Aos 70 anos de união, casal de Guabiruba receberá homenagem da Câmara de Vereadores
Ambrósio e Ignez Reichert completaram as bodas de vinho em 2017 e receberão em junho o título de cidadãos beneméritos
Ambrósio e Ignez Reichert completaram as bodas de vinho em 2017 e receberão em junho o título de cidadãos beneméritos
Em 22 de novembro de 1947, o casal Ambrósio Reichert e Ignez Bohn celebrou seu matrimônio. O casamento dos guabirubenses completou em 2017 as bodas de vinho, que representam 70 anos de união, amor e de muitas histórias vividas juntos.
No próximo mês, a Câmara de Vereadores de Guabiruba fará uma homenagem ao casal, por seu envolvimento com a comunidade guabirubense, em especial, o bairro Aymoré, onde residem. Eles irão receber o título de cidadão benemérito, ou seja, aqueles que merecem reconhecimento por serviços ou procedimentos notáveis prestados à comunidade.
A indicação para a homenagem foi feita pelo vereador Paulo Ricardo Gums. Ele explica que, por ser um casal muito conhecido na comunidade e também muito participativo nas atividades da igreja São Cristóvão, decidiu sugerir que eles recebessem o título de cidadão benemérito de Guabiruba. A solenidade acontecerá em 06 de junho, às 19 horas, na Câmara de Vereadores do município.
Gums destaca que, além do casal, a família e os filhos também são pessoas participativas na comunidade. “Não é todo dia que se chega aos 70 anos de casados como eles chegaram, e eles com certeza merecem essa homenagem”, diz o vereador.
Ambrósio e Ignez nasceram em Guabiruba e, quando se casaram, ela tinha 20 anos e ele, 24. “Nem dá pra saber mais como nos conhecemos”, ri Ambrósio. O casal teve 14 filhos – um morreu ainda na infância e, anos mais tarde, uma das filhas faleceu na mesma semana das bodas de ouro, celebradas em 1997. Hoje, ambos já com seus 90 anos, eles têm 33 netos, 21 bisnetos e uma tataraneta.
Em novembro do ano passado, o casal fez uma festança para celebrar a chegada das bodas de vinho. Comemorar 70 anos de casamento não é para qualquer um e, para as festividades, amigos e familiares se fizeram presentes. No dia, mais de 380 convidados participaram do almoço, que foi realizado no salão da Paróquia São Cristóvão, no bairro Aymoré.
A nora Áurea Reichert, que mora com os sogros, conta que o casal não teve sossego durante a festa. “Depois do almoço, o pessoal todo queria tirar foto com eles. Quando deu quatro horas da tarde, a gente tinha que pedir licença pro povo para eles poderem ir ao banheiro. Voltamos para casa às 17h30 e eles foram direto para a cama descansar”, relembra.
A comemoração de 2017 foi um pouco menor do que a das bodas de diamante, em homenagem aos 60 anos de matrimônio, celebrados em 2007. Naquele ano, reuniram-se mais de 500 convidados para comemorar mais uma data especial do casal.
Ambrósio e Ignez celebraram suas bodas de prata, ouro, diamante, platina e vinho. Em todas as ocasiões, tiraram fotografias, que estão reunidas em um quadro feito pelos familiares. Para chegar ainda com muito amor ao marco dos 70 anos de união, Ignez diz que “nós trabalhamos juntos, um sempre ajudando o outro”.
Ignez relembra que a vida do casal foi bastante dura e de muito trabalho. Desde o início da vida juntos, eles trabalharam na roça. Foram 25 anos que a família viveu do plantio de fumo. Ambrósio trabalhou, também, numa serraria, e levava a madeira para lá e para cá ainda de carroça, já que, na época, carros não eram comuns.
Durante a 2º Guerra Mundial, por três anos Ambrósio serviu ao exército na base de Itajaí. “Mas nunca acontecia nada”, relembra ele, rindo. “A gente só ficava lá cuidando, observando. Tinha noites em que chovia muito, e a gente ficava lá, com trovoada nas costas.”
Foi nessa época que o idioma alemão foi proibido no Brasil, e ambos precisaram aprender a língua portuguesa – que compreendem e falam muito bem, porém com um leve sotaque, já que o idioma que eles, a Oma e o Opa da família, aprenderam ainda na juventude.
“Es ist gut, wenn du so lange zusammen lebst”, diz Ignez, em alemão – idioma que, até hoje, os dois usam quando conversam entre si e com os familiares em casa. “É bom quando se vive tanto tempo juntos.” Ambrósio concorda: “Vivemos bem, não tinha briga”, diz, sorrindo, e afirma que, nesses 70 anos de história, o casal viveu muitas coisas juntos, desde dividir uma vida de trabalho até as comemorações dos marcos especiais do casamento.