Brusquense quer realizar sonho de conhecer o Trio Parada Dura em show em Brusque
Odilon herdou apreço pelo trio da avó quando tinha apenas quatro anos
Odilon herdou apreço pelo trio da avó quando tinha apenas quatro anos
Já fazem quase quatro décadas que o motoboy brusquense Odilon Machado de Souza Júnior, 40 anos, é fã do Trio Parada Dura, grupo sertanejo formado em Minas Gerais nos anos 70. Uma paixão quase “de berço”, ele acompanha o conjunto musical desde quando tinha quatro anos, cultivando a admiração pelo trio da avó, que também era fã.
No dia 6 de maio acontecerá um show do Trio Parada Dura na Sociedade Beneficente, em Brusque, oportunidade para Odilon conhecer seus ídolos. “Eu sempre ficava na casa da minha avó quando era pequeno. Então, para me acalmar, ela botava uma música para tocar. Colocava um disco do Trio Parada Dura”, relembra.
Entre os membros do trio, que passou por mudanças ao longo dos anos com a morte de alguns deles e por intercorrências durante a carreira, como um acidente de avião, Odilon cita Creone, e o classifica como melhor cantor que faz a segunda voz do Brasil.
Entre os sucessos do Trio Parada Dura está a música Andorinhas. “As andorinhas voltaram, e eu também voltei. Pousar no velho ninho, que um dia aqui deixei”, canta o trio em trecho da música. Para o motoboy, esta é a canção que ele mais gosta. O brusquense cita ainda as músicas Passa Lá e Fuscão Preto entre as melhores.
A paixão pelo grupo sertanejo começa com a avó e com os tios de Odilon. Antes do falecimento da avó Albertina Campi, conhecida como dona Ida, há dez anos, ela presenteou o neto com uma pequena coleção de discos de vinil do Trio Parada Dura.
Quando jovem, Odilon comprava CDs do trio e era questionado pelas pessoas o motivo da compra. “Quando era pequeno e ia nas lojas para comprar CDs, falava que queria do Trio Parada Dura e me diziam: ‘ah, para. Tu és guri novo e vai escutar essas coisas?’ Mas eu queria”, conta.
Com vários CDs do trio guardado, o brusquense possui, também, acessórios em alusão ao grupo musical, incluindo um boné que leva o nome do cantor Creone e outro com a logo do conjunto. Além disso, ele utiliza correntes e pulseiras características com as que os sertanejos utilizam.
“Os cantores usam anel de ouro, corrente de ouro. Eu uso isso também, corrente no braço e colar no pescoço. Outra coisa que os cantores faziam era olhar para o horizonte quando tiravam foto. Em algumas fotos que tiro, também faço isso e o pessoal pega no meu pé”, detalha o motoboy, em tom de brincadeira.
Em meio a esta paixão pelo conjunto musical, há espaço ainda para outros cantores de sucesso da música sertaneja. Odilon afirma que admira, também, duplas como Milionário & José Rico e Chitãozinho & Xororó, cantores que fizeram sucesso nos anos passados. Entretanto, o brusquense ressalta o apreço maior pelo Trio Parada Dura.
Quando escuta alguma música do trio atualmente, Odilon conta que as lembranças da infância vêm na cabeça. “Parecia que estava na casa da vó, quando ficava na sala escutando. Com o tempo, fomos crescendo e escutando na rádio, no carro. Às vezes, o vizinho toca na gaita e eu vou lá acompanhar”.
O show do conjunto em Brusque é uma realização do Schmitt Buffet & Eventos, em alusão aos 50 anos do Trio Parada Dura, completados em 2021. Odilon relata o momento em que descobriu que os sertanejos que é fã estariam na cidade.
“Uma moça me mandou [uma mensagem] no Instagram. Quando eu vi o anúncio: ‘Trio Parada Dura em Brusque’, quase infartei. No domingo, eu chorava o dia todo”, conta.
O brusquense diz ainda que teve chance de ir em um show do grupo em outra oportunidade, quando os cantores vieram para Barra Velha. Entretanto, não conseguiu realizar o sonho naquela ocasião. Agora, porém, a oportunidade de conhecer seus ídolos é no show em Brusque.
Odilon conta que em quase todos os dias úteis da semana envia uma mensagem para o radialista Saulo Tavares, da Rádio Araguaia. O intuito da mensagem é pedir para que toque alguma música do Trio Parada Dura durante a programação.
“Quase todos os dias eu mando mensagem para o Saulo Tavares e digo que quero muito escutar o Trio Parada Dura, seja qualquer música, pode ser Andorinhas, Passa Lá, qualquer uma. Quando ele consegue, ele coloca”, diz.
Quem conhece muito bem a admiração que Odilon tem pelo trio é a própria família do motoboy. Sendo assim, em datas comemorativas, como o aniversário do brusquense, é a família que pede para colocar alguma música do grupo na rádio, como forma de homenagem a Odilon.
A história do Trio Parada Dura é de muito sucesso e reconhecimento no mundo do sertanejo, mas também de perdas ao longo dos anos e mudanças na formação. Considerado por entusiastas do gênero como o grupo musical mais bem sucedido do sertanejo no Brasil, o Trio Parada Dura passa pela oitava formação.
Os primeiros membros do grupo eram Delmir, Delmon e Mangabinha. Entretanto, após dificuldades vividas por meados de 1975, com poucas gravações, o trio rompeu, e Delmir e Delmon formaram uma dupla. Na ocasião, Mangabinha seguiu carreira solo.
Foi na segunda formação que entrou Creone, que até os dias atuais faz parte do elenco, apesar de idas e vindas ao longo dos anos. Creone fazia dupla com Barrerito, e os dois se juntaram a Mangabinha, resultando na segunda formação.
O fim da década de 1970 e o começo dos anos 80 foram muito positivos para o trio, que gravou músicas de sucesso, como Fuscão Preto. Viajando pelo Brasil para apresentações em diversos shows, um acidente aéreo mudou a história do Trio Parada Dura, principalmente de um de seus membros. O avião em que o grupo estava caiu em Espírito Santo do Pinhal (SP). Barrerito ficou paraplégico e o trio se afastou dos palcos por algum tempo.
Creone deixou o trio na terceira formação para cuidar da vida pessoal e retornou na sétima, após o falecimento de Barrerito. O Trio Parada Dura ainda passou por várias mudanças e a formação atual conta com Creone, o mais antigo do conjunto; Leonito; e Xonadão. Ao longo da carreira, o grupo teve dez integrantes. O conjunto musical já recebeu 11 discos de ouro e três discos de platina.
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