Conheça idosa que realizou sonho de aprender a tocar bateria em Brusque
Natural de Belo Horizonte (MG), Ana Lúcia Silva reside em Brusque há 30 anos e pratica o instrumento há seis meses
Natural de Belo Horizonte (MG), Ana Lúcia Silva reside em Brusque há 30 anos e pratica o instrumento há seis meses
A mineira Ana Lúcia Silva, de 67 anos, sempre teve o desejo de aprender a tocar bateria. Moradora de Brusque há 30 anos, apenas este ano ela conseguiu realizar seu sonho e está tendo aulas do instrumento há seis meses.
Natural de Belo Horizonte (MG), Ana veio morar em Brusque após o convite de uma amiga que deu à luz no município. Ela pediu férias do emprego e veio apenas para passar uns dias, porém, não voltou mais.
Ana trabalhava no ramo farmacêutico e produzia vacinas para animais. Em Brusque, ela não seguiu o ramo e trabalhou em restaurantes e na Fischer, empresa pela qual se aposentou.
A belo-horizontina conta que possui uma relação com a música desde criança. Com o passar do tempo, manifestou seu interesse em aprender algum instrumento, mas sempre ouviu negativas das pessoas ao seu redor.
“Eu sempre gostei de música desde pequena, mas sempre tinha alguém que me dizia ‘você não pode, porque é mulher’. Então fui desistindo. Quando cheguei em Brusque só tinha uma amiga, a que me chamou, e ela me incentivou. Então, lá pelos 40 anos, ganhei um violão de aniversário, mas toquei só duas músicas, porque amo a bateria”.
Naquela época, ela abandonou o violão e foi procurar aulas de bateria em uma escola. Porém, novamente ela não recebeu o incentivo necessário para iniciar. “Eu ouvi que os professores só davam aulas para crianças e jovens, não para velhos. E olha que, na época, eu só tinha 40 anos”.
Já o amor pela bateria surgiu na Ana de 17 anos, ainda moradora de Belo Horizonte, quando ela tinha um namorado que tocava na igreja e em alguns bares. Naquela época, ela participava da vida noturna da cidade e frequentava locais com música ao vivo.
“A gente ia bastante ao barzinho com música. Até porque ele tocava bastante, e eu ia junto. Na minha casa eu fazia coleção de discos do Queen e do Black Sabbath. Quando vim para Brusque, meu irmão acabou dando tudo para os outros. Aí eu fiquei bem triste, porque era tudo da gente”.
A reportagem acompanhou uma aula de bateria de Ana na última sexta-feira, 13. Moradora do Centro, Ana vai a pé até a escola de música Sintonia Musical. Ela diz que se sente realizada ao tocar e que o instrumento tira o seu estresse do dia a dia.
“Não tem coisa melhor. Se você está estressado, você desestressa nisso aqui [bateria]. Se você pensa em alguma coisa ruim, quando toca ela fica boa. Vale a pena”.
O professor de Ana, Roberto Batista Barth, o Beto, contou à reportagem que passa exercícios para a idosa praticar em casa, além de ensaiar músicas que ela sugere a ele. Beto se sente honrado de fazer parte da realização de um sonho tão profundo quanto o de Ana e diz que a idosa é exemplo de como é possível quebrar barreiras.
“É incrível fazer parte dos desejos que as pessoas sempre quiseram realizar. Ela [Ana] é a própria barreira sendo quebrada. Ela está provando para todos que duvidaram que ela consegue tocar, e tenho certeza que vai conquistar muito mais pessoas com a sua lição de vida.
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