Associação do Nova Brasília questiona obra perto do reservatório do Samae
Entidade encaminhou ofícios à prefeitura e à Câmara cobrando comprovação de segurança
Entidade encaminhou ofícios à prefeitura e à Câmara cobrando comprovação de segurança
A Associação de Moradores do Bairro Nova Brasília (Amonbra) questiona a Prefeitura de Brusque sobre uma obra perto do reservatório de água que fica no bairro. A entidade teme que as escavações sejam muito próximas da estrutura e possam causar danos à comunidade.
A Amonbra enviou correspondência à Câmara de Vereadores no dia 13 deste mês. A associação solicita três informações à prefeitura.
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A entidade quer que o município informe a matrícula do imóvel onde ocorre a obra (no entorno do reservatório). Também solicita informações sobre quais foram os procedimentos e normas técnicas para a instalação do reservatório. E por último requer um estudo do solo onde está o tanque.
O presidente da Amonbra, Marciel Grimm, diz que existe preocupação na comunidade sobre se o solo embaixo do reservatório – cuja capacidade é de 2 milhões de litros – aguenta o peso e a pressão com a obra de terraplanagem tão perto dele.
Segundo Grimm, próximo do lugar há um morro que já desbarrancou uma vez. O temor é que o solo onde está o reservatório seja vulnerável como aquele.
Pelos registros fotográficos e análises feitas ela associação, o solo aparentemente é “podre”, afirma o presidente. É um linguajar na engenharia que significa que não é firme, como deveria ser para suportar 2 milhões de litros d’água.
O maior perigo, na avaliação da Amonbra, é com a erosão do solo. “A erosão já começou nas extremidades do terreno”, afirma o presidente. Se o solo ceder, há risco, de acordo com Grimm, de que o reservatório penda e, com isso, possa provocar um acidente.
“Há muitos moradores e empresários preocupados”, afirma. Há mais de um ano a entidade busca que o poder público apresente dados técnicos que comprovem a segurança da obra. Segundo ele, até o momento não houve resposta.
Prevenção
Grimm considera que, se nada for feito, poderá causar prejuízo coletivo no futuro. Ele pontua que o reservatório é vital para a cidade porque atende muitos bairros.
Se ele cair, um grande número de moradores poderá ser afetado. “O Executivo terá que arcar com mais despesas e tem risco de as residências ficarem sem abastecimento de água”, afirma.
História longa
A Amonbra começou a questionar a obra ao lado do reservatório há mais de um ano. Em setembro de 2017, a associação solicitou um parecer técnico ao Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae). O ofício foi assinado por dois servidores, mas até hoje não houve resposta formal.
No mesmo dia 11 de setembro, a associação questionou o Instituto Brusquense de Planejamento (Ibplan) sobre a legalidade da obra.
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Grimm também procurou pessoalmente membros da prefeitura para falar sobre a obra, mas não foi ouvido, segundo ele. Sem respostas concretas nem acesso à documentação técnica, a Amonbra procurou a Câmara.
Através da Câmara, a Amonbra questionou a prefeitura sobre a legalidade da obra. “Quero deixar claro que todos foram procurados, não é nada de cunho político-partidário”, declara.
Segundo Grimm, se não houver resposta da prefeitura via Legislativo a entidade acionará o Ministério Público.
Samae nega
O diretor-presidente do Samae, Roberto Bolognini, o Betinho, explica que o terreno onde está a obra pertence à empresa após uma transação feita há alguns anos. Na época, a autarquia buscava um local mais alto para um novo reservatório.
Uma empresa era dona do terreno onde está o reservatório hoje. Ela fez uma troca com o Samae: doou um terreno mais alto e em troca a prefeitura fez uma saída para o restante do terreno para o lado do Nova Brasília.
Essa transação foi legitimada e agora a empresa está trabalhando no local. “Quanto à erosão, não há perigo algum”, afirma Betinho.
Segundo o diretor-presidente, o que preocupa a autarquia naquele local é o vandalismo no reservatório. Ele diz que vândalos têm jogado pedras e outros objetos no tanque. A cerca também foi danificada.