Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

A misericórdia do pai tem um rosto: Jesus

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

A misericórdia do pai tem um rosto: Jesus

Pe. Adilson José Colombi

Domingo passado, 2º Domingo da Páscoa, a Igreja Católica celebrou o Domingo da Misericórdia. É um apelo a olhar e a viver a dimensão do amor misericordioso do Pai, derramado em Jesus Cristo. De fato, na Teologia, na Liturgia, na Pastoral e, sobretudo, na piedade popular (“devoção”) percebe-se a irrupção sempre mais presente desta espiritualidade. O papa João Paulo II deu um incentivo significativo, sobretudo, instituindo para toda a Igreja a Festa da Divina Misericórdia, no 2º Domingo da Páscoa. O Papa Francisco também com frequência fala em seguir o exemplo do Coração misericordioso e terno de Cristo.

Espiritualidade que se manifesta em expressões particulares e públicas – “devoções” – dirigidas ao Deus Uno e Trino: Pai, Filho e Espírito Santo. São manifestações da piedade que brotam do amor a Deus e aos irmãos (ãs), repletas de generosidade e gratidão, alicerçadas na simplicidade e humildade de quem confia na Palavra e na Graça de Deus.

A espiritualidade – “a devoção à Divina Misericórdia” – para ser eclesial necessariamente tem que estar e caminhar estreita e intimamente relacionada com a Liturgia da Igreja. Daí sua ligação com a Páscoa e a Eucaristia (2º Domingo da Páscoa, Festa da Divina Misericórdia). A devoção tem que levar a atitudes de profunda adoração, louvor, ação de graças, súplica e reparação ao Deus, rico em misericórdia, derramada gratuita e abundantemente, por meio do Coração Jesus, aberto na Cruz, fonte inesgotável do amor misericordioso de Deus.

É sempre bom recordar que toda e qualquer “devoção” para ser autenticamente eclesial tem que necessariamente afastar qualquer insinuação de superstição, formalismo, magismo, automatismo, desequilíbrio, sectarismo, intimismo vazio.

A comunidade religiosa pratica algumas “devoções” que pretendem auxiliar aos Cristãos (ãs) a aproximar-se sempre mais do Mistério da Misericórdia – o terço, a novena, a Hora Santa, a imagem da Divina Misericórdia…

São “atos piedosos” que alimentam a “devoção” à Divina Misericórdia. Atos de piedade que pretendem achegar o “devoto (a) ” sempre mais ao Mistério da Misericórdia de Deus, a fim de o (a) impulsionar a frutificar em atitudes efetivas de exercício da misericórdia, as Obras de Misericórdia sempre recomendadas pela Igreja, como expressões da caridade cristã. Por isso, são “atos devocionais” que têm que estar intimamente referidos à Liturgia, sobretudo, à Eucaristia, para não se diluírem, apenas, em gestos ou palavras, destituídas de significação e sentido libertadores para o praticante e para os irmãos (ãs).

Toda “devoção” tem que expressar o que o Senhor Jesus fez e faz, continuamente, e a pronta oferta da própria vontade ao Pai, como inclusive perpetuou na oração do Pai Nosso.

Praticar a misericórdia significa, então, seguir o exemplo de Deus que na História de nossa Salvação sempre se mostrou um Deus Misericordioso. E, principalmente, mostrou sua face misericordiosa na oferta de seu Filho, Jesus, o rosto humano da Misericórdia invisível. Seu pensar, seu falar, seu agir foram sempre expressões da Misericórdia Divina. Particularmente, seu gesto extremo do Coração aberto pela lança na Cruz, quando houve o “derrame” total do Amor Misericordioso do Pai à Humanidade, culminando na Ressurreição, gerando sua libertação definitiva. Por isso a Imagem da Divina Misericórdia, apresenta Cristo Ressuscitado, imagem visível do atributo do Deus invisível, rico em misericórdia.

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