Após três anos de atuação, Pata é reconhecida como instituição de utilidade pública
A ONG atua em Guabiruba há três anos e título facilita acesso a recursos e permite parcerias públicas
A ONG atua em Guabiruba há três anos e título facilita acesso a recursos e permite parcerias públicas
A ONG Protegendo os Animais com Todo Amor (Pata) recebeu o título de instituição de utilidade pública, no último dia 20. A decisão foi unânime nas duas votações na Câmara de Vereadores. O reconhecimento veio no terceiro ano de atuação, um a mais que o mínimo exigido para entrar com o pedido. O projeto de lei foi proposto pelo vereador Felipe Eilert dos Santos.
Com a decisão, a presidente da entidade, Kelly Stricker, acredita ser possível um acesso mais fácil a recursos públicos pela ONG, assim como firmar parcerias com o poder público. Para ela, o reconhecimento dá mais credibilidade para o trabalho social desenvolvido. A aceitação do pedido era esperada há cerca de um ano e meio.
Ela destaca a atuação voluntária das pessoas envolvidas nas rotinas diárias da Pata. Muitos deles mantém atividades profissionais em paralelo. Apesar da demanda, o grupo ainda participava da organização de eventos para tentar levantar recursos, além do resgate de animais.
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As possibilidades chegam após um ano de desafios para a gestão da entidade.
“Podemos dizer que foi difícil de sobreviver em relação à situação financeira. Dois grandes eventos que a Pata conseguia obter um bom retorno financeiro foram cancelados”. Entre os eventos indicados estava a Festa da Integração, afetada pela paralisação de caminhoneiros, além da Festa Solidária. Neste caso, problemas de saúde nos voluntários impossibilitaram a participação.
Ela se orgulha da organização e sucesso do 1º Mutirão de Castração. Durante o evento, 204 castrações de fêmeas foram feitas. Ao longo do ano, outros 100 passaram pelo procedimento em clínicas parceiras da Pata. Hoje, cerca de cinco pessoas se dedicam diretamente ao trabalho da ONG. O número aumenta durante os eventos.
Novo momento
“Da forma que estávamos sobrevivendo nesses quase 4 anos de atuação não é mais possível. Os nossos recursos até hoje sempre foram dos nossos próprios eventos e isso gera um desgaste imenso, você tem que estar cada dia pensando em algo para conseguir dinheiro, e os casos graves não param de chegar”, resume a presidente.
Com poucos eventos anuais, afirma, não seria possível custear a atuação. Para manter o trabalho, estima ser necessário cerca de R$ 50 mil ao ano. Além do calendário reduzido, o volume de trabalho dificulta o engajamento nas ações. Para ela, outro obstáculo na atuação diária está no preconceito com o trabalho prestado. O contexto, afirma, prejudica a atuação dos voluntários e influencia na saúde psicológico.
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Apesar do tema ter ganho espaço na sociedade, Kelly lamenta a recorrência de casos de violência e abandono animal. Outro agravante é o baixo índice de pessoas que se prontificam em ser testemunhas nos encaminhamentos jurídicos.
Destaca a importância da atuação para o controle de zoonoses. “Nós desempenhamos, hoje, um serviço indispensável à manutenção da saúde pública, suprindo uma função essencial que, hoje, o Estado não consegue atender devido ao baixo investimento”.