa Catarina.”

O quadro de Waguinho Dias, resumindo a preleção para a final | Foto: João Vítor Roberge

Frieza

Em um jogo que para muitos parecia perdido, o Brusque teve a frieza para buscar o gol já no fim do jogo. Diante de 44.896 torcedores, os jogadores do quadricolor converteram todas as suas cobranças de pênalti.

“Equilíbrio emocional é que o que vai fazer você ser campeão. Você consegue ter intensidade, administrar as jogadas que pense em fazer. Se ficar nervoso, desequilibrar, não consegue realizar tudo o que pode. Quando coloquei o Thiago Henrique e o Leílson, era pra ir para cima. Eles estavam sentindo muito na parte física. Conseguimos o empate numa jogada bonita. Enfim. Equilíbrio emocional, acho que isso foi determinante para que a gente fosse campeão”, comenta o técnico do Brusque.

Sem medalhões

Diferente de anos anteriores, o Brusque tem um elenco sem medalhões rodados por grandes clubes. Na visão de Waguinho, isto foi fundamental para a união do elenco, com jogadores que se veem como iguais. “Você traz algum jogador de renome, ganhando muito mais com o outro, mordomias, regalias, isso prejudica o grupo. Diziam às vezes, aqui e fora, que precisava de um nome para chamar a torcida. O que chama a torcida é resultado. É ver todo mundo disputando, com raça, vibrando. Se o torcedor enxerga que todo mundo se entregou, correu, tentou, ele vai estar junto.”

Futuro do clube

“Hoje temos que fazer uma festa para ficar marcada para as crianças, para os jovens, que vão dar sequência à torcida do Brusque. Tem que entrar dinheiro, sem dinheiro o Waguinho não fica, você não traz jogador bom… Não pode depender só de Havan. Precisa mais. O Brusque precisa se tornar clube formador, que vai fazer negócio, vai vender, trazer negócios para uma base de um clube que vai ser a quinta força de Santa Catarina, e depois a quarta.”

“Nunca somos campeões sozinhos. É a cidade, a torcida, a imprensa. Por isso somos campeões. Quero ver festa e todo mundo alegre, porque Brusque merece.”

Goleiro e treinador comemoram o título | Foto: Lucas Gabriel Cardoso

Personalidade do goleiro

O goleiro Zé Carlos fez questão de bater o sexto pênalti do Brusque, que seria cobrado pelo zagueiro Magrão. O ídolo do quadricolor reconhece que não se destacou defendendo as cobranças, mas teve a frieza e a categoria para marcar o gol que calou a Arena da Amazônia em dia de público recorde.

“Uma loucura, depois de quase um mês parado, sem fazer nada, e uma semana treinando direto para ter a confiança dos meus companheiros. Não fui bem defendendo as cobranças de pênaltis ali, mas 44 mil pessoas e o cara ter a frieza de bater um último pênalti… Loucura. Só tenho a agradecer a Deus, à minha família, a Brusque, aos torcedores, ao clube, e aos meus companheiros. Parabéns mesmo, agora é comemorar e dizer para o torcedor do Brusque que estamos chegando e queremos uma recepção muito boa”, comenta.