Solis relembra jogos marcantes na campanha do título de 1992
Ex-zagueiro e capitão acumula 145 jogos pelo Brusque e marcou época
Sua chegada se deu ainda no início daquele ano, junto com outros jogadores com os quais havia trabalhado no Novo Hamburgo, além do técnico Joubert Pereira. Ele já havia atuado em Santa Catarina, defendendo o Criciúma entre 1986 e 1988.
No quadricolor, marcou época em 1992 formando uma dupla clássica com Clésio. O antigo xerife considera que foi uma mistura bem sucedida entre sua experiência e a juventude do companheiro, que completou 22 anos naquela temporada.
Risco nas quartas
O ex-atleta mantém vivas as lembranças de confrontos que considera dificílimos na luta pelo título do Catarinense de 1992: Chapecoense e Marcílio Dias, ambos no mata-mata.
Em 26 de novembro de 1992, nas quartas de final, contra a Chape, o Brusque estava obtendo uma surpreendente vitória por 3 a 0 fora de casa, já no primeiro tempo do jogo de ida. Cláudio Freitas e Palmito (duas vezes) marcaram os gols. Contudo, o que ocorreu no intervalo quase pôs tudo em risco.
“Chegamos no vestiário no intervalo e informaram que o diretor Nico Cardoso tinha morrido [em um acidente] na Antônio Heil”, relata. O ambiente mudou completamente. Restavam o choque e o luto, pela perda do dirigente. “O time se apagou. Quase perdeu o jogo. A partir dali, a gente se acabou. Senão, poderíamos abrir 4 a 0. Poderiam ter comunicado depois do jogo.”
No segundo tempo, completamente desmontado psicologicamente, o Brusque sofreu o empate: 3 a 3, com a Chapecoense balançando as redes com Itamar Gaúcho (dias vezes) e Neno. Contudo, na volta, disputada três dias depois, o quadricolor venceu por 2 a 0. Washington e Jair Bala anotaram os gols.
Semifinal
O jogo de ida da semifinal foi outro momento marcante para Solis: era um clássico contra o Marcílio Dias, em Itajaí, com estádio lotado. O adversário era muito forte.
“O melhor jogo que a gente fez foi contra o Marcílio Dias. Um a zero lá. Teve confusão no intervalo com torcedores, mas preferiram não passar nada porque o jogo estava muito tenso O time jogou muito. O Cidão [autor do gol] arrebentou. Era casa cheia deles. Acho que ali vimos que podia chegar. E o Marcílio tinha montado um time para ser campeão”, relata Solis.
“Não foi fácil, foi uma pressão do caramba. O time se comportou bem. A gente tinha jogadores como Palmito, Neilor, Claúdio Freitas, que seguravam a bola, eram habilidosos. A gente tinha que fazer a bola chegar neles, principalmente no Cláudio Freitas.” A bola parada, com Palmito e Cláudio Freitas, era uma das principais qualidades daquele time.
Na partida de volta, o Marcílio Dias venceu por 1 a 0, mas o empate na prorrogação deu a vaga na final ao Brusque, que tinha melhor campanha. A eliminação no limite do regulamento foi bastante amarga para o Marinheiro.
Retorno
Em 1994, Solis ainda conquistou mais um título estadual, defendendo o Figueirense. Ao longo de sua carreira, também passou por clubes como Novo Hamburgo, Botafogo, Criciúma, Avenida, Marcílio Dias, Blumenau e Fraiburgo.
Durante outra passagem, iniciada em 1996, Solis foi um dos líderes do Brusque campeão da segunda divisão estadual, em 1997. Foi o terceiro título da história quadricolor, novamente com participação do zagueiro, que seguiu com a equipe na temporada seguinte. Em 1998, o quadricolor fez outra grande campanha, com o terceiro lugar no Catarinense, atrás apenas de Criciúma e Tubarão. Desempenho comparável só seria visto dali a 19 anos, com o quarto lugar em 2017.
Solis
Zagueiro
145 jogos (1992-93, 1996-98)
6 gols
Em 1992: 50 jogos, 3 gols