Após virada de ano, tutores buscam por cães que fugiram por medo dos fogos em Brusque
Acapra atua na divulgação dos casos para ajudar nas buscas pelos animais
Acapra atua na divulgação dos casos para ajudar nas buscas pelos animais
Entre os dias 31 de dezembro e 1º de janeiro, diversos cães fugiram de casa após ficarem assustados com os fogos de artifício sonoros no Ano Novo em Brusque. O problema é relatado pela Associação Brusquense de Proteção aos Animais (Acapra).
De acordo com a presidente da ONG, Jéssica Ricardo, durante esses dois dias a Acapra recebeu uma alta quantidade de mensagens sobre cães que fugiram ou cães, visivelmente bem cuidados e com donos, encontrados na rua. Ela afirma que vários animais estão desaparecidos desde o dia 31 e alguns estão sendo encontrados depois de alguns dias.
“Apenas no dia 31 tivemos mais de 20 pedidos de ajuda para essas situações. Temos casos de animais que fogem ao longo do ano, mas são mínimos, geralmente dia 31 e 1º superam os números do ano inteiro”, aponta.
Entre eles, estava o Scooby, cãozinho do casal Milena Morette Gomes e Luca Maciel Gomes, moradores do bairro Limeira. Ela relembra que, na tarde de 31 de dezembro, foi junto do marido passar a virada na casa da mãe dela em Guabiruba. Quando eles voltaram no sábado, 1º, só estava a cachorra mais velha do casal. Scooby tinha sumido.
A procura pelo cãozinho perdurou por longos cinco dias. Na tarde desta quinta-feira, 6, logo após a entrevista ao jornal O Município, o casal finalmente encontrou Scooby.
“Fomos no banco de tarde e na volta passamos de carro por umas ruas aqui perto de casa, passamos bem devagarzinho com o carro, aí escutei um barulho de respiração ofegante e quando olhei pela janela ele estava vindo correndo do lado do carro. Quando abri a porta ele entrou todo doido, pulando e lambendo, não parava quieto”, relata Milena emocionada.
Segundo ela, a família passou por dias de aflição, preocupada se o cão estava se alimentando ou bebendo água, sendo cuidado. Durante todos os dias, eles saíam de casa à procura do Scooby pelo bairro. Milena conta que chegou a fazer cartazes para colar nos pontos comerciais da região. “Ele sempre foi nosso parceirinho, sempre mimoso e carinhoso”, completa.
Milena conta que Scooby tem medo dos sons de fogos de artifício. “Até com trovoadas ele corria pra dentro de casa. Quando saímos, deixamos a lavanderia aberta pra ele entrar caso tivesse medo. Nossa casa é toda murada, tem portão de 1,80 metro, mas mesmo assim ele deu jeito de fugir”, diz.
Jéssica reforça que as fugas são causadas pelo medo. Ela explica que, como os animais são altamente sensíveis ao som dos fogos, eles se desesperam e tentam fugir dessa situação de estresse. “Nesse desespero acabam ficando desnorteados e se perdem. Alguns acabam não fugindo, mas se machucando ou tendo mal súbito devido ao estresse momentâneo”, destaca.
“Infelizmente, enquanto não tiver uma lei que proíba os fogos sonoros, não tem muito o que pode ser feito pelos animais. Podemos tentar minimizar os danos, mas protegê-los 100% não conseguimos”, completa.
Jéssica comenta algumas ações para os tutores tentarem evitar a fuga ou diminuir o estresse do cãozinho. Segundo ela, uma forma é permanecer em casa com eles, ou estar junto do animal.
“Quem sabe, ligando uma TV com volume mais alto e fechando a casa. Tentar minimizar o estresse e impedir que eles se machuquem”, indica.
Uma orientação importante é também colocar identificação nos animais, como a coleira com um telefone, por exemplo.
A presidente detalha que os pedidos de ajuda dos tutores ou de pessoas que encontram cães que fugiram chegam via WhatsApp e ou pelo Instagram, no @acaprabrusquesc.
“O suporte que a Acapra pode dar neste momento é com a divulgação. Se o animal for resgatado por algum voluntário, será iniciado o processo de divulgação para encontrar o tutor, enquanto acolhe o animal. Se ele for encontrado por uma outra pessoa, pode postar nos stories e marcar a ONG, que vamos compartilhar”, explica.
Jéssica também orienta para que o tutor poste sobre o sumiço do cão nas redes sociais. É importante que essas publicações sejam feitas com foto, local da fuga, as características do bichinho e o contato do tutor. Por fim, é preciso marcar a Acapra para que a ONG possa republicar o post ou repostar o story no Instagram.
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