No azul: Brusque detalha contas do primeiro quadrimestre de 2021 e diretoria explica avanços na questão do Augusto Bauer
Diretoria expôs receitas e finanças; previsões para 2022 são o que mais intrigam membros
Diretoria expôs receitas e finanças; previsões para 2022 são o que mais intrigam membros
A diretoria do Brusque realizou uma apresentação de todas as contas dos quatro primeiros meses de 2021, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira, 25. No balanço, há um saldo positivo de R$ 255.387,62, mas uma das conclusões é que há uma grande indefinição sobre a realidade financeira do clube a partir de 2022, que envolve as cotas de direitos de transmissão televisiva. Foi apresentado também o orçamento para o resto do ano, com uma projeção de junho a dezembro de 2021.
Para a Série B, está previsto um aumento no orçamento de salários. Se nos primeiros quatro meses do ano o clube gastou quase R$ 400 mil em média, a partir de junho a previsão é de que a folha chegue a R$ 650 mil, num aumento de 44% por conta do Campeonato Brasileiro. “Ainda assim, deverá ser uma das menores da competição”, calcula o presidente do Brusque, Danilo Rezini.
Uma preocupação é sobre como o clube estará após a Série B do Campeonato Brasileiro, mesmo que se mantenha na competição para 2022. Isto porque, com as parcelas das cotas de direitos de transmissão sendo pagas a partir de março, há uma queda significativa de receita nos primeiros meses de 2022.
Esta é uma situação praticamente inevitável, a não ser que haja outras fontes de receita para repôr o que o clube não receberá da CBF (ou nos primeiros meses do ano, ou, caso o Brusque seja rebaixado, no ano inteiro). Isto influencia diretamente no planejamento da temporada e na montagem do elenco deste período, porque, com oito parcelas das cotas de TV, o clube já entraria em dezembro sem esta receita.
Portanto, os reforços mais caros estão chegando com contrato até o final da Série B, para evitar problemas futuros. As exceções são jogadores mais jovens e promissores, como são os casos de Pepê e Diego Mathias.
O diretor-financeiro Rogério Lana, que liderou a apresentação das cifras do clube, destacou alguns pontos, sendo um deles o retorno de torcedores aos planos de sócio-torcedor. Isto tem ocorrido mesmo com eles impedidos de usufruir do principal benefício, os ingressos, por conta da pandemia. Outro destaque foi o acordo trabalhista celebrado em abril, que permitiu ao clube trabalhar com mais possibilidade de previsão em curto e médio prazo, sem bloqueios de verbas no estado. A dívida deverá ser quitada ainda em 2021.
Lana também lamentou a perda de quase R$ 1,5 milhão com as eliminações recentes do Brusque: na primeira fase da Copa do Brasil, contra o Retrô (PE) e nas semifinais do Campeonato Catarinense, contra o Avaí. Caso o Marreco tivesse chegado à final do estadual, acabaria se classificando à primeira fase da Copa do Brasil 2022, com premiação de cerca de R$ 600 mil.
No orçamento para o restante do ano, não foi listado o investimento que será feito para tornar o Augusto Bauer apto para realizar partidas no Augusto Bauer. O presidente Danilo Rezini, no entanto, apresentou os possíveis valores. São necessárias melhorias no espaço da imprensa, nos vestiários e, principalmente, na iluminação.
As obras de iluminação foram orçadas em torno de R$ 670 mil, divididos em 10 parcelas. A patrocinadora master, Havan, pagará R$ 20 mil em cada parcela. “Sobram R$ 47 mil mensais que o Brusque terá que assumir, ou achar algum empresário de boa vontade que queira participar deste rateio”, explica Rezini.
Uma solução poderá estar na Prefeitura de Brusque, que avalia a possibilidade de contribuir de alguma forma. A mais provável consiste na contribuição de seis parcelas de R$ 20 mil. “Se dentro de 30 dias não tivermos iluminação, já teremos que fazer o primeiro jogo noturno fora de Brusque”, completa o presidente. Uma reunião com uma empresa de Blumenau será realizada na manhã desta quarta-feira, 26, no estádio Augusto Bauer.
Somando todos os serviços necessários, o clube precisará arcar com cerca de R$ 500 mil, ainda não incluídos nas projeções orçamentárias.
O fato de a tabela do Campeonato Brasileiro ter a Arena Joinville como alternativa nos jogos do Brusque, de acordo com Danilo Rezini, foi uma decisão da própria CBF para a elaboração da tabela, mas há a possibilidade de alugar outro estádio. Os esforços, no entanto, são para que este aluguel não seja necessário.
O Brusque trabalha, por meio do escritório de advocacia recém-contratado, para a elaboração de um projeto de captação de recursos por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Assim, o objetivo é formar categorias de base fortes e independentes. O projeto inclui um centro de treinamentos com a estrutura necessária de alojamento, alimentação e trabalho.
“Já tentamos fazer isto algumas vezes, mas chegávamos num ponto em que sem dinheiro, não adiantava seguir. É um próximo passo do clube, começando com o projeto de captação”, comenta Danilo Rezini.
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