Brusque jogará contra Corinthians no estádio Augusto Bauer
Diretoria atende pedido da torcida e confirma decisão em casa; ainda não há detalhes sobre preço de ingressos
Diretoria atende pedido da torcida e confirma decisão em casa; ainda não há detalhes sobre preço de ingressos
A diretoria do Brusque Futebol Clube confirmou, por meio de nota divulgada ontem, que irá mandar o jogo diante do Corinthians, pela Copa do Brasil, no estádio Augusto Bauer, descartando as especulações sobre possibilidade de venda do mando de campo.
“Queremos presentear a cidade e o nosso clube. Será um dos momentos mais marcantes da história brusquense. Por mais que o Brusque precise muito de receita e orçamento, pensamos mais na torcida e na nossa cidade”, afirmou Danilo Rezini, presidente do clube.
O presidente do Brusque afirmou, ainda, que não seria justo, neste momento, ficar longe do seu torcedor.
“É ali que sabemos jogar, que passamos momentos difíceis, momentos de glória, e agora temos mais essa grande satisfação de fazer este jogo oficial com o Corinthians em Brusque”, ressalta.
Na sexta-feira, 17, a diretoria já dava indícios de que este seria o posicionamento. Em entrevista ao Município Dia a Dia, Rezini afirmou que enviaria uma mensagem à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informando a intenção de mandar o jogo no Gigantinho.
De acordo com Rezini, o Brusque só não mandaria o jogo em casa se houvesse uma determinação em contrário por parte da CBF – organizadora da competição.
Neste ano, o Quadricolor comemora 30 anos de fundação, por isso o dirigente diz que é importante que o jogo seja na cidade, como uma espécie de presente à fiel torcida.
Rezini também ressalta o caráter esportivo da decisão. Para ele, jogando no Augusto Bauer o clube tem mais chances de conseguir aprontar uma zebra para cima do Timão. Fora, num campo maior, a vantagem seria invertida.
Segundo o presidente do Brusque, a procura por ingressos está bastante grande. Uma reunião hoje servirá para tratar de detalhes sobre preços e como será feita a venda antecipada. A expectativa da diretoria é que os ingressos se esgotem rapidamente, em um dia. Outro ponto que ainda é dúvida e será debatido é a colocação de arquibancadas metálicas, para ampliar a capacidade de torcedores sentados no estádio. De acordo com Rezini, o clube já está em conversação com a empresa que tem este produto para locação. Mas a diretoria ainda tem de consultar o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar sobre a segurança do equipamento.
As torcidas organizadas Gaviões da Fiel, Camisa 12, Coringão Chopp e Pavilhão Nove estão proibidas de participar de eventos esportivos utilizando bandeiras ou quaisquer outros símbolos em todo o território nacional. A determinação está numa decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Isso foi causado por uma briga entre os corintianos e a Polícia Militar do RJ, em outubro de 2016, antes de um jogo contra o Flamengo, no Maracanã. À época, 31 torcedores foram presos. Portanto, pelo menos caracterizados, os torcedores organizados não poderão ir ao Augusto Bauer.
ANÁLISE
Depois da classificação para a segunda fase da Copa do Brasil, a principal dúvida gira em torno da definição do palco da partida. Segundo o regulamento da competição, não há exigência de capacidade máxima até a terceira fase, ou seja, a bola pode rolar no Augusto Bauer sem problemas.
No entanto, visando a repercussão do jogo, o mando de campo pode ser vendido. Prática que se tornou comum nos últimos anos, a comercialização do mando tem se tornado atraente a clubes de menor estrutura que querem aumentar a renda com a venda do direito de jogar em casa.
Segundo a diretoria do Brusque, o clube recebeu diversas ligações e propostas após a vitória diante do Remo (PA). O presidente diz que somente neste sábado, 18, três propostas chegaram ao clube, com opções de jogar em diversas partes do país.
“Se nós pensássemos com a razão, levaríamos este jogo para outro lugar, pela saúde financeira do clube, mas nós estamos pensando pela paixão, pelo amor que temos por esse clube e pela cidade”, avalia Rezini.
Empresas como a R7, do ex-jogador Roni, chegam a ofertar entre R$ 300 mil e R$ 1,5 milhão, e lucram com a venda dos ingressos. A empresa também paga o aluguel do estádio. No entanto, a aposta é de risco: se o jogo for um fracasso de público, o prejuízo da empresa é grande. A R7, pioneira e principal negociante do ramo, teve déficit de R$ 435 mil com a partida entre Cruzeiro e Corinthians, vendida para a Arena Pantanal, no Mato Grosso.
Ainda nesta edição da Copa do Brasil a R7 fechou negócio na partida entre Princesa de Solimões e Internacional. O time amazonense vendeu seu mando e foi derrotado pelo colorado por 2 a 0 em Cascavel, no Paraná. Modesto Alexandre, presidente do clube, afirmou que o valor da venda foi de R$ 200 mil.
Para a reportagem, o empresário negou ter feito contato com a diretoria do Bruscão. “Da minha parte, não conversei com ninguém da diretoria. Ainda não avaliei se a partida pode ser rentável para minha empresa”, comenta. Em um evento da mesma proporção, em Poços de Caldas, a partida entre Caldense e Corinthians gerou o lucro com bilheteria de mais de R$ 490 mil.
O que pode pesar a favor da decisão de vender o mando é o dinheiro envolvido. A partida contra o Remo gerou o lucro com bilheteria de
R$ 54.770, mas com todos os descontos – arbitragem, taxas federativas, INSS – ficou com apenas R$ 17 mil. Por isso os valores da venda de campo tornam-se atraentes, ainda mais com a possibilidade de se formar um plantel competitivo para o Brasileirão Série D da temporada.