De todos os projetos, requerimentos e moções previstos para serem votados na sessão de terça-feira, 1 de outubro, da Câmara de Vereadores de Brusque, apenas um foi apreciado pelos vereadores: a moção de apelo sugerida por Ivan Martins (PSD) pedindo que o Executivo afaste o vice-prefeito e diretor-presidente do Samae, Evandro de Farias, o Farinha, enquanto durarem as investigações da CPI formada no Legislativo. Por 9 votos a 5, o pedido foi rejeitado.
Martins já havia apresentado o pedido na última reunião da CPI, realizada na segunda-feira, 30 de setembro. Os membros da comissão negaram a solicitação, que voltou a ser discutida ontem. Martins afirma que sugeriu o pedido porque “o cargo (de Farinha) lhe dá poder de persuasão, inclusive sobre os funcionários do Samae que vão depor à CPI”.
Roberto Prudêncio Neto (PSD) afirma que, devido às suspeitas, Farinha devia “se licenciar de forma voluntária, enquanto as investigações prosseguirem. É o que o povo brusquense gostaria que acontecesse”. Martins afirmou ainda que “Farinha assumiu que houve irregularidade ao desfazer o negócio da compra do terreno”.
Para Felipe Belotto (PT), Farinha já está sendo investigado pelo Ministério Público (MP) e não haveria necessidade de afastamento. “Nem mesmo o MP fez esse tipo de pedido. Tem vereador que fala grosso com os adversários, mas que fala fininho que os aliados. Não é necessário esse tipo de apelo, o vice-prefeito não está atrapalhando as investigações”, afirma. Valmir Ludvig (PT) destaca que todos os passos da CPI estão claros, já que as reuniões são abertas ao público e também não concorda com o pedido de afastamento.
Marli Leandro (PT) afirma que os trabalhos da comissão, por si só, já bastam para apurar os fatos e que o afastamento do vice-prefeito é uma ‘birra’ de Martins. “Mais uma sessão em que vamos ficar aqui discutindo, por mais de uma hora, coisas que não precisariam ser discutidas. O vereador Ivan parece um menino birrento que pede pra mãe pra ir pra balada e a mãe não deixa, aí ele pede pro pai. Ele insiste nesse pedido, já rejeitado na CPI”.
Dejair Machado diz que esta é uma CPI ‘chapa branca’ e que o resultado já é conhecido. “Quando o presidente e o relator são da situação, já demonstra o teor da CPI. Se um dos cargos fosse ocupado pela oposição, ainda poderia acontecer alguma coisa. Não tenho expectativa nenhuma em relação a isso. O final do filme eu conheço”, disse. Machado disse ainda que “o placar das votações será sempre 9 a 5. Seria 10 a 5, se o presidente (Guilherme Marchewsky) não se abstivesse”.