15ª edição do Rock na Praça agita fim de semana em Brusque
Público pôde curtir o som de 12 bandas, sete autorais e cinco covers
Público pôde curtir o som de 12 bandas, sete autorais e cinco covers
Centenas de pessoas foram à praça da Cidadania neste sábado, 15, para comemorar o 15° aniversário do Rock na Praça, que aconteceu há poucos metros de onde foi realizado a primeira edição do festival – na praça Gilberto Colzani, em 2000. A estrutura foi montada no estacionamento, com dois palcos, que receberam 12 bandas, sete autorais e cinco covers. O festival começou por volta das 15 horas, com a apresentação da banda Mosaico híbrido, e terminou às 22h, com The Fighters.
Depois de três anos no estacionamento do pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof, a proposta da Fundação Cultural de Brusque para a edição deste ano foi resgatar o espírito dos primeiros festivais e voltar a realizá-lo em uma praça, o que parece ter agradado o público. A vendedora Priscila Ramos de Souza, que esteve presente no primeiro Rock na Praça, em 2000, trouxe o filho Yan, de três anos, para curtir as bandas.
“Eu prefiro o festival aqui, o espaço está bom, parece com os primeiros que eu fui, quando era adolescente. Na Fenarreco era bom também, mas era muito aberto, aqui o povo fica mais junto”, diz. Fabiane Haag, de 28 anos, também aprovou o local escolhido para os shows, mas lamenta que o Rock na Praça seja realizado só uma vez ao ano. “Acho que se tivesse uns dois ou três, mais bandas seriam divulgadas e o evento cresceria mais”, diz. Essa é, inclusive, uma das propostas estudadas pela Fundação Cultural para as próximas edições, aumentar o número de festivais realizados no ano.
O Rock na Praça surgiu em 2003 com o objetivo de divulgar o trabalho das bandas brusquenses. Neste ano subiram ao palco cinco bandas covers: 27Age, Nossa Legião, The Fighters, Pink Pop e Vintage Vinil; e seis autorais: Etílicos e Sedentos, 7:27, Cidadão Brasileiro, Enclave, Inflamáveis, In Pace e Mosaico Híbrido.
Para participar do festival, as bandas se inscreveram em um edital, onde integrantes da Fundação Cultural e representantes de bares e rádios ligadas ao rock selecionam quem vai tocar e a ordem das apresentações, que duram 35 minutos cada uma.
O festival foi realizado na praça Gilberto Colzani entre 2000 e 2009, na praça Sesquicentenário em 2010 e 2011, e entre 2012 e 2014 passou a ser realizada no estacionamento do pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof.
O mistério da morte aos 27 anos
Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Jim Morrison, Janis Joplin, Amy Winehouse. Grandes músicos que morreram aos 27 anos. Esse mistério que ronda a morte desses artistas definiu o repertório da 27Age. A banda começou a tocar nos bares das região em 2011 e hoje é formada pelo vocalista Charles Eduardo Mafra; Fillipe Martinenghi, na guitarra; Alexandre Jeske, no baixo; e Gustavo Scariot, na bateria.
“Eu conheci o Xande [baixista da 27Age] em uma outra banda, mas tivemos algumas divergências no grupo em que a gente estava e decidimos sair e montar um outro projeto. Na época conhecemos um guitarrista, que ficou até 2012, e depois o Charles. O último a entrar na banda foi o Fillipe e segue a formação que é hoje. Decidimos seguir por esse repertório porque é algo que sempre nos chamou muito a atenção, por conta do mistério que envolve a morte deles, é algo que soa bem comercialmente, além deles serem exatamente o que a gente gosta de ouvir e tocar”, conta o baterista.
Desde o início, a base de som deles é formada por covers de bandas em que algum integrantes tenha falecido aos 27 anos. Além de Jimi Hendrix, The Door – liderado por Jim Morrison -, a 27Age também toca Janis Joplin e Amy Winehouse. “Essas duas artistas fogem do repertório mais pesado e, por isso, sempre que tocamos procuramos dar uma nova roupagem à música e deixá-la mais parecido com o que a gente toca, um som mais agitado. Aliás, gostamos de fazer sempre as nossas versões das canções, evitamos fazer aquele cover idêntico ao da banda original”, revela o vocalista. O grupo tem ensaiado canções de Robert Johnson, famoso artista e cantor de blues. Ele ainda destaca que o “carro chefe” da 27Age atualmente é o Nirvana – banda liderada por Kurt Cobain, que cometeu suicídio em 1994, aos 27 anos.
Apesar disso, a banda apostou neste sábado em um repertório mais clássico, com Iron Maiden, Alice in Chains e Black Sabbath. Os som agradou tanto o público, que no fim da apresentação eles pediram bis. Hoje, os garotos da 27Age se apresentam em bares da região, mas já estão compondo músicas próprias, na intenção de em um futuro próximo, gravarem um disco ou um EP. Com o dinheiro dos show, os garotos da 27Age conseguem manter a banda e ensaiam semanalmente em um estúdio alugado. “Encaramos isso como um hobby, mas de forma profissional”, garante Scariot.
In Pace participa pela sexta vez
Em sua sexta edição do Rock na Praça, a banda In Pace apresentou na noite de sábado algumas das composições novas que a banda fez nos últimos anos, incluindo o single mais recente, “Um Novo Dia”. Mesmo no período em que estiveram afastados dos palcos, entre 2012 e 2014, eles continuaram a se apresentar no festival e retornaram no segundo semestre do ano passado.
A banda existe desde 2006, e no início eles se apresentavam fazendo covers do Legião Urbana, Cold Play, U2, Barão Vermelho, e outras bandas que acabaram influenciando as composições e o estilo da In Pace. Entre 2008 e 2009, a banda manteve um projeto de música, com apresentações nas escolas da rede estadual, levando aos alunos do Ensino Médio canções que pudessem incentivar a vida e o futuro dos jovens. Nessa mesma época, eles fizeram um EP, com três músicas, e em 2011, ainda inspirados pelo projeto musical, lançaram o primeiro disco, “Liberdade e Consciência”, com composições que abordam problemas do cotidiano e da sociedade.
“Estamos na pré-produção de um novo disco. Já temos as músicas compostas e pretendemos lançar o novo álbum em 2016”, revela o vocalista Diego Hodecker. Junto com o baterista Fabrício Lopes, o baixista Marcio de Souza e os irmãos Ronie e Daniel Klabunde, guitarristas base e solo, respectivamente, compõem a atual formação da In Pace.
Aquiles Priester foi uma das atrações do festival
Uma das grandes atrações deste ano foi a participação do baterista Aquiles Priester. Na sexta-feira, 14, o músico fez um workshop no teatro do Centro Empresarial, Cultural e Social de Brusque (Cescb), onde abordou técnicas musicais e gerenciamento da carreira. No Rock na Praça ele subiu ao palco por volta das 18 horas e cumprimentou o público. Durante todo o evento ele manteve um estande para a venda de DVDs, CDs e camisetas.
Atualmente, Aquiles faz parte das bandas a Noturnall e Hangar, mas já integrou também o Angra de 2000 a 2008. Entre uma turnê e outra, ele dedica seu tempo a workshops. “Essa deve ser a sexta vez que venho à cidade desde 2003, já me sinto um cidadão brusquense”, brinca o baterista. Ele participou de um workshop há poucas semanas em Criciúma, mas antes disso se apresentou em um festival em Seul, na Coréia do Sul. “Foi surreal, é um país incrível, fizemos show para mais de 10 mil pessoas”.
Ele acabou de gravar e lançar o segundo disco do Noturnall, além do álbum que gravou com Tony MacAlpine, guitarrista e tecladista norte-americano, e esteve em turnê entre maio e junho pelos Estados Unidos. No início de setembro começa a gravação do novo disco do Hangar, vai tocar no Rock in Rio e no fim do próximo mês segue para uma turnê de 45 dias pela Austrália e Europa com MacAlpine.
Com uma agenda lotada, ele garante que consegue conciliar todos os compromissos. “Turnês internacionais são marcadas com três ou quatro meses de antecedência, isso ajuda bastante na organização dos compromissos”. Mas a vida agitada rendeu bons frutos, além de ser uma dos melhores bateristas do mundo, Aquiles possui hoje a maior bateria já fabricada pela Mapex.