Após um ano de pandemia, profissionais do setor de eventos de Brusque precisam se reinventar

Levantamento estima que até 10 mil pessoas do setor foram atingidas na cidade

Após um ano de pandemia, profissionais do setor de eventos de Brusque precisam se reinventar

Levantamento estima que até 10 mil pessoas do setor foram atingidas na cidade

Já faz um ano que os trabalhadores do setor de eventos de Brusque convivem com a incerteza sobre a retomada das atividades. O segmento está parado desde o começo da pandemia e segue sem esperança para retornar ao normal.

O setor dos eventos engloba profissionais de diversas áreas, como DJs, cerimonialistas, bandas, cozinheiros, seguranças, baristas, garçons, decoradores, lojas de aluguéis de fantasias e vestes, dançarinos, bailarinos e profissionais da área da limpeza.

Todos eles foram atingidos pela pandemia de forma direta ou indireta.

Bruno Rodighero Mapa, tem 25 anos e é empreendedor do setor. Ele é dono de um bar e restaurante em Brusque. Para ele, a falta de criatividade de alguns empresários foi um fator importante para aumentar a crise no setor.

“Na empresa em que eu promovia eventos, tivemos que mudar completamente e adaptar a essência para uma marca de vestuário. Disponibilizamos nossos artistas para outros eventos pequenos para tentar obter algum faturamento no agenciamento deles ou nos eventos em que tocaram”.

Sobre as mudanças recorrente dos decretos para o setor ele comenta: “temos que nos adaptar. Queremos muito trabalhar, mas muitas pessoas estão morrendo. As regras vêm do governo, seguir ou não, depende da consciência de cada um”, finaliza.

Aldir Macedo, 59, vive o outro lado do cenário, o da prestação de serviços. Ele trabalhava como garçom em eventos na cidade e hoje não atua mais no ramo.

“É difícil. Tive que correr atrás de outras opções de serviços pois a demanda diminuiu por completo. Dei sorte de conseguir uma vaga de emprego em uma metalúrgica, onde eu já tinha certo conhecimento”, diz.

Existe também, o lado das pessoas que tiveram que adaptar suas funções para outros locais. É o caso de Emerson Rocha Saija, 47 anos. Ele trabalhava como segurança em eventos noturnos da cidade e hoje desempenha a mesma função, só que em uma cooperativa bancária.

“Não tive escolha. Quando acontece algo parecido com isso, devemos nos agarrar ao que surge. Acabei me descobrindo um profissional melhor, com capacidade para atender outras demandas. Em épocas assim, é preciso se reinventar”, diz Saija.

No dia 10 de agosto de 2020, os representantes do setor de eventos elaboraram um levantamento de dados do Produto Interno Bruto (PIB) voltado à realidade de Brusque.

No levantamento, foi identificado que em torno de até 10 mil pessoas estão envolvidas com o setor de eventos direta e indiretamente. O envolvimento direto engloba em torno de 2,5 mil trabalhadores.

De acordo com dados coletados pela Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), o setor de eventos foi um dos primeiros setores que tiveram a parada obrigatória da realização das funções.

Doreni Caramori Jr., presidente da Abrape, diz que os eventos pequenos, como casamentos e aniversários, até os corporativos, como feiras e congressos, e os esportivos e de entretenimento, todos tiveram que ser cancelados devido à pandemia.

Hoje, cerca de 97% das empresas estão completamente paradas, com 400 mil demissões e o fechamento de um terço das organizações: 24 mil empresas que faliram ou mudaram de ramo.

Quando se fala de Brasil, a área da produção de eventos movimentava, anualmente, cerca de R$ 17 bilhões em eventos sociais e R$ 250 bilhões em eventos de modo corporativo. Porém, a realidade agora é de dificuldades financeiras na grande parte das organizações e isso gera preocupação tanto para para quem contrata quanto para quem é contratado.


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