Burocracia adia planos de criar ondas artificiais no rio Itajaí-Mirim
Com dificuldades para conseguir licença, associação de Brusque não leva projeto adiante
Com dificuldades para conseguir licença, associação de Brusque não leva projeto adiante
Em 2016, a Associação de Surf de Brusque (ASBQ) surpreendeu ao afirmar que seria possível criar ondas e surfar em pleno rio Itajaí-Mirim. O projeto inicial previa a compra de um bloco de concreto que, fixado ao solo, deveria fazer com que o fluxo de água rebatesse e realizasse a formação de ondas.
Porém, dois anos se passaram e o Itajaí-Mirim continua seu curso tranquilo. A associação passou por uma mudança de diretoria e também de planejamento, e o projeto da onda artificial, apesar de sempre comentado entre os admiradores do surf em Brusque, foi deixado de lado.
O motivo, segundo o vice-presidente da ASBQ, Filipi Orthman Lidio, é a burocracia do processo. “Foram exigidas diversas liberações por parte da Fundação do Meio Ambiente (Fatma). Como temos muitos projetos para este ano, com competições, vamos nos concentrar nisso e voltar a pensar no assunto mais pra frente”, diz.
Contra a poluição
Além de formar novos surfistas e proporcionar treinamento aos membros da associação, um dos objetivos do projeto era conscientizar sobre a poluição do rio.
Para Lidio, a onda no rio levantaria a bandeira. “Nós teríamos real noção da importância do nosso rio e do meio ambiente, divulgando o quanto a preservação é fundamental. Com essa atividade mostraríamos para a comunidade a importância de cada um exercer seu papel para preservar”.
Sistema europeu
Os europeus convivem com as ondas artificiais não só nas piscinas, mas também nos rios. Um dos locais mais conhecidos fica no País Basco, no extremo norte da Espanha. O projeto usa uma espécie de pá que desloca a água no centro da lagoa para formar a ondulação. Ela, por sua vez, se curva no desnível lateral do fundo, criando ondas que quebram simultaneamente para a esquerda e para a direita.
Modalidade prestigiada
A ASBQ intermediou o patrocínio de uma empresa brusquense com um grande nome do surf nacional. Alejo Muniz, argentino naturalizado brasileiro e morador de Bombinhas, assinou contrato com a DiColore, que passa a apostar na modalidade.
Segundo Lidio, que esteve presente na assinatura do contrato entre as duas partes, essa atitude vai repercutir também no surf do município. “Ter uma empresa brusquense patrocinando um grande surfista como o Alejo é muito importante. Mostra que a modalidade vem ganhando espaço e respeito na nossa região”.