Após quatros anos do início da pandemia da Covid-19, saiba qual a situação da doença em Brusque
Município teve mais de 48 mil casos desde março de 2020
Município teve mais de 48 mil casos desde março de 2020
Passados mais de quatro anos desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a Covid-19 como pandemia, em 11 de março de 2020, Brusque continua monitorando a situação do vírus na região.
Segundo o relatório mais recente, atualizado em 27 de novembro deste ano, o município registrou 48.428 casos confirmados de Covid-19 desde o início da pandemia. Nos últimos sete dias (comparado ao dia 27), foram confirmados nove novos casos, e atualmente há seis casos ativos no período de 14 dias (tendo o dia 27 como base).
Apesar do número expressivo de casos acumulados, Brusque mantém uma taxa de letalidade relativamente baixa, de 0,76%, com um total de 369 óbitos registrados ao longo dos mais de quatro anos.
Carol Maçaneiro, diretora da Vigilância e Saúde de Brusque, compartilhou um panorama atualizado sobre a situação da Covid-19 no município. Segundo ela, em 2024, Brusque registrou 983 casos da doença, com dois óbitos.
“O primeiro falecimento ocorreu em janeiro, de um homem de 65 anos, morador do bairro Limeira, que faleceu no Hospital Santo Antônio após contrair a Covid-19 enquanto apresentava complicações relacionadas a um câncer. O segundo óbito foi registrado em abril, de um homem de 85 anos, do bairro Guarani, que faleceu no Hospital Azambuja”, disse.
A vacinação, segundo Carol, continua sendo uma prioridade, com destaque para a cobertura da vacina contra a gripe, que, até o momento, alcançou 51,64% da população alvo, especialmente os idosos. No entanto, alertou para uma situação de desabastecimento de vacinas, incluindo a vacina contra a Covid-19, sem previsão de reabastecimento imediato.
“A Secretaria de Saúde, em parceria com a Secretaria de Educação, lançou a 2ª Gincana entre os dias 28 de outubro e 29 de novembro, com o objetivo de ampliar a cobertura vacinal em geral, incluindo a Covid-19. Estamos fazendo o possível para aumentar as taxas de vacinação, e a gincana tem sido uma excelente estratégia para envolver a comunidade”, afirmou a diretora.
Ricardo Alexandre Freitas, infectologista da Secretaria de Saúde de Brusque, falou que embora ainda presente, a Covid-19 está “parcialmente controlada” no município.
“Tivemos uma situação bastante catastrófica entre 2020 e 2022, mas em 2023 a situação melhorou, e agora temos uma estabilidade”, afirmou. Embora o número de casos tenha oscilado nos últimos meses, ele destaca que a doença não está mais em um nível alarmante.
Freitas enfatiza que a Covid-19 veio para ficar, mas que a sociedade deve continuar adotando medidas preventivas. “A higiene das mãos, o uso de máscara para quem está sintomático e a etiqueta da tosse continuam sendo medidas importantes para evitar a propagação do vírus”, disse.
O médico ainda fez questão de reforçar que, embora a doença tenha se tornado menos agressiva com o tempo, a vacinação permanece essencial, especialmente para os grupos mais vulneráveis, como idosos e pessoas com comorbidades.
“É uma doença recente, do ponto de vista histórico da medicina, e muita coisa ainda estamos aprendendo sobre ela”, explicou. Ele acredita que a pandemia deixou legados positivos para a medicina, incluindo avanços nas vacinas e novos tratamentos.
“As vacinas abriram portas para o desenvolvimento de tecnologias que podem ser aplicadas em outras doenças, até mesmo em tratamentos oncológicos”, destacou.
A vacinação, segundo o infectologista, deve ser mantida e repetida anualmente, da mesma forma que acontece com a vacina contra a gripe. “A vacina do Covid tem uma dinâmica parecida com a da influenza, e a imunização contínua ajuda a controlar os picos da doença”, afirmou.
Freitas também tranquilizou a população ao afirmar que as variantes do vírus que surgiram após o Sars-CoV-2 original são menos agressivas. “Hoje, o vírus se adaptou ao ser humano e, felizmente, os casos graves são bem menos frequentes do que durante o auge da pandemia”, concluiu.
O infectologista reforça que, apesar do cenário positivo atual, a vigilância deve continuar, com atenção especial para a possibilidade de novas variantes ou até mesmo o surgimento de um novo vírus, como um possível “Sars-CoV-3”.
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