Brusque é a 11ª cidade catarinense com maior custo per capita do funcionalismo público
Observatório Social compilou dados de 17 municípios catarinenses referentes às despesas com pessoal em 2017
Observatório Social compilou dados de 17 municípios catarinenses referentes às despesas com pessoal em 2017
O funcionalismo público de Brusque tem um custo de cerca de R$ 135 mensais ao contribuinte. O município ocupa a 11ª posição no ranking das cidades catarinenses com maior custo mensal da folha de pagamento. Com 128.818 habitantes, segundo último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Brusque é a 12ª maior cidade de Santa Catarina.
Os dados de 17 municípios catarinenses – as 15 maiores cidades, além de Botuverá e Guabiruba – foram compilados pelo Observatório Social de Brusque e tem base em informações disponibilizadas pelo Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE-SC) referentes ao ano de 2017.
O cálculo dos gastos por cidadão foi feito dividindo o valor das despesas totais com o funcionalismo público pelo número de habitantes do município. Porém, esse cálculo engloba o número total de habitantes, e não apenas o cidadão que é economicamente ativo: contabiliza também crianças e aposentados, por exemplo.
Segundo Claudemir Marcolla, consultor do Observatório, o mais interessante de se apresentar esses dados e essa análise dos gastos com o funcionalismo público é poder informar o cidadão, mostrando a ele o quanto do que se paga em tributos é destinado à manutenção da folha de pagamento municipal.
Os R$ 135,49 pagos pelos brusquenses mensalmente totalizam um valor de R$ 1.625,88 ao final de um ano. Marcolla lembra que o salário mínimo, hoje, é de R$ 937. Ou seja, caso cada cidadão de fato contribuísse com R$ 135,49 mensais para o funcionalismo público, isso seria o equivalente a 14,45% de um salário mínimo.
Botuverá, que ocupa a 190ª posição no ranking de maiores cidades do estado, figura em quarto lugar na tabela das cidades que mais gastam com o funcionalismo público, apresentando um custo mensal de R$ 169,81. O município tem, segundo o censo de 2017, cerca de cinco mil habitantes.
Já Guabiruba, que aparece na 16º posição no ranking do Observatório Social, é o 57º na lista de maiores municípios catarinenses, com 22.732 habitantes. Guabiruba apresentou, em 2017, um custo de R$ 106,25 por mês aos contribuintes, referentes à folha de pagamento de pessoal.
Confira a tabela:
O município que lidera o ranking de gastos com o funcionalismo público é Balneário Camboriú, 11º maior cidade de Santa Catarina, apresentando um custo mensal de R$ 243,21 para o cidadão. Em segundo lugar está Itajaí, com um valor de R$ 240,17 por mês para cada habitante. Itajaí é a sexta maior cidade catarinense.
Segundo relatórios de gestão, as despesas totais da Prefeitura de Brusque com pagamento de pessoal atingiram cerca de 53% da receita municipal no quarto bimestre do ano passado, porcentagem que ultrapassa o limite de 51,3% estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), mas ainda se enquadra dentro do limite máximo de 54%.
“O que o município arrecada em tributos e é destinado ao pagamento de pessoal representa um número muito alto de comprometimento da receita. Esse é um valor ao qual os gestores públicos devem se atentar, pois já estão acima do limite de responsabilidade fiscal”, afirma Marcolla. “E nós temos que acompanhar, não é questão de demonizar o poder ou o funcionalismo público, afinal, eles estão lá por merecimento e nos prestam serviços. Mas o cidadão tem que saber pelo que ele está pagando”, acrescenta.
Botuverá e Guabiruba, embora não figurem entre as maiores cidades do estado, foram incluídas na pesquisa por também fazerem parte da mesorregião do Vale do Itajaí. O Observatório Social de Brusque pretende, em breve, elaborar e divulgar um ranking com os dados dos 295 municípios catarinenses.