+

Campeão da Liga das Nações de Vôlei, brusquense Carlos Schwanke fala sobre a conquista

Técnico precisou assumir comando na ausência de Renan Dal Zotto para levar a seleção brasileira de vôlei a mais um título

Campeão da Liga das Nações de Vôlei, brusquense Carlos Schwanke fala sobre a conquista

Técnico precisou assumir comando na ausência de Renan Dal Zotto para levar a seleção brasileira de vôlei a mais um título

Quando Wallace recebeu a bola levantada na direita e cortou com classe para o lado oposto, o brusquense Carlos Schwanke pôde comemorar o seu primeiro título como técnico da seleção brasileira de vôlei. O placar do quarto set chegava a 25 a 14, e não havia mais nada que a Polônia pudesse fazer do outro lado. Campeão da extinta Liga Mundial por nove vezes, o Brasil conquistava a competição substituta, a Liga das Nações, pela primeira vez, em 28 de junho.

O primeiro título brasileiro teve diversos percalços pelo caminho, e um deles foi a ausência de Renan Dal Zotto. O técnico da seleção principal passou por complicações da Covid-19, e precisou ser internado em um leito de UTI. Recebeu alta em 21 de maio, uma semana antes da estreia do Brasil contra a Argentina. Schwanke, que é auxiliar-técnico desde 2019, já havia assumido seu lugar e passava a ser o treinador interino.

Foto: Conny Kurth/VNL

O brusquense relata que a preparação para a Liga das Nações era feita de forma bastante reclusa no centro de treinamento de Saquarema (RJ). No entanto, Renan dal Zotto acabou contraindo a doença, logo depois do vice-presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Radamés Lattari. “Continuamos os treinamentos, recebendo os boletins diários e semanais sobre a condição médica dele. Mas nunca esteve na cabeça acontecer uma coisa como esta, com a dimensão com que aconteceu com o Renan. Ele esteve muito mal.”

“A prioridade neste ano era a seleção, vislumbrando o ano olímpico pela frente. Minha ideia sempre foi estar com a seleção desde o começo, desde o primeiro dia”, comenta. Ele esteve à frente do Al Rayyan, do Catar, nas temporadas mais recentes, mas deixou o clube para assumir o Qatar SC na temporada seguinte, tendo mais disponibilidade para se dedicar à seleção.

Schwanke não aceitava menos do que chegar às semifinais. Não estar entre os quatro melhores da Liga das Nações, composta por 16 seleções, seria “um insucesso muito grande”. A classificação às semifinais veio com primeiro lugar na fase inicial, com 13 vitórias e duas derrotas, ambas por 3 a 0 para Rússia e França. Foram apenas 12 sets perdidos. Mais do que a própria Liga, estava em jogo também a preparação para as Olimpíadas.

Técnico Renan Dal Zotto, sobrevivente da Covid-19, foi homenageado na comemoração do título | Conny Kurth/VNL

“O Brasil é favorito em toda competição que disputa. A torcida sempre espera que chegue pelo menos à final. A responsabilidade e o peso são muito grandes, e a gente sabe disso. Queremos ganhar qualquer ponto. Estamos vivendo em um país tão difícil, em um momento de pandemia tão complicado. Então acho que conseguimos levar um pouquinho de alegria a toda casa que nos acompanhou. Isto, para mim, é uma das coisas mais importantes deste título: levar um pouquinho da felicidade deste título para todo brasileiro.”

O planejamento contou bastante para a conquista, de acordo com Schwanke. A seleção montou uma academia no hotel onde esteve hospedada para a Liga das Nações, sediada em Rimini, na Itália. A preparação mental, em um torneio desgastante que envolvia o confinamento dos atletas, foi fundamental na visão do treinador, além do elenco vasto: 16 jogadores, enquanto algumas seleções tiveram plantéis mais reduzidos e, portanto, mais sujeitos ao desgaste.

“Nas semifinais, vencemos a França por 3 a 0. Após a final contra a Polônia, o técnico  [Vital Heynen] veio me cumprimentar pelo jogo e disse que fazia muito tempo que não via uma seleção se apresentar em semifinal e final como nós”, relata.

A França, aliás, foi uma das adversárias mais duras do Brasil. Após ter perdido por 3 a 0 na primeira fase, o time de Carlos Schwanke conseguiu devolver o placar nas semifinais para avançar à decisão. “A França foi uma pedrinha no nosso sapato. As conclusões que tivemos foi que havíamos perdido para nós mesmos, por conta dos nossos erros. E na semifinal pudemos corrigir tudo.”

Na grande final, contra a Polônia, o Brasil perdeu o primeiro set por 25-22, mas soube se recuperar imediatamente: virou para 3 a 1, vencendo os outros sets por 25-23, 25-16 e 25-14.

Comissão técnica dedica título a Dal Zotto | Foto: Conny Kurth/VNL

“É importante também, neste momento, nos lembrarmos das nossas famílias. A família está sempre perto da gente nos momentos mais difíceis, está com a gente nos momentos de derrota. E poucas pessoas estão ao nosso lado em momentos de derrota. Muitas lembram quando ganhamos. A família é uma base de toda a força, tanto emocional quanto espiritual quando estamos perto de entrar na quadra e temos que receber estar energias positivas.”

Para as Olimpíadas, Schwanke reforça o favoritismo que o Brasil precisará confirmar dentro de quadra. Desde o fim da Liga das Nações, o treinador voltou às funções de auxiliar-técnico, com Renan Dal Zotto assumindo novamente a equipe após a Covid-19.

Quanto ao futuro, o brusquense foca no seu atual clube, o Qatar SC, que tem investido para alçar voos mais altos no vôlei do Oriente Médio e da Ásia. O sonho é ter a oportunidade de treinar alguma grande equipe na Europa nos próximos anos.

Os melhores momentos da final


Receba notícias direto no celular entrando nos grupos de O Município. Clique na opção preferida:

WhatsApp | Telegram


• Aproveite e inscreva-se no canal do YouTube

Schwanke

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo