Câmara de Brusque rejeita emenda ao Plano de Mobilidade que permitiria a fiscalização do trânsito por radares móveis; entenda

Proposta foi rejeitada por todos os vereadores presentes

Câmara de Brusque rejeita emenda ao Plano de Mobilidade que permitiria a fiscalização do trânsito por radares móveis; entenda

Proposta foi rejeitada por todos os vereadores presentes

Na primeira votação de projeto que institui o Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Brusque, a Câmara de Vereadores rejeitou emenda modificativa apresentada ao texto pela vereadora Marlina Oliveira (PT). A proposta contemplava sugestões de autoria do ex-vereador Valmir Ludvig (PT), dentre as quais, a que permitia o uso de radares móveis pela Polícia Militar e a Guarda de Trânsito nas atividades de fiscalização e controle do trânsito. A votação ocorreu na última terça-feira, 11.

“Eu sou contra a implantação de radar móvel. Já cansamos de discutir nesta casa a não permissão de radares móveis. A gente sabe que a razão do radar móvel é arrecadar fundos. Se fosse o radar fixo, fiscalizado, e o motorista pudesse saber onde está o radar para poder diminuir a velocidade, eu seria favorável”, argumentou Ivan Martins (Republicanos).

A emenda ainda estabelecia prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de transportes público coletivo sobre o transporte individual motorizado, com campanhas permanentes de incentivo ao uso do ônibus e da bicicleta, dando condições estruturais para a mudança de comportamento.

Jean Pirola (PP) destacou que o uso de radares móveis é proibido no município por lei de 2014 e também se manifestou contrário à emenda.

“O que adianta ter um guarda com radar móvel na Beira Rio multando todo mundo? Se o cara passa a 50km/h ou a 100km/h vai multar, mas o acidente vai ocorrer da mesma forma. Qual é a prevenção no trânsito de um radar móvel a não ser arrecadar?”, questionou. “Esta casa teve a coragem de derrubar o veto do prefeito Paulo Eccel e mantivemos a lei até hoje intacta”, prosseguiu. “Se tivessem colocado [na emenda] lombadas eletrônicas, não estaríamos aqui discutindo, mas voltar a falar de radar móvel pra multar o cidadão brusquense é inadmissível”.

Autor do projeto que deu origem à lei mencionada por Pirola, Alessandro Simas (PP) endossou as colocações de seu correligionário e acrescentou que a proibição do uso de radares móveis foi amplamente discutida naquele ano em audiência pública. “Fizemos a lei justamente porque eles [policiais e guardas] não vão estar com o radar perto de uma escola ou do Centro, mas atrás da árvore, numa reta, esperando o cidadão passar a 55 km/h onde a velocidade máxima permitida é 40 km/h, e aí o bolso do cidadão vai doer, porque o objetivo do radar móvel é única e exclusivamente a arrecadação”, protestou.

“É uma emenda até boa, tirando essa parte do radar móvel”, disse André Batisti, o Déco (PL), em aparte. “Lombadas eletrônicas e radares fixos eu acho justo para lugares perigosos, inclusive a nossa Beira Rio”.

Com opinião semelhante à dos vereadores que o antecederam na tribuna, Nik Imhof (MDB) encerrou o debate. “É um absurdo estarmos discutindo um projeto [emenda] que autoriza o Executivo a utilizar o ‘secador de cabelo’. A gente vem discutindo ao longo desta legislatura, inúmeras vezes, problemas que temos com a indústria da multa, inclusive na rodovia Antônio Heil, onde vemos a polícia com o ‘secador de cabelo’ fazendo a máquina girar. O Plano de Mobilidade é extremamente importante, mas é inconcebível autorizar a indústria da multa”, afirmou.

Posta em votação, a emenda foi rejeitada por unanimidade dos presentes, com 12 votos contrários. Já o projeto passou em primeira votação com 12 votos favoráveis. A matéria ainda precisa ser aprovada em segundo turno antes de seguir para sanção do prefeito Ari Vequi (MDB).

Membros da Assembleia de Deus eram perseguidos nos primeiros anos da igreja em Brusque:

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