Definido como uma das prioridades do município no Plano Diretor aprovado em 2013, o anel viário de Guabiruba já está no papel. O projeto ainda será discutido e avaliado, mas a Secretaria de Planejamento do município prevê que cerca de 20 vias precisarão ser abertas e uma série de alterações serão feitas no sentido das vias para melhorar o fluxo de trânsito. O objetivo principal é desafogar o Centro da cidade do tráfego de caminhões, levando o trânsito pesado para áreas periféricas.
O secretário de Planejamento de Guabiruba, Wagner Butsch, explica que as estradas do município são, basicamente, as mesmas da época da emancipação, na década de 1960. “A gente precisa de novas vias para tirar o trânsito do Centro”, diz.
Butsch avalia que os três eixos principais do trânsito de Guabiruba passam, obrigatoriamente, pelo Centro, o que gera um tráfego que, em breve, talvez a estrutura viária do município não consiga suportar, se não forem feitas adequações. O primeiro eixo vai do portal do Guabiruba até o bairro Aymoré; o segundo, do bairro Guabiruba Sul até o Lajeado Baixo; o terceiro vem do bairro São Pedro em direção ao Centro.
“A maior parte deste trânsito passa por locais que tem escolas, unidades de saúde e residência. O tráfego fica muito pesado. A cidade tem mais de 13 mil carros e 20 mil habitantes, existe a necessidade de novas vias”, pondera o secretário, “o projeto não vai ser todo executado no nosso governo, este é o primeiro passo”, ressalta.
Novas ligações
Dentro da ideia de evitar o trânsito de cargas pesadas no Centro, algumas vias devem ser revitalizadas, e outras serão abertas. Uma nova ligação entre os bairros Pomerânia e São Pedro é uma das principais apostas. A ideia é reabrir a chamada rua da Independência, no começo do bairro São Pedro, que foi aberta na década de 1990 e, atualmente, quase não apresenta condições de trafegabilidade.
Para fazer o trajeto entre os bairros, hoje, é obrigatório passar pelo Centro. A ideia é de que a nova via seja eficaz para evitar o Centro ao se deslocar entre os bairros. Ainda no bairro São Pedro, a intenção é cortar caminho em um dos morros para abrir uma nova via, que seria outra opção de ligação entre o bairro e a Pomerânia e o município de Blumenau.
Atualmente, o trajeto entre São Pedro e Pomerânia tem uma distância de, aproximadamente, seis quilômetros. Com um novo acesso, esse trecho pode se encurtado para pouco mais de um quilômetro. Um novo acesso também está projetado para o portal da Guabiruba, na divisa com o bairro Guarani, de Brusque. O projeto é ligar a rua Evelina Morsch à rua Antônio Fischer, que dá acesso ao Centro. “Quem mora nesta região tem que vir por 12 quilômetros até o Centro. Se for aberto outro ponto neste local, leva dois quilômetros”, destaca Butsch.
Além, disso, a rua Cristalina, no bairro Lajeado Baixo, deve ser projetada para receber um tráfego maior de caminhões. “A carga pesada pode ser trazida por ali, que é uma zona pouco habitada. Sem contar outras ligações entre bairros, com obras de menor magnitude”, diz o secretário do Planejamento.
SC-420: preocupação
A SC-420, rodovia que parte de Guabiruba, passa por Gaspar em direção à Blumenau ainda não está pavimentada, mas lideranças políticas do Médio Vale se mobilizam para isso. Na teoria, isso é benéfico para Guabiruba, no sentido de abertura de vias de acesso ao município. Na prática, no entanto, pode ser um tiro no pé. A preocupação da prefeitura é de que, com o acesso a Blumenau facilitado – leva menos de 40 minutos -, os congestionamentos que se formam em Gaspar e na entrada de Blumenau podem ser trazidos para o município. “E aí vai passar tudo pelo Centro da cidade. A solução já está sendo planejada, tirar o trânsito do Centro, desviando o tráfego. Teremos vias auxiliares para desafogar esse trânsito. Quando sair a pavimentação, o tráfego vai aumentar, sim, mas não de forma impactante”, avalia Wagner Butsch.
Fonte de recursos
Butsch diz que o governo municipal está buscando fontes de recurso para pavimentar as vias, mas salienta que fica mais fácil obter receitas quando já se tem a via aberta, porque o custo da obra eleva muito se o espaço ainda precisa de infraestrutura básica. Ele afirma que o município vai cuidar desta infraestrutura e, posteriormente, procurar investidores. Os recursos, provavelmente, virão do programa PAC Pavimentação, do Governo Federal. “Por ora, não há como ter estimativa de custo”, diz o secretário.