ACIBr promove reunião virtual com secretário adjunto de Saúde de SC sobre ações contra Covid-19
Participaram do encontro membros da AMMVI, CDL, Sinduscon, Unifebe, Sindilojas, Observatório Social e os gestores dos três hospitais da cidade
Participaram do encontro membros da AMMVI, CDL, Sinduscon, Unifebe, Sindilojas, Observatório Social e os gestores dos três hospitais da cidade
A Associação Empresarial de Brusque (ACIBr), promoveu na manhã desta quarta-feira, 12, uma reunião com o secretário adjunto de Saúde de Santa Catarina, Aldo Baptista Neto. O evento também contou com a presença de membros da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí, da Comissão de Intergestores Regional (CIR), CDL, Sindilojas, Sinduscon, Observatório Social, Unifebe, os gestores dos três hospitais do município e demais diretores da entidade.
“A reunião foi de suma importância e este é o papel da ACIBr e das demais entidades que estiveram presentes, buscando caminhos para a melhoria da cidade e da região. Estamos em busca de mais entendimento para enfrentar a pandemia e contribuir com os nossos hospitais. A ACIBr assume seu protagonismo e reforça o compromisso de atuar em prol de seus associados e da comunidade como um todo”, avalia a presidente da ACIBr, Rita Cassia Conti.
O secretário adjunto de Saúde de Santa Catarina, Aldo Baptista Neto, falou sobre as atitudes adotadas pelo Estado no enfrentamento da pandemia provocada pelo coronavírus.
“A primeira ação, em 12 de março, estava voltada para a centralização. Foi estabelecido o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COES) e, deste então, estamos instalados no segundo andar do prédio da Defesa Civil, em Florianópolis. Tendo como base exemplos de países como a Espanha, Itália e China, montamos as equipes e fechamos o Estado para estruturar o setor, receber o primeiro impacto da doença e atender às demandas existentes”, comenta Neto.
A partir da confirmação dos primeiros casos e acompanhando o avanço da Covid-19 em Santa Catarina, o governo passou para uma segunda etapa deste enfrentamento, compartilhando responsabilidades e o processo de tomada de decisão junto aos municípios e suas respectivas regiões.
“Agora começamos a entrar na terceira etapa, cujo foco será a mobilização social. Precisamos mostrar ao cidadão que ele também tem sua parcela de responsabilidade neste contexto”, detalha o secretário adjunto.
Neto garantiu que, em viagem com o governador Carlos Moisés da Silva para Lages, na última semana, foi enfatizado que o lockdown não é mais uma realidade para o Estado, pois gera impactos na economia e favorece a aglomeração de pessoas, sobretudo em encontros entre familiares e amigos.
“A terceira fase também traz mais atenção à saúde primária, orientando que as pessoas busquem cuidado médico já nos primeiros sintomas da doença. Também vamos reforçar a testagem e o monitoramento. Em breve deveremos finalizar a aquisição de 500 mil testes”, afirma.
Apesar de não haver um protocolo nacional de medicamentos para o combate da Covid-19, Neto destaca uma portaria Estadual, que permite o uso do conhecido coquetel de remédios, desde que haja a indicação do médico e a aprovação do paciente. “Já quando falamos sobre a profilaxia, não há nenhuma linha farmacológica com comprovação científica que seja eficaz na prevenção da doença”, esclarece.
O secretário adjunto ainda informa que toda a Cloroquina recebida do Governo Federal foi distribuída entre os municípios e que não há mais este medicamento em depósito. O Ministério da Saúde já foi consultado sobre novas doses e, até este momento, afirma que não tem o remédio para repasse.
“Devemos atingir 2500 óbitos, conforme as projeções. A conta que se faz é que para cada pessoa que testa positivo para a Covid-19, há mais sete infectadas que não foram testadas ou que estão assintomáticas. Quando chegarmos a 200 mil casos confirmados, a expectativa é que diminua a velocidade de contaminação. Agosto ainda teremos bastante impacto da doença e esperamos uma mudança de cenário a partir da primeira quinzena de setembro”, projeta.
O presidente da AMMVI, também prefeito de Guabiruba, Matias Kohler, que acompanhava a reunião virtual, enalteceu a forma como o governo do estado tem conduzido as ações de enfrentamento ao novo coronavírus. “Principalmente no aumento do número de leitos, que mantinha um quadro aflitivo nas últimas semanas. Agora temos percebido um cenário mais alentador”, relata.
A coordenadora da Comissão de Intergestores Regional (CIR), Márcia Adriana Cansian, que também é secretária de Saúde de Botuverá, informa que, nos 14 municípios que integram a AMMVI, há quase 20 mil pessoas confirmadas com Covid-19, sendo 16 mil casos recuperados e 177 óbitos.
“Temos alcançado resultados positivos nas últimas ações realizadas e a nossa região agora deixa o risco gravíssimo e volta para o risco potencial grave da doença, o que é decorrente dos últimos 14 dias de trabalho, com a união do poder público, das empresas e da sociedade como um todo. A ocupação de leitos está em 73%”, revela.
Márcia ainda destaca que haverá em breve um estudo, através de testagem, para identificar pessoas com a doença, mesmo que assintomáticas. A ação é planejada em Guabiruba, Botuverá e mais seis municípios. “Deixo apenas um pedido para que a ocupação do leito de UTI seja identificada pelo município de origem do paciente. Hoje, 25% dos das pessoas internadas são de outras regiões”, sugere.
O chefe de UTI do Hospital Azambuja, Dr. Eugênio Paiva Maciel, informou o recebimento de 10 leitos para Covid-19 e a atual implantação de mais 12 unidades. Para ele, que viveu momentos difíceis nas últimas semanas, com o aumento de casos e a lotação do serviço intensivista, Brusque agora atravessa instantes de calmaria.
“Espero que continue assim. De qualquer forma, estamos preparados. Firmamos um convênio com uma cooperativa do Nordeste e já recebemos enfermeiros para revezamento das equipes. Ainda assim, me parece que a tempestade está passando”, observa.
A gestora do Hospital Imigrantes, Fernanda Rodrigues, pontua que a ocupação de leitos de UTI gira em torno de 60% a 80%, num total de 10 unidades.
“Vale lembrar que uma UTI não se faz apenas de camas e respiradores. Não podemos esquecer o corpo humano que conduz o processo, composto por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas e a equipe de higiene e limpeza. Temos estrutura e espaço, além de serviços como hemodiálise, tomografia e exames laboratoriais organizados e em funcionamento. Estamos à disposição para ajudar e com as portas abertas para sentar e negociar”, ressalta.