Brusque consegue decepcionar quando expectativas já eram baixas
Com rendimento cada vez pior da equipe, queda de Luizinho Lopes havia se tornado incontornável
Há quase um mês, em 23 de abril de 2024, estava escrito nesta coluna:
“Para o momento, vale diminuir a pressão e ter uma tolerância com elenco e comissão técnica. As seis primeiras rodadas não facilitam em nada, com adversários do nível de Coritiba, Goiás, Sport e Santos.”
As expectativas já eram baixas, mas…
O Brusque conseguiu ir até pior. Não necessariamente pela sequência sem vitórias, porque a tabela era dificílima. Mas o time só decaiu desde a estreia diante do Mirassol. Fez um bom jogo ainda contra o Coritiba e, a partir do Goiás, o rendimento foi ladeira abaixo. Pouco se tira de positivo.
O ataque, fraco ao longo de todo o ano, não teve melhora. A defesa, antes sólida, se fragilizou. Em seis jogos de Série B, levou 12 gols.
Não se esperava vencer e nem pontuar contra Sport e Santos fora de casa. Mas o Brusque foi completamente trucidado, sem resistência significativa, especialmente pelo Santos. Após o gol de Weslley Patati, a partida se desenvolveu em ritmo de treino. Faltou absolutamente tudo. É normal o Brusque perder para o Peixe. Levar 1 a 0, 2 a 0, 3 a 1, são hipóteses dentro do aceitável. Levou 4 a 0, sem ver a cor da bola, após já ter sido amassado pelo Sport na semana anterior. E foi pouco. O Santos não fez oito porque não quis, tirou o pé no segundo tempo.
E no jogo contra o Operário-PR, que era o mais “ganhável”, o Brusque teve outra atuação sofrível. Só não perdeu porque o VAR foi procurar uma falta sobre Diego Tavares semanas antes do gol do Fantasma.
Por isso Luizinho Lopes não é mais técnico do Brusque. Ele já havia tentado de tudo. Mudou escalações, mudou formas de atacar, de se defender, tentou adaptações. Só não fez mágica. Mas nada surtia o efeito desejado após a derrota para o Goiás. Não havia nada mais além de lampejos, cada vez mais raros. Nada além de lamentar derrotas para Coritiba e Atlético-GO que talvez merecessem terminar de outra forma.
Luizinho Lopes superou momentos importantes de crise na Série C e no Campeonato Catarinense. Mas na Série B, o elenco parece ter se tornado obsoleto, e os reforços não têm acrescentado em qualidade de forma significativa. Em meio à sequência insana da tabela e à pressão da torcida, seu ciclo foi encerrado.
É muito injusto tratá-lo como menor por ter perdido as finais do Catarinense e da Série C. Ele cumpriu, afinal, todas as principais missões que lhe foram dadas, como ele mesmo gosta de dizer. Faltou um título maior para coroá-lo, verdade, mas isto não o tira de um lugar ilustre na história do clube. Merece todo o sucesso possível na sequência da carreira.
E agora?
Luizinho Lopes sai, chega Luizinho Vieira. O treinador havia chegado ao Amazonas na reta final do Brasileiro Série C e foi campeão em cima do Brusque, mas foi demitido logo antes da Série B. Não resistiu à final do estadual (perdida para o Manaus) e à eliminação para o Remo na Copa Verde.
O novo técnico quase não tem experiência em divisões acima da Série C. Foi interino no Criciúma nas três rodadas finais da Série A de 2014, foi efetivado para 2015, mas não chegou até a Série B. Voltou a comandar o Tigre como interino na 30ª rodada daquele ano, numa derrota diante do Bragantino.
A missão com o Brusque não pode ser outra: evitar o rebaixamento. Até aqui, sob Luizinho Lopes, o elenco se mostrou um pouco mais limitado do que o das edições da Série B de 2021 e 2022. Será necessário um excelente trabalho de Luizinho Vieira.
Renaux
O Carlos Renaux estreia às 15h deste domingo, 26, na Série B do Catarinense. O adversário é o Atlético Catarinense, que agora é de Criciúma, no estádio Mário Balsini. Será uma competição dificílima, com times tradicionais e fortes.
Assista agora mesmo!
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