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Zoobotânico tem projeto para reprodução de duas espécies

Ameaçados de extinção, o papagaio-de-peito-roxo e o papagaio do mangue foram os escolhidos

Em setembro, uma arara da espécie canindé nasceu no Zoobotânico. Entretanto, o animal não está na lista de ameaçados de extinção e por isso a reprodução não era prevista pelos biólogos. No parque, a ênfase para criação e procriação está vinculada à listagem do Ibama. Foi a segunda vez que o casal de araras – moradores do zoo desde 2011 – reproduz.

“Quando esse casal chegou ao parque, ele já havia se reproduzido outras vezes. As araras formam casais para a vida toda. Aqui, deixávamos eles soltos, não estavam presos nos recintos, mas o Ibama nos recomendou que prendessemos eles, até porque já haviam tentando chutar um deles. Então, colocamos o casal em um recinto extra onde não é permitida a visitação enquanto um novo recinto era construído, e lá eles se reproduziram”, afirma a bióloga Ana Kelly Pitlovanciv.

Se por um lado a reprodução das araras foi espontânea, por outro, as reproduções do papagaio-de-peito-roxo e do papagaio do mangue fazem parte de projetos do zoo. A fêmea e o macho de peito-roxo já estão sozinhos em um recinto. Os do mangue, porém, ainda estão no processo de formação de casais: três machos e três fêmeas dividem um ambiente. Eles só irão para recintos separados quando os pares se formarem.

“A reprodução do papagaio do mague é uma campanha da Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil (SZB) em todo o país. Uma das funções dos zoológicos é fazer a procriação dos animais. E essas aves só vão reproduzir se encontrarem condições ideais. Quando elas não se sentirem ameaçadas e quando a condição do recinto e da alimentação estiverem em ordem, elas saberão que estão seguras e que o filhote pode nascer naquele lugar”.

A bióloga ressalta que o projeto é “uma tentativa”, ou seja, depende da reação dos animais para se concretizar. Diferente da arara-canindé que permanecerá no zoo, caso a reprodução dos papagaios ocorra, os filhotes serão reintroduzidos na natureza. Segundo Ana, a escolha pela procriação das aves se deu porque o custo é menor em relação a outras espécies. Se o zoo quisesse reproduzir uma onça pintada, por exemplo, o custo seria alto.

“Reintroduzir um animal desse porte no ambiente é um gasto muito grande, porque não é só você criar o filhote e depois de jovem largar na natureza, você tem de ter todo o acompanhamento. E para isso, precisa de pessoal especializado e de tecnologia. Infelizmente, nós não temos recursos para isso. Já as aves são fáceis de introduzir e de alimentar”.
Outras reproduções

Antigamente, o zoo reproduzia o primata da espécie mandril, entretanto, por recomendação do Ibama, a procriação parou. “Muitos zoos também reproduziam e eles não estão na lista de extinção”, explica Ana. Agora, as fêmeas utilizam um contraceptivo para evitar a gravidez. De acordo com a bióloga, não apenas a espécie recebe o contraceptivo como também todas as fêmeas de mamíferos que dividem o recinto com um macho. Atualmente, apenas aves são reproduzidas no Zoobotânico.