Zagueiro-artilheiro, Erivelto já marcou seu nome na história do Carlos Renaux
Autor do primeiro gol na nova fase profissional do Vovô, defensor conta sua história e fala sobre a chance de defender o clube
Autor do primeiro gol na nova fase profissional do Vovô, defensor conta sua história e fala sobre a chance de defender o clube
O grito de gol entalado na garganta do torcedor do Carlos Renaux durante 12 anos saiu logo aos quatro minutos do primeiro tempo na estreia do time pela Série C do Campeonato Catarinense, e o responsável por isto foi Erivelto. O zagueiro de 22 anos subiu bonito após o escanteio cobrado por Álisson e cabeceou a bola no canto direito do gol do Porto. Mais do que o primeiro gol do Vovô na volta ao futebol profissional, ele marcou o segundo e o quinto da equipe na goleada por 7 a 0. É o artilheiro isolado do campeonato, com seu nome escrito na história do clube de futebol mais antigo de Santa Catarina.
A reportagem do jornal O Município conversou com Erivelto durante os treinamentos desta quarta-feira, 5, no campo da Sociedade Lageadense, em Guabiruba. Natural de Belo Horizonte, ele cresceu cercado por futebol. Seu pai atuava em campeonatos amadores da cidade, e Erivelto e seu irmão gêmeo, Erielto, o acompanhavam sempre. Quando ele faleceu, em 2012, os garotos tinham apenas 16 anos. “Ele sempre buscou para nós um futuro melhor do que o que ele teve. Sempre investiu na gente, e isto me motivou muito. Ele deixou um legado muito bonito, e até hoje faço muito em memória dele”, relata.
Início no time de coração
Muito do início da carreira de jogador de Erivelto veio por causa do pai, que se dedicava a realizar os sonhos dos filhos. Após ser matriculado em uma escolinha de futebol, o zagueiro fez amizade com João Batista, que Erivelto diz ser um profissional conhecido e influente nas categorias de base em Belo Horizonte. Foi a ponte para que ele fosse levado ao seu time de coração: o Atlético Mineiro.
Erivelto chegou com 12 anos ao Galo, e lá ficou até 2014, quando completou 18 anos. Pôde jogar com o irmão gêmeo, que é goleiro, por cinco anos e meio. Lá, viu de perto o time ser campeão da Libertadores de 2013 e teve oportunidade de treinar com o time principal, que era composto por jogadores como Victor, Jô, Bernard, Leonardo Silva, Luan, Diego Tardelli, Josué e Ronaldinho Gaúcho. Em 2014, havia chegado ao clube o experiente zagueiro Edcarlos, que se tornou uma espécie de mentor do garoto.
“A gente fica muito deslumbrado quando é mais novo. Foi uma experiência muito boa, recebi muitos conselhos. A gente conversava muito com o Edcarlos, e ele sempre me deu muitos conselhos, deu para amadurecer bastante”, conta.
Novos ares
Em 2014, o contrato com o Atlético expirou, e Erivelto optou por não renovar. Havia surgido a oportunidade de ir para Beira-Mar, da segunda divisão de Portugal. No entanto, a experiência foi frustrada. “Havia muitos salários atrasados no Beira-Mar, não deu certo, e resolvi voltar. Fui para o J. Malucelli em 2015, e fiquei lá até 2017”, relata o zagueiro.
Erivelto está em Brusque há cerca de um mês, e escolheu ir para o Carlos Renaux por causa das boas condições de trabalho e da história do clube. “A proposta que o clube me apresentou é muito boa, com condições de trabalho muito boas. É difícil no Brasil ter uma condição dessas. Aqui o salário é em dia, o alojamento é bom, a comida é boa, isto é importante. A ideia do clube é boa, voltar à primeira divisão. Na maioria das vezes o jogador trabalha no primeiro semestre, com os estaduais, e no segundo tem que se virar. Hoje, estou muito feliz com o que estou vivendo aqui.”
Ao receber a proposta, o zagueiro pesquisou sobre o Vovô na internet e descobriu que o clube tem uma história e uma tradição a zelar. O fator histórico do Carlos Renaux também foi determinante para a escolha de Erivelto. “Fiquei feliz de aceitar, é um clube de muita história, e fico muito feliz por agora fazer parte dela. É muito gratificante, não é algo que podemos esperar. E jogar com a torcida é ótimo, principalmente a nosso favor. A torcida do Renaux me acolheu muito bem.”
Contra o Caçador, nesta sexta-feira, 7, a expectativa é de um jogo bastante complicado para o Carlos Renaux. “Um passo foi dado, agora precisamos buscar a vitória. Estamos preparados para mostrar nossas qualidades.”
Com contrato até o fim da Série C e a adaptação acontecendo de maneira cada vez mais rápida, Erivelto cogita a possibilidade de renovação, apesar de sonhar em um dia disputar a Série A do Campeonato Brasileiro e retornar à Europa para uma experiência bem sucedida. “Se Deus quiser a gente renova, estou gostando muito de Brusque.”