Agentes têm dificuldades para entrar nas casas e verificar focos do mosquito da dengue em Brusque

Moradores dos bairros Jardim Maluche e Souza Cruz são os que têm mais resistência na hora da fiscalização

Agentes têm dificuldades para entrar nas casas e verificar focos do mosquito da dengue em Brusque

Moradores dos bairros Jardim Maluche e Souza Cruz são os que têm mais resistência na hora da fiscalização

Uma das principais dificuldades dos agentes de endemias no trabalho de fiscalização e identificação dos possíveis focos do mosquito Aedes aegypti em Brusque – transmissor da dengue – é quando o proprietário da residência não autoriza a entrada para vistoria dos servidores da Vigilância Epidemiológica.

A coordenadora do órgão, Ariane Fischer, afirma que o problema é frequente e ocorre desde antes do surto de dengue na cidade. Entretanto, com o agravamento da situação, a dificuldade ficou ainda mais evidente.

De acordo com ela, bairros como o Jardim Maluche e o Souza Cruz apresentam mais resistência na hora da fiscalização dos agentes de endemias. “Temos casos de que os moradores estão em casa, os agentes batem e eles se negam a autorizar a entrada. Essa demanda de negativas atendemos há bastante tempo. Estamos tentando sensibilizar, mas não conseguimos”.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica observa que coincidentemente, os bairros em que os agentes enfrentam mais resistência dos moradores são, justamente, os que têm apresentado o maior número de casos positivos da doença nas últimas semanas.

Segundo o último boletim da dengue divulgado pela Prefeitura de Brusque na segunda-feira, 18, o Jardim Maluche já tem 195 casos positivos da doença e o Souza Cruz, 192 casos. 

“Nossos agentes têm o olhar apurado para identificar os possíveis criadouros de focos, mas não conseguem passar do portão para verificar. Sempre pedimos que o morador nos acompanhe para poder mostrar onde pode estar o foco e sensibilizar. Também já fazemos o tratamento de larvicida, mas para isso é preciso chegar até esse criadouro e temos muita dificuldade”.

Auxílio da PM                     

Na semana passada, a Prefeitura de Brusque publicou um decreto declarando situação de emergência na cidade em razão da dengue. Com isso, os agentes da Vigilância Epidemiológica estão autorizados a entrar nas casas de forma forçada, caso haja resistência do proprietário, com o apoio da Polícia Militar.

Ariane afirma que até o momento, o órgão não precisou acionar a PM. De acordo com elas, a equipe enfrentou nos últimos dias uma única situação em que o apoio da polícia quase foi necessário.

“Tentamos de todas as formas negociar com o proprietário, mas ele não queria autorizar. Então, quando falamos que a polícia seria chamada, ele acabou cedendo”.

De acordo com ela, o respaldo da polícia será fundamental no trabalho de fiscalização dos agentes de endemias.

“Tentamos sempre o diálogo, mas esse decreto nos dá uma segurança maior para casos de extrema dificuldade. Vamos chamar a polícia quando todas as possibilidades de negociação forem esgotadas. A residência é inviolável, mas com a suposição de crime contra a saúde pública, temos o respaldo legal para fazer a verificação. O mesmo acontece também para residências abandonadas”.

Números

Desde o início do ano, já foram registrados 1.040 casos positivos de dengue em Brusque, todos autóctones, ou seja, que são contraídos no município. Até o momento, a cidade já contabiliza quatro óbitos em decorrência da doença.

A Diretoria de Vigilância em Saúde de Brusque disponibiliza um número de telefone para denúncias, pelo WhatsApp, somente em formato de texto. O fone é (47) 9 8813 0095. Ligações podem ser feitas pelo número da Ouvidoria Municipal, que é 156.

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