Brusque e Guabiruba apresentam baixos índices de cobertura vacinal da poliomielite
Municípios alcançaram apenas 34% e 43%, respectivamente, na taxa de vacinação; taxa considerada ideal é de 95%
Municípios alcançaram apenas 34% e 43%, respectivamente, na taxa de vacinação; taxa considerada ideal é de 95%
Brusque e Guabiruba alcançaram apenas 34% e 43%, respectivamente, de média de cobertura vacinal da poliomielite, na última campanha de vacinação de Santa Catarina, realizada entre maio e junho.
Um levantamento do Ministério Público apontou que a média da região que inclui 14 municípios do Vale do Itajaí foi de 36,54%. No estado, o percentual ficou abaixo de 50% do ideal, com 43,43%. A taxa considerada ideal por órgãos de saúde é de 95%. Os números englobam o público alvo da vacinação: crianças de um a quatro anos.
A diretora de Vigilância em Saúde, Caroline Maçaneiro, explica que equipes estão trabalhando para localizar as crianças não vacinadas. Outra estratégia é a vacinação nas escolas.
“Precisamos muito que a população e os pais em especial se conscientizem da importância da vacinação”, frisa.
Também é possível se vacinar na Policlínica e nas Unidades Básicas de Saúde do município conforme cronograma e disponibilidade da vacina, explica a diretora.
“A Vigilância Epidemiológica segue realizando ações em parceria com a Atenção Básica e a Secretaria de Educação a fim de ampliar a cobertura vacinal não só da poliomielite, como de todas as outras vacinas disponíveis no calendário vacinal.”
Até o fechamento desta reportagem, não houve retorno da Prefeitura de Guabiruba sobre o assunto.
Ao contrário de Brusque e Guabiruba, Botuverá atingiu 90,88% de cobertura vacinal da poliomielite.
A secretária de Saúde, Márcia Cansian, atribui a alta taxa de adesão à campanha de vacinação ao trabalho conjunto das pastas de saúde e educação.
“Nós encaminhamos pedidos de autorização para a vacinação na escola [municipal] para os pais e vacinamos as crianças nas escolas. Também encaminhamos novos recados para os pais sobre as crianças que não vinham [se vacinar]”, detalha.
Além disso, agentes de saúde fizeram uma “busca ativa”, conversando com todos os pais, buscando a conscientização da importância do esquema vacinal. “De alguma forma o recado, por meio da escola ou pelos agentes de saúde, chegava aos pais. O que foi bastante importante foi a iniciativa mesmo de conversar com cada pai”, afirma.
Apesar do fim da campanha, a vacina da poliomielite segue disponível nas três Unidades Básicas de Saúde do município.
A poliomielite (paralisia infantil) é uma doença contagiosa causada por vírus que pode afetar crianças e adultos, causando paralisia e até morte. As sequelas da doença são motoras e estão relacionadas a infecção da medula e do cérebro.
Não existe tratamento ou cura para a doença. A vacinação é a única forma de prevenção e todas as crianças menores de cinco anos devem se vacinar.
A transmissão ocorre principalmente pelo contato direto com fezes ou por secreções eliminadas pela boca de pessoas doentes. A falta de saneamento básico, más condições habitacionais e higiene pessoal precária favorecem a proliferação do vírus da doença.
Em 2024, o Brasil celebra 35 anos da erradicação da doença. No entanto, a doença existe em outros países e pode retornar. Desde 2016, a adesão à vacina vem diminuindo.
Segundo o Ministério da Saúde, crianças de menos de um ano devem tomar três doses, aos dois, quatro e seis meses, crianças de um a quatro anos devem tomar dois reforços, aos quinze meses e aos quatro anos.
Difícil de aprender, cinquì perde popularidade em Botuverá e corre risco de extinção: