Brusquenses que vivem nos Estados Unidos contam o que esperam de Donald Trump

Sentimento é de que, apesar do discurso, situação para quem está legalizado não irá piorar

Brusquenses que vivem nos Estados Unidos contam o que esperam de Donald Trump

Sentimento é de que, apesar do discurso, situação para quem está legalizado não irá piorar

Brusquenses que vivem nos Estados Unidos da América (EUA) contam que o clima no país é de incerteza e apreensão a poucos dias da posse de Donald. J. Trump como o novo presidente. O republicano foi eleito com um discurso de que irá combater os imigrantes ilegais e dificultar a chegada de mais estrangeiros ao país.

Durante a campanha presidencial, Trump criticou os imigrantes, tanto muçulmanos quanto mexicanos. Ele chegou a afirmar que as pessoas oriundas do México eram estupradores e criminosos.

Trump também adotou um discurso bastante duro contra a chegada de imigrantes, mesmo os legais, porque isso estaria retirando empregos dos americanos. Com tantas promessas protecionistas e conservadoras, o 45º presidente dos EUA gera apreensão entre líderes mundiais e nos brusquenses.

Trump assumirá a presidência em 20 de janeiro. Confira relatos de quatro ex-moradores da região expatriados nos Estados Unidos.

Espalhados pelo país, eles oferecem relatos sob diferentes óticas sobre as eleições nos Estados Unidos e o que está por vir.


Ana Helena Schweigert
Mora em Jacksonville, estado da Flórida

Ana chegou aos Estados Unidos em 2014, com o marido Jeverson Schweigert, de Guabiruba. Ela diz que os dois sempre gostaram do país, desde a primeira visita, em 2012. Inicialmente, moraram em Orlando, na Flórida.

Atualmente, moram em Jacksonville, no mesmo estado. A campanha foi amena onde ela vive. “Os americanos sem dúvidas são muito fanáticos e patriotas. Porém, muito discretos nessa parte de política”, afirma.

Sobre o futuro, Ana se mostra confiante. “Para nós, brasileiros que vivemos aqui, acho que não vai mudar muita coisa. Acho que vai complicar para o lado dos ilegais – que entraram por fronteiras, sem visto, ou quem têm algum problema com a imigração. Estamos ansiosos para a posse de Trump, esperamos que ele faça os Estados Unidos ainda melhor”, diz.

ana schweigert
Crédito: Reprodução/Facebook

 


Schirlei Silveira
Mora em Columbus, estado de Ohio

Schirlei mora nos Estados Unidos desde 2008 com o marido Jackson Rocha. Ela viveu em Indianapolis, no estado de Indiana, e agora está em Columbus, onde trabalha na Universidade do Estado de Ohio.

O clima durante a campanha foi tranquilo, segundo Schirlei, em Columbus. Tanto Trump quanto Hillary estiveram no campus da universidade. “Durante estas visitas, os eleitores participam ouvindo as propostas de cada candidato para poderem tomar sua decisão final”.
Ela conta que era possível votar com um mês de antecedência, por isso o clima foi mais tranquilo em Columbus. “Pelo fato dos eleitores poderem votar com aproximadamente um mês de antecedência do dia oficial da eleição, o clima foi bastante calmo. Eu, por exemplo, votei no dia 8 de novembro, antes de ir para o trabalho, pois o dia da eleição é um dia normal de trabalho”.

Na visão de Schirlei, o que Trump disse foi baseado numa campanha de marketing político. Ela diz que há muita incerteza sobre o que vai acontecer. “ Inicialmente penso que teremos uma certa turbulência, mas os Estados Unidos continuarão crescendo e exercendo seu papel de liderança global”.

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Crédito: Reprodução/Facebook

 


Anderson Assi
Mora em Rochester, estado de Nova York

Assi morou em Seattle, no estado de Washington, quando chegou ao país. A área é majoritariamente democrata, por isso, conta ele, durante a campanha as pessoas apoiavam mais a candidata Hillary Clinton.

O brusquense diz que os eleitores eram extremistas e realmente discutiam seus pontos de vista. “Na noite do penúltimo debate, fui para um restaurante para jantar e, a cada palavra que Donald Trump falava, as pessoas dentro do restaurante se exaltavam e falavam alto pra mostrar que não concordavam com ele”, diz.

Assi foi para o país como Au Pair, através de um programa de intercâmbio cultural. Ele acredita que a situação para os brasileiros legalizados não deverá mudar. “Acho que vai complicar para imigrantes ilegais, as coisas podem se tornar bem mais complicadas. Acho também que, por ser extremamente mente fechada, Donald Trump deve tentar algo para complicar mais a aprovação de vistos para países do oriente médio”.

anderson assi
Crédito: Reprodução/Facebook

 


Ady Martins
Mora em Huntington Beach, estado da Califórnia

A jovem estuda inglês nos EUA e sempre morou na Califórnia. Como estudante, ela não tem tempo de estadia, pode ficar o quanto quiser, desde que se mantenha estudando. Ady conta que na Califórnia o clima foi ameno durante a campanha.

“Não existe aquela propaganda louca, como no Brasil. O que ficou bem claro para mim, e que eu ouvi de muitas pessoas, é que elas não iam votar porque não havia um candidato a altura. As pessoas consideravam o Trump uma pessoa desequilibrada, e a Hillary uma candidata fraca, alguém que não seria capaz de ser presidente”, afirma a estudante.

Enquanto em Huntington Beach o clima estava ameno, Ady conta que viu atos de vandalismo durante um comício de Donald Trump na cidade de Costa Mesa.

Na visão dela, a situação para quem está legalizado não vai mudar, apenas para os ilegais. A Califórnia faz fronteira com o México, por isso, o fluxo de imigrantes ilegais é bastante grande, conta a brasileira.

“Essas pessoas ficaram um pouco preocupadas quando ele ganhou, inclusive por ele ter falado que ia construir o muro, e tantas outras coisas que ele prometeu”, afirma. Mas ela pondera que colocar todos os ilegais para fora é inviável e paralisaria o estado inteiro.
“Mas, sinceramente, eu acredito que ele não vai fazer nem metade do que falou durante a candidatura”, considera Ady. “Os brasileiros que estão de forma legal, com o visto em dia, sabem que não terão problemas. O problema dele é com pessoas ilegais que estão por aqui cometendo crimes”, completa.

ady martins
Crédito: Reprodução/Facebook
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