O empresário Luciano Hang foi mencionado em matéria do jornal The New York Times, em matéria publicada no setor Democracy Challenged, nesta segunda-feira, 26. A reportagem disseca a relação de Alexandre de Moraes, Ministro do Supremo Tribunal Federal, com as bancadas ideológicas da política brasileira, além de analisar a operação que apreendeu aparelhos telefônicos e congelou contas bancárias de diversos empresários brasileiros, sendo um destes o brusquense Luciano Hang.
“Sentimo-nos violados após ter a polícia federal aparecendo às seis horas da manhã para recolher nossos telefones”, disse o empresário.
Os agentes federais investigaram a casa de oito empresários. As autoridades congelaram suas contas bancárias, retendo finanças, telefones e dados digitais, além de solicitar às redes sociais para que suspendessem algumas de suas contas.
A ordem veio, diretamente, do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A única evidência era uma gama de mensagens em um grupo de Whatsapp, que havia sido vazada para um jornalista. Apenas dois, dos oito empresários, sugeriram que prestariam apoio a um golpe de estado para manter Jair Bolsonaro como presidente.
Segundo a reportagem do veículo norte-americano, Alexandre de Moraes agiu de forma unilateral em muitos casos. Agindo como investigador, promotor e juiz todos de uma vez só nestes casos. Líderes políticos da esquerda e grandes veículos jornalísticos do Brasil apoiam as decisões de Moraes, vendo como uma ação necessária contra atos antidemocráticos.
Porém, segundo o Times, muitos experts jurídicos vêem o uso excessivo de força direcionado à salvar a democracia como uma possível consequência para fazer com que exista o aumento de ações antidemocráticas. Assim, não apenas aumentando um problema, mas também criando um segundo.
Até o momento, Alexandre de Moraes se recusou a falar sobre o assunto com o The New York Times.
A matéria ainda trouxe o posicionamento de Lindôra Araújo, vice-procuradora-geral da República, que afirmou o abuso de poder em que Alexandre de Moraes usara para alvejar os empresários única e exclusivamente por expressarem suas opiniões. “Um tipo de policiamento ideológico que é característico de regimes autoritários”, completou a procuradora. Apesar da solicitação, o ministro negou a apelação.
Colaborou Cainã de Moraes