Brusque possui alto índice de HIV entre homens de 19 e 39 anos
No entanto, número de novos casos vem caindo desde 2015
No entanto, número de novos casos vem caindo desde 2015
O número de novos casos de HIV diminuiu em Brusque neste ano em comparação com 2016. Enquanto foram registrados 47 casos no ano passado, em 2017, até 29 de novembro, foram 39. No entanto, o município conta com um alto índice de HIV em jovens, entre 19 e 39 anos.
Conforme o Serviço de Assistência Especializada (SAE) da Secretaria de Saúde de Brusque, dos 39 diagnósticos – 5 femininos e 34 masculinos -, 14 foram entre pacientes masculinos de 19 a 29 anos, dez de 29 a 39 anos e um caso de uma paciente feminina de 19 a 29 anos.
Essa realidade também acompanha Santa Catarina: HIV entre adultos jovens cresceu 43% no estado nos últimos três anos. Desde 2014, quando a infecção pelo vírus passou a ser de notificação obrigatória, o número de casos entre pessoas de 20 a 34 anos saltou de 757 para 1.051, em 2015, e para 1.080, em 2016.
Esse grupo corresponde a 54% do total de 1.974 casos de HIV registrados em Santa Catarina no ano passado, de acordo com os dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde.
Em Santa Catarina, 12 municípios, incluindo Brusque, apresentam as mais altas taxas de detecção de Aids no estado. Em primeiro lugar da lista está Balneário Camboriú (63,2), seguido de Itajaí (61,9), São José (57,7), Florianópolis (53,7), Palhoça (49,4), Lages (44,1), Criciúma (39,6), Blumenau (39,5), Brusque (35,0), Joinville (30,6), Jaraguá do Sul (29,3) e Chapecó (29,2).
A enfermeira responsável SAE do município, Elaine Weirich, diz que Brusque possui uma alta taxa de detecção de HIV por estar geograficamente perto de outras cidades com altos índices, como Itajaí e Blumenau. Além disso, também por ser um polo de turismo e comércio no estado, o que atraí muitas pessoas para visitar a cidade.
“Aliado a isso, temos um público jovem que vem cada vez menos se protegendo nas relações sexuais contra as infecções sexualmente transmissíveis, bem como Brusque apresentou um crescimento populacional considerável nos últimos anos, o que contribuiu também para a elevação deste índice”.
Quanto ao alto índice da população jovem, Elaine observa que mesmo tendo acesso à informação, erroneamente este público persiste em manter relações sexuais desprotegidas.
Para ela, são muitos os fatores que colaboram para isso, principalmente a impressão de que é uma doença de fácil controle, tratada apenas com ingestão de medicamentos, vergonha na utilização de preservativos, dificuldade de discussão sobre sexualidade, entre outros fatores.
Ações do SAE
Durante o ano, o SAE realiza várias campanhas de teste rápido, muitas em parceria com empresas. Também são realizadas palestras, e por meio de uma parceria com a Unifebe, distribuídos preservativos nos banheiros da instituição.
“Distribuímos em média 25 mil unidades de preservativos mês através das Unidades Básicas de Saúde, além de realizarmos capacitação dos médicos da rede sobre Sífilis e Hepatites”, conta Elaine.
O tratamento da Aids é oferecido gratuitamente a todos os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Casos de HIV em Brusque
2017: 39*
2016: 47
2015: 61
2014: 79
2013: 75
2012: 53
2011: 65
2010: 74
*Até novembro