Aproximadamente 60 apartamentos do programa Minha Casa, Minha Vida estão desocupados em Brusque
Segundo a Assistência Social, burocracia da Caixa Econômica impede o ingresso de novos moradores
Segundo a Assistência Social, burocracia da Caixa Econômica impede o ingresso de novos moradores
O secretário de Assistência Social e Habitação, Rodrigo Voltolini, anunciou ontem, em reunião na Câmara de Vereadores, que existem aproximadamente 60 apartamentos do programa Minha Casa, Minha Vida, que estão desocupados no município.
Segundo o secretário, a desocupação ocorre por dois motivos: a inadimplência assídua dos moradores, que não conseguem pagar as mensalidades ou o condomínio; ou o abandono puro e simples, quando os moradores, insatisfeitos com o local, saem de lá sem explicações.
A partir da saída de um morador, começa um calvário para que outro possa ocupar o apartamento. Voltolini explicou que há dificuldade em retomar os imóveis inabitados. Segundo ele, o processo demora em média nove meses e, desde 2015, apenas dois apartamentos foram recuperados.
O secretário considera que a quantidade de apartamentos sem uso e que não pode ser alocada para outras pessoas é bastante grande. Com a comunicação à Caixa Econômica Federal do abandono de um imóvel, ela inicia um moroso processo administrativo, tentando contatar o morador desistente.
Além disso, quando a pessoa que abandonou o imóvel se arrepende e pede o retorno ao apartamento, é quase certo que o juiz responsável por analisar o pedido autorizará a retomada do imóvel.
Mais de 8 mil na fila
Voltolini destaca que os apartamentos sem uso fazem bastante falta. Há, atualmente, 8.710 pessoas com pedido de moradia junto à Prefeitura de Brusque. Todas inscritas no cadastro habitacional da Assistência Social, aguardando para serem contempladas com um imóvel.
Moradores dos residenciais – que ficam nos bairros Cedrinho e Limeira, disseram durante a reunião que alguns vizinhos não se adaptaram ao local, moraram durante dois ou três meses, foram até a Caixa, entregaram as chaves e foram embora.
No entanto, a Caixa ainda não tomou nenhuma providência: nem rompeu o contrato nem alocou outro morador, e os apartamentos continuam vagos. Com menos moradores pagando o condomínio, os custos de manutenção dos residenciais acabam por ser divididos pelos que ficaram.
Para o secretário, essa e uma questão difícil de ser resolvida, em curto prazo, e isso passaria por uma revisão completa do sistema de concessão dos apartamentos.