Ação Social da Igreja
Em certos ambientes, é comum surgirem críticas à ação social da Igreja. Mais ainda, quando se manifesta a respeito da economia e da política. Para essas pessoas, a Igreja não tem nada a ver com essas realidades. Ela tem que “ficar no seu campo: o espiritual”. Não deve tocar em temas “temporais”. Para os mais exaltados, seria invadir a laicidade do Estado, mostrando uma ignorância crassa, confundindo Estado, Governo com Nação. O Estado, de fato, tem que ser laico, mas a Nação não é laica. É bom lembrar que toda manifestação religiosa é parte integrante de toda e qualquer Cultura. É uma das grandes características do ser humano, homem ou mulher. Não há povo ou Nação que não tenha sua manifestação religiosa.
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Quem pensa dessa forma, desconhece Jesus Cristo e sua proposta de vida, o Reino de Deus. Como se o Reino de Deus, por acaso, estive alheio à falta da oferta de condições de boa saúde e bom ensino, à violência e impunidade, à fome, à miséria, em grande parte resultado da má administração dos bens públicos, da corrupção, ao desrespeito aos direitos humanos, à dignidade da vida humana, da família, etc, etc.
Outros ainda confundem Igreja com Reino de Deus. A Boa Nova do Reino de Deus é bem mais ampla do que a Igreja. A Igreja é “sinal e instrumento do Reino”. Não é o único instrumento da e na construção do Reino de Deus, no mundo. É claro que é um “instrumento” privilegiado que tem a construção do Reino, como missão precípua e fundamental. Mas, a Igreja não é proprietária, dona da proposta da construção da construção do Reino de Deus. Pelo contrário, todos somos chamados a pôr a mão na massa, em sua construção, para o que o mundo seja sempre mais humano, justo, solidário e fraterno. Para que todos os seres humanos, sem exceção, tenham condições de uma vida digna e possam participar, efetivamente, na construção e fruição do bem comum.
A Igreja, com a sua Doutrina Social, oferece, sobretudo, uma visão integral e uma plena compreensão do ser humano, em sua dimensão pessoal e social. A antropologia cristã, desvelando a dignidade inviolável de toda pessoa, introduz as realidades do trabalho, da economia, da política em uma perspectiva original, que ilumina os autênticos valores humanos e inspira e sustém o empenho do testemunho cristão nos multíplices âmbitos da vida pessoal, cultural e social.
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A Igreja, sem dúvida, tem uma responsabilidade maior, no anúncio e no testemunho dos valores do Reino de Deus. É sua missão básica zelar pela apresentação, pelo respeito e pela reta vivência dos valores do Evangelho, fundamento último do Reino de Deus. Para ser fiel à sua missão, a Igreja não pode deixar de propor o que possibilita a construção e denunciar ou obstaculiza a construção desse Reino. Esse Reino que não é desse mundo, como disse o Cristo, mas é construído nesse mundo e é realizado total e definitivamente na eternidade. Jamais a Igreja pode se omitir dessa missão. Por isso ação social é sua contribuição indispensável na construção de um mundo, onde todos os seres humanos possam ter uma vida, fecundada por valores que lhes dão um conteúdo e um sentido que ultrapasse os horizontes, apenas, terremos e perecíveis.