Semana passada, a gente falou na quantidade espantosa de discos de estreia que foram lançados em 1978. Muitos deles foram, sem dúvida, parte do que podemos chamar de melhores do ano. Mas… temos que ser mais específicos, né? É hora de fazer aquele exercício de aproximação histórica e escolher alguns álbuns que representem aquele ano variadíssimo. Ah, sim: faça a sua lista também!

Mas não dá para começar a falar em música de 1978 sem homenagear o morto mais famoso daquele ano: no dia 7 de setembro, Keith Moon, o baterista do The Who que deveria, até hoje, dispensar apresentações, morreu dormindo, no apartamento em que morava, em Londres. Uma perda monstruosa para a música.

Por sorte a banda terminou de gravar Who Are You, com sua formação original, meses antes da morte do baterista. E o disco rendeu pelo menos um clássico eterno, a própria Who Are You.

Os Stones também lançaram um disco marcante em 78, que mostra claramente… a confusão estilística da época. No caso, uma confusão positiva, que rendeu muita influência interessante. Some Girls tem vários hits, entre eles a quase disco Miss You e as mais stonianas Far Away Eyes e Beast of Burden. É daqueles discos que merecem uma audição completa, da primeira à última faixa.

Continuando a falar de grandes nomes, já reconhecidos na época, cabe muito bem aqui a trilha do show de despedida da banda The Band filmado por Martin Scorsese. Já que não falamos do filme, a trilha de The Last Watz – O Último Concerto de Rock – ganha seu lugar de destaque. É um álbum triplo, lotado de convidados especiais do naipe de Muddy Waters, Ringo Starr, Neil Young, Ronnie Wood, Joni Mitchel, Dr. John, Emmylou Harris, Van Morrison, Bob Dylan, entre muitos outros.

Aproveita que tem no Spotify e, caso nunca tenha ouvido, deleite-se!

Já que estamos no departamento “ao vivo”, vou aproveitar para inserir aqui o segundo álbum oficial duplo ao vivo de David Bowie, Stage – o primeiro, David Live, foi lançado quatro anos antes. O período de tempo pode parecer curto, mas o repertório de Stage mostra muito bem o salto que Bowie deu, de Ziggy Stardust aos “anos de Berlim”.

Talvez seja uma interpretação muito pessoal, mas é bem fácil de perceber que mesmo as músicas das primeiras fases de Bowie ganham versões mais cerebrais. O que não é, no caso, ruim.

E para não dizer que não falamos de um dos gêneros musicais em ascensão mundial na época, 1978 também foi o ano de dois álbuns clássicos do reggae: Kaya, de Bob Marley e Bush Doctor, de Peter Tosh.

Enquanto Marley já vinha de uma trajetória consolidada, o disco de Peter Tosh, apadrinhado por Keith Richards e Mick Jagger, praticamente valeu por uma estreia. De peso!