Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Cidades desmembradas de Brusque

Rosemari Glatz

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Cidades desmembradas de Brusque

Rosemari Glatz

Passados quase 165 anos da sua fundação (1860-2025), após diversas divisões territoriais do extenso território que formava, a partir de 1962 restou apenas um pequeno território que forma a Brusque que conhecemos hoje, com área de 284,675 km². De Brusque tiveram origem os municípios de Nova Trento (1892), Vidal Ramos (1957), Presidente Nereu (1961); Botuverá (1962) e Guabiruba (1962). As áreas do Sul de Gaspar também foram desmembradas de Brusque. Das cidades mencionadas, vamos abordar apenas nas cidades consideradas colônias italianas pioneiras: Botuverá, Gaspar, Guabiruba, e Nova Trento.

Originalmente chamada de Porto Franco, os primeiros imigrantes chegaram a Botuverá em maio de 1876. O nome da cidade, alterado de Porto Franco para Botuverá em 1943, tem na língua Tupi-Guarani o seu significado: bons brilhantes, pedra preciosa, ou montanhas brilhantes. De acordo com a Prefeitura de Botuverá, o núcleo urbano foi fundado por um grupo de famílias de camponeses católicos, que, em sua maioria, emigrou de várias aldeias da Província de Bergamo, região da Lombardia, Itália Setentrional, e que viajaram juntas para a nova terra, embarcadas no mesmo navio. A cidade também recebeu imigrantes de outras etnias, entre eles os trentinos e poloneses.

Sobre o histórico da cidade, a Prefeitura de Gaspar explica que os primeiros habitantes foram os índios, seguidos dos vicentistas, açorianos, alemães, portugueses e italianos. Por volta de 1835 chegaram os primeiros imigrantes de origem alemã, que se estabeleceram nas terras do Itajaí-Açu. Eles influenciaram a cultura gasparense e impulsionaram o seu desenvolvimento econômico. A maioria dos imigrantes foi atraída pela exploração de ouro na bacia do rio Itajaí-Açu. Outra riqueza que atraía os exploradores era a madeira leve para a construção e reparos de embarcações náuticas. Os dois bairros que mais receberam italianos, que chegaram em 1876, foram o Gasparinho e o Barracão.

Fundada simultaneamente a Brusque, a ocupação de Guabiruba e Brusque se deu de modo simultâneo e continuado, conforme os colonos alemães eram assentados em seus lotes. Dentre os seus patrimônios imateriais, destaca-se a cultura dos imigrantes austríaco-tiroleses de língua italiana (trentinos), que fundaram um núcleo de imigração original – ou seja, não transmigrados, mas vindo diretamente de Trento – na época pertencente ao Império Austro-Húngaro, em 1875-1876 – em Lageado Alto. Anos depois pequenos grupos de famílias italianas (não-trentinos), vieram a compor o quadro ítalo de Guabiruba, estabelecendo-se especialmente em meio aos alemães. Os poloneses foram os últimos grupos de imigrantes a chegar, já no final do século XIX.

Originalmente Distrito de Brusque, Nova Trento foi assim denominada por seus habitantes e os das linhas adjacentes, na maior parte, serem imigrantes de Trento, Tirol Meridional. Italianos de Monza, da Lombardia e do Vêneto também se estabeleceram em Nova Trento. Russos, poloneses e alemães chegaram em menor quantidade. Seu nome é uma homenagem à principal cidade do Tirol Meridional. A sua história tem início entre os anos de 1834 a 1838, quando a região do Vale do Rio Tijucas foi ocupada por alguns ingleses que vieram dos Estados Unidos da América com a intenção de explorar a madeira abundante existente do local, principalmente o cedro-rosa e a canela-preta. Em função das dificuldades encontradas o negócio foi abandonado e, mais tarde, as propriedades foram vendidas ao Governo Provincial e utilizadas na formação de Nova Trento, ainda integrando o território de Brusque. Até 1876, a região onde hoje se levanta Nova Trento chamava-se Alferes. A cidade se formou como uma comunidade agrícola profundamente católica.

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