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Após carreira longa na Europa, volante retorna a Guabiruba para jogar pelo Lageadense

Ederson Tormena fala sobre sua carreira na Europa e o convite para jogar no futebol amador

O nome Ederson Tormena é mais conhecido pelo torcedor belga do que pelo brasileiro. O guabirubense passou sete anos jogando futebol profissional na Bélgica, onde conquistou títulos e se tornou um jogador importante por onde atuou no país. Após uma carreira atrapalhada por lesões, se aposentou precocemente e voltou à terra natal para ser o principal jogador do Lageadense e, provavelmente, de todo o futebol guabirubense.

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Nas categorias de base, ainda como zagueiro, jogou no Brusque, mas foi disputando o Moleque Bom de Bola que veio o convite que mudou a sua vida: aos 14 anos, em 2000, ele foi convidado para um teste no Juventude, em Caxias do Sul (RS). A equipe disputava a Série A do Campeonato Brasileiro. Foi aprovado.

Ederson Tormena, o Éder, estreou profissionalmente pelo Juventude em 2003, aos 17 anos, e lá ficou até 2007. Chegou a atuar ao lado do zagueiro Thiago Silva, da seleção brasileira e do Paris Saint-Germain. Disputou a Copa Sul-Americana, a Copa do Brasil e os campeonatos Brasileiro e Gaúcho, sendo campeão estadual em seu último ano no clube, contra o Grêmio.

Copa da Bélgica em 2009, com o KRC Genk, foi o título mais importante | Foto: Divulgação

Bélgica
Em 2007, o atleta foi negociado com o Germinal Beerschot, clube que havia sido campeão da Copa da Bélgica dois anos antes e que está extinto desde 2013, após fusão com o KFCO Wilrijk. Só na Bélgica Éder se tornou volante. “A adaptação foi tranquila. Havia muitos colombianos e argentinos no time, além de brasileiros. Então foi fácil, nos entendíamos bem. Depois limitaram a quantidade de estrangeiros por clube, mas como eu tinha passaporte italiano, não tive problemas em permanecer”, relata.

Para a temporada 2008-09, nova transferência: desta vez para o Racing Genk, um clube maior do país, que faz parte do pelotão que segue o trio Anderlecht, Club Brugge e Standard de Liège. E logo que chegou, Éder conquistou o título da Copa da Bélgica. Foi a terceira vez que o clube conquistou a taça, que ainda levantaria o caneco em 2013.

No entanto, as lesões começaram a aparecer e, com a troca de técnico, o guabirubense perdeu espaço. Assim, chegou em 2010 ao Charleroi, clube onde criou raízes e demonstrou lealdade acima da média.

“Em 2010-11, o time foi rebaixado. Eu tinha outras propostas, da primeira divisão e de outros países, mas preferi ajudar o clube a retornar à elite”, lembra. O acesso foi comemorado na temporada seguinte com muitas rodadas de antecedência. Éder ficou lá até 2014, já com 28 anos.

No Charleroi, o guabirubense portou a braçadeira de capitão | Foto: Philippe Crochet/Photonews

Final precoce
Com o fim do contrato e o Charleroi buscando diminuir salários e rejuvenescer o elenco, o guabirubense preferiu seguir adiante na carreira, para voos mais altos. Assim, veio a proposta do Asteras Tripoli, da Grécia. O aval de jogadores conhecidos sobre a qualidade do clube foi determinante para fechar negócio.

Mas lá, viveu um curto bom período dentro de campo, com participação na Liga Europa, até as lesões voltarem a incomodar. Rompimento do tendão de um dos joelhos e problemas na coluna comprometeram os dois anos de Éder na Grécia. Era hora de parar, precocemente, aos 30 anos.

No entanto, o SV Waldhof Mannheim, da quarta divisão da Alemanha, entrou em contato. Com um projeto ambicioso e nova direção, quis levar Éder, que resolveu dar uma última chance ao futebol. Porém, seu corpo já não permitia mais. As lesões continuaram em solo alemão.

Lageadense
Com coleções de camisetas e lembranças da carreira profissional, Éder retorna a Guabiruba, de onde havia ficado longe por mais de uma década e meia. Mas o futebol o perseguia e, com o convite do Lageadense para disputar o campeonato amador, o volante decidiu continuar, de outra forma. “Não dá pra parar de jogar, a gente nunca quer parar, não dá”, conta.

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Vice-campeão em 2017, é ele a principal referência da equipe, algo que é bom, mas pode ser ruim por um lado. “Também sou o que mais apanho (risos), o pessoal fica dizendo que tem que me anular, e tal… Acontece. Futebol amador é diferente”, destaca.

Hoje, já que preferiu não fazer cirurgia na coluna, Éder segue com o tratamento. Ele também administra com seu irmão, que também foi jogador de futebol, uma quadra de futebol sintético em Guabiruba. Entre os planos, está também o Ensino Superior, com uma graduação em Educação Física.

“Aceitei jogar pelo Lageadense por que é um clube antigo, que o pessoal decidiu tirar do abandono, refazer o gramado. É uma história legal, e quero ajudar”, encerra.


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