AMA firma convênio para atender crianças autistas pelo SUS em Brusque; saiba como funciona

De acordo com a Secretaria de Saúde, das 80 vagas oferecidas, 40 já foram preenchidas

AMA firma convênio para atender crianças autistas pelo SUS em Brusque; saiba como funciona

De acordo com a Secretaria de Saúde, das 80 vagas oferecidas, 40 já foram preenchidas

Desde quinta-feira, 10, a Associação dos Pais, Profissionais e Amigos dos Autistas de Brusque e Região (AMA) passou a realizar atendimentos de crianças com o espectro em parceria com o Sistema Único de Saúde. Segundo a Secretaria de Saúde de Brusque, das 80 vagas disponibilizadas pelo convênio, mais de 40 já foram preenchidas.

Entre os serviços disponibilizados pela parceria, estão: avaliação neuropsicológica, atendimento psicológico, atendimento com fonoaudiólogos, consultas com psiquiatra infantil e neuropediatras.

A coordenadora de Saúde Mental da Prefeitura de Brusque, Inajá Araujo, conta que crianças de 3 a 17 anos poderão utilizar os serviços via SUS. De acordo com ela, o primeiro passo para os interessados é ter um registro no sistema de saúde.

“A criança, independentemente se ela possui laudo ou não, é preciso dar entrada pela unidade de saúde. Através disso ela consegue pegar medicações e o cartão nacional do SUS. É preciso ter o cadastro no município para ter acesso a todos os serviços de saúde”.

Processo

O início do atendimento começa pela unidade de saúde do bairro em que a criança mora, ela será avaliada pelo médico, que a depender da demanda apresentada, poderá fazer o encaminhamento para as equipes do Centro de Reabilitação Especializado em Saúde Infantil (Cresi), que atende as crianças de 3 a 11 anos, ou para o Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (Caps infanto-juvenil), que atende de 12 a 17 anos.

Os dois serviços contam com equipes multidisciplinares. Após o atendimento especializado da rede pública, se identificada demanda relacionada ao transtorno do espectro autista (TEA) com necessidade de terapias de estimulação ou reabilitação, esse atendimento será compartilhado com a AMA.

Inajá menciona que é importante entender que as equipes dos serviços serão integradas, e o cuidado será compartilhado. “O projeto vem para possibilitar o melhor diagnóstico, atendimento e acompanhamento das crianças com transtornos em nossa cidade”.

Equipes do Cresi e AMA/Divulgação

De acordo com Inajá, os casos somente são encaminhados à AMA se realmente identificado o transtorno. “Durante os atendimentos, se foi identificado que o paciente não era autista, então não encaminhamos para a AMA, mantemos o atendimento na rede pública”, diz.

Outros espectros

Inajá conta que o atendimento do Cresi não funciona apenas com crianças que possuem TEA, mas que, desde janeiro de 2023, a equipe trabalha com vários outros diagnósticos, como: transtorno de personalidade, déficit de atenção, entre outros.

Sala do Cresi. Centro de Reabilitação Especializada em Saúde Infantil/Divulgação

Ela menciona que há casos em que os pacientes são diagnosticados pelo Cresi, mas que já realizam terapia de forma particular. “Entretanto, necessitam de reavaliação medicamentosa pelo médico psiquiatra, então ele vem para o Cresi para um atendimento com o psiquiatra”.

A coordenadora diz que também é necessário dar continuidade nos atendimentos, pois além de ser um paciente com autismo, se trata também de uma criança, que precisa de outras demandas.

Faixa etária

A escolha da faixa etária de 3 a 11 anos, segundo Inajá, se dá pelo fato de que crianças nesta idade ainda estão com o cérebro em desenvolvimento. “Se a gente conseguir fortalecer as estimulações nesse período, conseguimos reduzir o nível de autismo. Uma criança com nível 3 de suporte, bem estimulada, pode chegar no nível 2 e até o nível 1”, diz.

No período de adolescência, a segunda fase, os atendimentos são focados na socialização dos pacientes. “Aquela criança que está entrando nos grupos escolares, aquela que busca entrar no mercado de trabalho”.

Para os adultos, a coordenadora diz que ainda não é possível fazer o processo de estimulação, pois é necessário fazer uma capacitação técnica.

Atualmente, a Secretaria de Saúde disponibiliza para adultos que possuem espectro autista os serviços de atendimento psiquiátrico e do psicólogo ambulatorial. O processo para essas consultas é feito como um procedimento normal via posto de saúde.

Sobre as consultas com psicólogos, Inajá diz que são acompanhamentos específicos para aquela situação que o paciente está passando. ”É um trabalho pontual, são dez sessões, depois encerra”. Um trabalho menos direcionado do que o serviço que a AMA realizará com as crianças.

Primeiros encaminhamentos

Dentre as crianças das quais a equipe já identificou como casos de autismo e que precisam de terapia, elas já estão elegíveis para o atendimento da AMA.

Hoje, a equipe do Cresi atende mais de 150 crianças, destas, foi identificado, segundo a coordenadora, que cerca de 40 crianças serão encaminhadas já no começo do programa.

O atendimentos realizados na quinta-feira, 11, começam na AMA. Essa sessão já assegura o atendimento da criança. Será feita uma entrevista para que o usuário seja encaminhado para o profissional adequado com a demanda necessária, assim como para programar horários e documentações.

O psicólogo da AMA, José Airton, conta que os atendimentos serão realizados nas quintas e sexta-feiras. A agenda tem espaço para 20 famílias por semana, portanto, serão atendidas dez famílias inicialmente na quinta e dez na sexta-feira.

Essencial para o vínculo 

Para a presidente da AMA, Márcia Faria, um dos fatores principais para o fechamento da parceria esteve na insistência da AMA em ir atrás do convênio. Além disso, ela menciona também que o apoio dos pais das crianças foi muito importante para que a prefeitura desse mais atenção para a causa.

Por diversas vezes, segundo ela, esteve em reuniões e conversas com a prefeitura, tendo contado até com apoio de vereadores.


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Desenvolvedor de Guiné-Bissau, na África, conheceu Brusque após contato no LinkedIn:


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