Camping reúne pilotos, familiares e amigos na Fenajeep

Participantes fazem questão de se instalar no local e, durante quatro dias, convivem como uma grande família

Camping reúne pilotos, familiares e amigos na Fenajeep

Participantes fazem questão de se instalar no local e, durante quatro dias, convivem como uma grande família

O sol ainda brilhava tímido no horizonte na manhã de sábado, 23. Mas o cheirinho de café passado era um convite para saltar mais cedo da cama e apreciar o dia que estava apenas começando. Na área de camping da 25ª Festa Nacional do Jeep, a Fenajeep, Sueli Ruibers, 53 anos, acolhia a todos com alegria e, claro, com uma generosa xícara de café.

Há mais de 10 anos esse ritual se perpetua e ela é considerada a ‘mãezona’ do acampamento. Distribui café e abraços. Vive de uma paixão que, originalmente, nem era dela. Casada com João Ruibers, 53 anos, o espírito off-road veio de brinde.

“Em 1977 a gente tinha um fusca que servia para o trabalho durante a semana e para aventura nos sábados e domingos. Mesmo grávida de oito meses, nunca deixei de acompanhar meu marido. Hoje isso é a nossa alegria”, diz Sueli, que mora em Timbó.

Mãe de Alessandra, Daiana, Kristina e Kristian, ela viu seu único menino assumir a direção de uma gaiola aos 11 anos, na Fenajeep. “Foi um dia de muita emoção. Agora já estou acostumada a conviver com esse sentimento do coração saindo pela boca”, detalha Sueli.

Em 2018, a família Ruibers montou seu acampamento em frente ao Pavilhão da Fenarreco já na terça-feira. O espaço era dividido com 20 pessoas, entre familiares e amigos. Todos os filhos e netos, no entanto, chegaram até sábado.

“Só depois da Fenajeep é que o ano começa para nós. Aqui aprendemos que nenhuma trilha é difícil quando os amigos nos acompanham”, enfatiza João.

Bem perto dali, o menino João Paulo Reinert, de oito anos, andava de bicicleta. Ia cumprimentando as pessoas pelo caminho e parecia estar bem ambientado com aquelas pequenas ruas improvisadas entre uma barraca e outra. “Venho para a Fenajeep desde que tinha dois meses”, conta o garoto, que mora em Apiúna.

O pai de João, Paulo Roberto Reinert, confirma a história. Lembra que o filho nasceu em abril e, em junho, já era um pequeno torcedor na arquibancada da Festa Nacional do Jeep. Este ano pai e filho aproveitaram a área do camping para se acomodar na carroceria de um caminhão. “Esticamos o colchão para dormir. De tão simples é chique”, brinca Paulo.

A princesa do acampamento
Era a primeira vez que Eduarda Soares Schmitt, de oito anos, iria acampar. Toda delicada, sua pequena coroa reluzia entre jipes, gaiolas e motorhomes estacionados na área de camping da 25ª Fenajeep. Eduarda vivia esta aventura ao lado dos avós, Rosemeri e Laudir Schmitt, de Palhoça.

“Fiquei sabendo que eles viriam e insisti para participar. Minha avó quer que eu durma na van, mas preferia estar na barraca com a minha tia Gabriela”, diz a menina.

Laudir e Gabriela são apaixonados pelo segmento off-road. Ela, inclusive, foi a primeira mulher a pilotar um quadriciclo durante o Passeio Radical na Fenajeep há dois anos. “Não tem nenhum evento no Brasil que se compare com o que acontece aqui. É muito especial”, enfatiza Laudir.

Willian Holz, responsável pelo acampamento indoor da Fenajeep em 2018, informa que mais de 200 pilotos se acomodaram no local. “Esse número pode ser multiplicado por três, no mínimo, quando falamos sobre a quantidade de pessoas em cada barraca, caminhão, motorhome e van estacionado aqui. São mecânicos, familiares e amigos que fazem questão de acampar na festa. É, inclusive, um atrativo a mais do evento”, destaca Holz.

Segundo ele, o conforto também faz parte deste contexto. Apenas os pilotos que começaram a organizar suas estruturas de camping recentemente é que passam mais dificuldade. Todos os outros carregam eletrônicos, eletrodomésticos, móveis e utensílios para viver quatro dias como se estivessem em casa.

“O espírito de amizade é o que conduz tudo isso. Alguns fazem costela fogo de chão. Outros, porco no rolete. É uma alegria trazer a sua especialidade para dividir com os outros. A competitividade fica apenas dentro da pista. Fora dela, todos se consideram uma grande família”, observa Holz.

 

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