Albertine Burow von Buettner: a mulher forte da indústria
Ela apoiou o filho na criação da indústria e se tornou a precursora de uma das mais importantes empresas de Brusque
Albertine Burow von Buettner, esposa de Eduard von Buettner, foi quem apoiou o filho mais velho, Edgar, na criação de uma indústria, em 1898.
“Meu avô [Eduard] não queria indústria. Ele era de comércio, tinha serrarias, produtos coloniais, isso que interessava ele. Mas Edgar tinha um perfil mais industrial, e ela apoiou o filho”, conta Helga Erbe Kamp, 85 anos, neta de Albertine.
Nascia, então, a Indústria Eduard von Buettner e Cia, que começou com a importação de armações para sombrinhas, as quais eram forradas com filó, também importado, e bordadas com as máquinas à manivela, trazidas por Edgar da Alemanha.
Pouco tempo depois do início da fábrica, em 1902, o marido de Albertine, Eduard, morre e ela é quem toma as rédeas dos negócios da família. Dona Helga lembra que sua avó foi a iniciadora da primeira confecção em Brusque. “Ela talhava pessoalmente os aventais e os mandava para mulheres da vila costurarem”, afirma.
De acordo com dona Helga, Albertine era não somente uma excelente e enérgica mãe, dona de casa e anfitriã, como foi uma das fundadoras do “Frauenverein”, Grupo de Senhoras Auxiliadoras da Comunidade Luterana de Brusque.
Ela também atuou como suporte discreto das atividades do marido que, além de seus empreendimentos comerciais, tornou-se co-fundador da primeira escola da cidade, a Escola Evangélica, e foi presidente do “Turnverein”, o Clube de Ginástica.
“Não cheguei a conhecê-la, mas minha avó, com certeza, foi uma mulher à frente de seu tempo. Naquela época, para uma mulher exercer funções fora de casa era muito raro, quem dirá trabalhar numa indústria”, destaca a neta.
Dona Helga conta que o casarão Buettner, localizado em frente à subida do morro da Igreja Luterana e demolido em 1987, era um lugar bastante alegre e frequentemente era palco de muitos saraus e recepções, já que Albertine gostava muito de música. Ela também apreciava cuidar do jardim e cultivava muitas samambaias que embelezavam o local.
Albertine nasceu em 1850, na Pomerânia, hoje parte da Polônia, e veio ao Brasil para acompanhar sua irmã. Como era bem letrada, Albertine recebeu o convite de ser a leitora para a idosa Constance, Condessa Poninska, na época já quase cega.
A condessa então já residia em Blumenau, em companhia de seus sobrinhos Apollonia e Eduard von Buettner, ambos filhos de sua irmã Maria von Buettner, nascida Condessa Poninska, já falecida.
O jovem Eduard se apaixonou por Albertine. Da união, nasceram seis filhos: Edgar, Alice, Arthur, Oswald, Erna e Wally. Ela faleceu aos 73 anos, em 1924, em consequência de problemas renais. “Ainda chegou a ver a construção da grande chaminé da tinturaria da Buettner, no Bateas, em 1923”.
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