A época mais mágica do ano novamente se aproxima. Tempo em que a alma se prepara para uma nova virada, tempo de reflexão, doação e perdão. As cidades se enfeitam e, pela nossa tradição, os desfiles de rua costumam abrir as comemorações desse período. Dentro deste contexto, Blumenau apresenta sua experiência bem-sucedida com o projeto “Magia de Natal”. Em 2015, o tema “A Magia do Circo” pauta a ilustração dos 45 blocos que compõe o desfile. O projeto blumenauense busca resgatar as tradições europeias, fortalecendo-as pela realização de diversas atividades culturais com a participação da comunidade, caracterizando-se como um espetáculo único que se consolida, ano a ano, como um dos principais eventos turísticos da cidade.
Mas, além da beleza, qualidade e exímia organização, chama atenção o fato do projeto “Magia de Natal” ser administrado por uma entidade da sociedade civil organizada e, portanto, não depende da boa vontade ou dos recursos do poder público municipal para acontecer. Quem organiza os espetáculos é a Ablutec – Associação Blumenauense de Turismo, Eventos e Cultura, entidade sem fins lucrativos composta por entidades de classe, criada para dar perenidade a eventos como o Magia de Natal, Osterdorf e Festival Brasileiro da Cerveja, que estão se solidificando e crescendo em importância para a atividade turística regional.
Além de Blumenau, temos outros cases bem-sucedidos na região. A título de exemplo, pode-se citar a experiência da Associação Visite Pomerode – Avip, promotora de diversos eventos naquela cidade, e a Sociedade do Pelznickel, de Guabiruba, que tem como objetivo preservar e ativar a cultura trazida pelos imigrantes europeus, mantendo viva a rica tradição natalina da cidade. Em comum, na iniciativa dessas três entidades, verifica-se a supremacia do interesse comunitário – onde o interesse coletivo se sobrepõe ao individual.
Com iniciativas desta natureza, todos ganham: o comércio, a indústria, a área de serviços e a população que, de quebra, consegue manter suas tradições sem ficar refém de decisões do poder público que pode, simplesmente, decidir que o desfile de Natal não vai acontecer alegando falta de recursos. Esse tipo de situação, por si só, é um claro sinal de que chegou a hora da comunidade chamar para si o poder e a responsabilidade de decidir o que é importante para a cidade, independente de governos. Afinal, a cidade é nossa, não importa quem esteja transitoriamente no comando.
E ainda que sem nosso tradicional desfile, o clima natalino já está no ar. É chegado o tempo do Advento – marcado pelas quatro semanas que antecedem o Natal, onde a guirlanda – símbolo do advento -, contém a ideia de tempo e eternidade, as quatro velas lembram que o Natal é uma festa de luz e os ramos verdes remetem à esperança cristã…
Entrando nesse clima, convidamos você para viver uma experiência diferente com o jornal. A partir da próxima semana – nas quatro publicações desta coluna que antecedem o Natal – vamos viajar no tempo, resgatar um pouco da tradição, deixar o imaginário fluir através de um conto que remete à infância e que tem como principais personagens os irmãos Aurora e Francisco, netos do casal Pedro e Catharina. Juntos, compartilharemos histórias que falam de São Nicolau, do Pelznickel e do Papai Noel original, culminando com o menino Jesus no dia 24 de dezembro. É o nosso presente para você: um Conto de Natal em quatro capítulos!