Autoescolas de Brusque planejam instalar simuladores de direção em 2017
Pelo menos cinco Centros de Formação de Condutores do município já estão em negociação
Pelo menos cinco Centros de Formação de Condutores do município já estão em negociação
Cinco autoescolas de Brusque estão em negociação para instalarem o simulador de direção no próximo ano. O equipamento é obrigatório no país desde o início deste ano, porém, devido a uma liminar, em Santa Catarina os Centros de Formação de Condutores (CFCs) não são obrigados a utilizarem o sistema.
O proprietário da Autoescola Marquezan, Célio Marquez, afirma que as autoescolas de Brusque se reuniram no mês passado para discutirem a instalação do equipamento que auxilia na aprendizagem do futuro condutor. “Pretendemos instalar, mas ainda não está nada certo, estamos negociando”, diz.
Segundo ele, participaram da reunião as autoescolas Marquezan, Lideral, Diplomata, Marijá e Brusquense. A ideia é instalar os equipamentos em um mesmo lugar, assim, o instrutor pode dar aula para vários alunos ao mesmo tempo. “A ideia é que cada autoescola adquira um simulador e todas instalem no mesmo lugar. Isso facilitaria muito, porque não são todos os CFCs que têm espaço para receber o equipamento”.
Marquez diz que os proprietários das autoescolas estão em contato com o Detran para saber se o equipamento pode ser instalado da forma como eles pretendem. “Mesmo que a liminar não caia, nós queremos instalar. Conversei com CFCs de outras cidades que já têm o equipamento e eles estão muito contentes com os resultados. É um diferencial que vamos oferecer aos nossos alunos”, diz.
O simulador
O candidato que for tirar a primeira habilitação terá que fazer, no mínimo, 25 horas de aula prática. Do total, 20 horas em veículo de aprendizagem, sendo quatro horas no período noturno. As demais cinco horas serão feitas no simulador de direção, sendo uma hora com conteúdo noturno. Quem já tem carteira de motorista e vai adicionar a Categoria B faz 20 horas de aula, sendo cinco horas no simulador.
No simulador, os alunos têm reproduzidas situações como ultrapassagem, mudança de faixa, direção com chuva e manobra em marcha à ré. De acordo com o Contran, numa segunda etapa será obrigatório o uso do simulador para quem dirigir veículos comerciais, caminhão, ônibus e motos.
A obrigatoriedade de aulas no simulador de direção veicular foi prevista, inicialmente, pelo Contran, e depois suspensa. Em fevereiro de 2014, donos de autoescolas protestaram nas proximidades do Congresso Nacional contra o uso de simuladores. Eles alegavam que o equipamento custava caro, entre R$ 30 mil e R$ 40 mil, e não traria grandes benefícios aos alunos. Por meio da Resolução 543, de 15 de julho de 2015, a obrigatoriedade foi retomada. À época, o Contran informou que o pedido para a volta da obrigatoriedade partiu dos Detrans de todo o país.
Sindicato é contra a obrigatoriedade
O presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Santa Catarina (Sindemosc), César Isai Stolf, afirma que o simulador acarreta muitos custos para as autoescolas, por este motivo, o equipamento deveria ser facultativo.
Segundo ele, as autoescolas tem a possibilidade de comprar o equipamento ou fazer um contrato de comodato, as duas opções são caras, já que o equipamento custa mais de R$ 40 mil e precisa de revisão e manutenção periódica.
O presidente do sindicato destaca ainda que a liminar foi concedida às autoescolas do estado porque, na época, as empresas fabricantes não tinham equipamentos suficientes para fornecer aos CFCs. “Vivemos numa insegurança jurídica. O nosso temor é que aconteça como no caso do kit de primeiros socorros e, mais recentemente, dos extintores. Que se torne obrigatório e tempos depois revogue. É um custo muito alto para as autoescolas, além de fazer com que o preço da habilitação também suba”.