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Zoobotânico de Brusque tem protocolo de emergência em caso de acidente com animais

Evacuação dos visitantes e abate do animal estão entre alguns dos procedimentos que devem ser tomados

O caso do gorila que foi morto no zoológico da cidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, após interagir com um menino de quatro anos que caiu em seu recinto provocou, novamente, discussões em todo o mundo sobre a segurança dos locais que mantêm animais em cativeiro e sobre a displicência dos visitantes.

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Segundo o biólogo e superintendente interino do Parque Zoobotânico de Brusque, Rodrigo de Souza, o desrespeito quanto às regras e às placas de sinalização ainda são comuns no Zoobotânico. Embora os guias orientem os visitantes, conta o biólogo, alguns deles insistem em ultrapassar as barras de proteção e insistem, inclusive, em alimentar os animais.

Souza diz que, ainda assim, é mínimo o risco de acontecer algum acidente grave como o registrado no zoo de Cincinnati. Caso aconteça, entretanto, o parque dispõe de um protocolo de emergência e contingência.

“Todos os zoos tem que ter um protocolo de emergência e contingência. Digamos que caiu uma árvore em um recinto e um animal conseguiu escapar, temos que seguir as regras que esse protocolo prevê”, explica Souza.

O biólogo diz que em ocorrências que envolvam a fuga de um indivíduo, a primeira ação do funcionário que verificou o incidente é informar todos os integrantes da equipe do parque. Posteriormente, a equipe evacua o zoo e os técnicos se encaminham para o local da fuga. De posse dos equipamentos necessários, eles agem conforme o cenário exige.

“Nunca tivemos algum incidente desse tipo, mas fazemos os treinamentos e estamos preparados. Existe uma caixa de emergência em que há todo o material necessário, como anestésico e dados sobre cada animal. Uma vez por mês, nós fazemos a manutenção desse material e também verificamos a validade do medicamento”, afirma o biólogo.

A evacuação, de acordo com Souza, é focada sobretudo no ambiente próximo ao recinto do animal que fugiu. O biólogo diz que após os visitantes deixarem o parque e após os acessos serem fechados, os técnicos verificam a posição do animal. A partir disso, é decidido qual a modalidade de captura que será executada.

“Se ele estiver em uma posição que dê para anestesiar, vamos anestesiar. Se houver uma forma de capturar, sem o anestésico, também vamos fazer. Já se ele for dócil, ele simplesmente volta para o recinto sozinho. Em último caso, em situações que não há nada mais para fazer, é feito o abate do animal”.

Caso seja necessário sacrificar o animal, a equipe de técnicos aciona a Polícia Militar. Essa atitude é imprescindível porque o Zoobotânico não tem autorização para manter uma arma de fogo no parque, em especial, argumenta Souza, porque é praticamente impossível que aconteça um acidente semelhante ao que ocorreu no zoo de Cincinnati.

Segundo o biólogo, os recintos das espécies do parque que apresentam maior nível de periculosidade – puma, onça pintada e mandril – são equipados para que os visitantes não consigam ter acesso ao espaço.

“Os recintos desses animais são completamente fechados, dos lados e em cima, e o tamanho da tela de proteção também impede que eles coloquem as patas para fora. Apenas se a pessoa descumprir as regras, passar da mureta de segurança e tentar colocar a mão no animal, pode acontecer um acidente”, diz.

Vidros e câmeras

Para auxiliar tanto na segurança dos animais quanto na segurança dos visitantes, o zoo projeta implantar câmeras de segurança e um sistema de som. Dessa forma, os técnicos podem monitorar melhorar todos os ambientes do parque e, caso aconteça alguma fuga, podem evacuar o parque de maneira mais rápida.

Outra modalidade de proteção que o zoo projeta é a colocação de vidros em alguns recintos. Segundo Souza, há um estudo em andamento para que isso ocorra. O material, porém, será utilizado apenas em recintos menores.

Cerca elétrica

Além das grades e das muretas de proteção, dois recintos do parque contam também com cercas elétricas para evitar possíveis fugas. Um deles é o do porco queixada e o outro é onde vivia o chimpanzé Kassin, que foi transferido para o zoo de Pomerode.

Cuidados

Quanto aos cuidados durante as visitas ao parque, o biólogo diz que, o principal, é seguir as orientações dos guias e das placas informativas. Ele ressalta que os visitantes não podem ultrapassar as muretas de segurança muito menos tocar nos animais ou alimentá-los.

Sobre a alimentação e o toque, Souza diz que o animal corre o risco de pegar doenças transmitidas pelos seres humanos, como a gripe, e pode sofrer alguma intoxicação ou alergia devido aos alimentos.

“Eu quero o bem estar principalmente dos meus animais. No momento que ele está em cativeiro, quem realmente precisa de segurança e necessita ser bem tratado é ele. Essa é uma filosofia da instituição”, afirma Souza.