Aos 19 anos, Jaicieli Lana sabe bem o que quer. Há quase um ano, percebeu que gostaria de fazer parte do mundo das tatuagens e, desde então, tem caminhado em direção ao seu próprio estúdio.
O legal da tatuagem é que cada um leva os seus gostos, as suas vivências para a pele
A brusquense sempre gostou muito de desenhar e, por isso, decidiu partir para a área das artes. “Durante o Ensino Médio eu fui me interessando cada vez mais, aí decidi fazer a faculdade de Design Gráfico”, conta.
Aos 18 anos, ela fez a sua primeira tatuagem e se aproximou ainda mais desse mundo. “Quando fiz minhas primeiras tatuagens, comecei a gostar, fiquei amiga de um tatuador e fui pesquisar sobre o assunto. Aos poucos, fui percebendo que era isso que eu queria”.
Contar para a família o rumo que decidiu seguir não foi uma tarefa fácil, mas com muito diálogo conseguiu o apoio que precisava para seguir em frente. “Aos poucos minha família foi percebendo que era sério e me incentivou. Minha mãe me orientou a procurar um curso e eles começaram a entender o que é a tatuagem, que é algo sério, que lida com a saúde das pessoas também”.
No ano passado, ela realizou um curso intensivo em Itajaí e, desde então, começou a tatuar amigos mais próximos em casa mesmo, no Jardim Maluche. “Como ainda não tenho meu estúdio, estou juntando dinheiro para isso e tem também a parte burocrática, estou fazendo aos poucos, tatuando meus amigos e pegando experiência”.
Com nove tatuagens espalhadas pelo corpo, a tatuadora já planeja as próximas, confirmando a tese de que é impossível ter uma tatuagem só. “Já tenho, pelo menos, umas 50 fotos de desenhos que quero fazer em mim”, diz.
Busca por espaço
Ainda muito jovem, Jaicieli destaca que, aos poucos, o mercado das tatuagens, que por muito tempo foi dominado pelos homens, está abrindo espaço para as mulheres. “Desde que eu comecei a tatuar, participo de um grupo de meninas que estão começando a tatuar também e por ali a gente troca muita experiência. Percebo que devagar esta área está se abrindo para nós, mulheres”.
Vejo muita mulher fazendo o estilo fine line e influenciando a tatuagem
Jaicieli ressalta ainda que a entrada das mulheres nesta área tem influenciado o estilo das tatuagens. “Hoje, as tatuagens deixaram de ser old school, daqueles marinheiros que tatuavam para demonstrar amor, coração, andorinhas, e hoje existe a tatuagem fine line, que são traços como se fossem uma lapiseira fininha, vejo muita mulher fazendo este estilo e influenciando a tatuagem”.
Para a jovem brusquense, tatuagem é representa muito mais do que arte. “Desde as minhas primeiras tatuagens eu tentei colocar o que eu sinto, os meus gostos, o legal disso é que cada um leva os seus gostos, as suas vivências para a pele”.