ana merico dona hotel são joão

Natural de Botuverá, Ana Merico ficou conhecida em Brusque por administrar, junto com a família, o Hotel São João.

O hotel iniciou as atividades na cidade em 1941, quando a família mudou-se de Águas Negras e instalou o primeiro dormitório na margem direita do rio Itajaí-Mirim.
Mas antes do hotel, Ana levava uma vida de muito trabalho em Botuverá, nos negócios que teve junto com o marido, Ângelo Merico.

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Logo que casaram, eles foram viver no Ribeirão do Ouro. Lá, abriram uma venda e uma espécie de dormitório. Ana era quem cuidava do bar, fazendo a comida e atendendo os fregueses. Era comum ela ficar sozinha administrando o negócio e cuidando dos filhos durante meses, já que o marido costumava viajar levando mercadoria pela região.

 

Depois de algum tempo vivendo em Ribeirão do Ouro, a família mudou-se para Águas Negras. No novo lugar, continuaram com venda e dormitório. Ana seguia na administração do negócio ao lado do marido.

“Tinha uma curva antes de chegar na venda, e a mãe contava que os carroceiros davam com chicote fazendo barulho para avisar que estavam chegando e ela ia correndo no galinheiro matar galinha para dar comida pra eles. Tudo era responsabilidade dela”.

Já em Brusque, a família continuou no ramo. O hotel, localizado em frente da famosa Figueira, era parada certa de viajantes de Botuverá, Vidal Ramos, Major Gercino e Nova Trento.
“Naquela época, a viagem de Botuverá para Brusque era muito demorada. Então, o pessoal parava tudo ali em casa. Os que levavam calcário também. O hotel era bastante movimentado, porque era o único ali naquele lado e mais popular”, conta Adir.

Além de hotel, o empreendimento tinha bar e restaurante. O trabalho era grande. Eram 17 quartos para administrar, que sempre estavam cheios. Ana atuava principalmente na cozinha e na organização do hotel.

Adir cresceu vendo a mãe trabalhar muito na administração do hotel. Foi com ela que aprendeu muitas das tarefas que passou a executar no local, como fazer o pastel, bolinho de carne e o tempero do churrasco servidos no bar. “Trabalhei a vida toda ali, assim como minha mãe”.
O hotel encerrou as atividades em 1985, pouco tempo após a morte de Ana, em 1982. Ela já estava afastada do trabalho há alguns anos, mas deixou um legado que é lembrado até hoje por quem frequentou o Hotel São João.

O prédio onde funcionava o hotel foi demolido recentemente para dar lugar a uma farmácia. Antes disso, Adir doou para a prefeitura parte do terreno para contribuir com a melhoria do fluxo do trânsito na rotatória da Figueira.


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